Seus dedos dedilhavam pelo violão, seus olhos estavam fechados, e seus lábios estupidamente vermelhos se mexiam cantando baixinho. Será que ele sabe o quão excitante fica quando está assim?
Seus dedos pararam de se mexer e seus lábios se calaram -Pare de me olhar Cal, é vergonhoso -Pediu deixando o violão de lado.
-Desculpe -Sorri de lado e entrei no cômodo.
-Minha mãe te deixou subir? -Perguntou bagunçando os fios de cabelo tingidos de azul.
-Aham -Murmurei me sentando em sua cama.
Seu cheiro estava pairando no ar e isso é maravilhosamente bom.
-Uhn, tudo bem, o que quer fazer? -Perguntou enquanto se abaixava para ligar o aparelho de som e deixava o quadril empinado. Eu ainda acho que ele faz essas coisas de propósito.
-Ahn, não sei exatamente, só queria te ver -Admiti me deitando.
-Nos vimos sexta, na verdade passamos o dia todo juntos -Uma música começou a tocar e ele se deitou ao meu lado.
-Eu sei -Murmurei -Posso ir embora se você quiser...
-Eu não quero que você vá embora -Riu, e eu amo sua risada -Fica aqui -Abraçou minha cintura e deitou a cabeça no meu peito.
-Está com sono? -Perguntei acariciando seu cabelo.
-Uhum -Ele ergueu os olhos para me olhar e depois de todo esse tempo eu ainda me perco naquele verde intenso.
Eu o conheço a quase três anos e acho que gostei dele logo assim que o vi perdido nos corredores da escola agarrando forte os livros em sua mão.
Quando tentei me aproximar ele era tão tímido e mal conversava, mas depois de um tempo nos tornamos melhores amigos.
-Dorme aqui? -Pediu se aconchegando ainda mais em mim.
-Durmo -Respondi continuando a acariciar seus cabelos.
Ele fechou os olhos e por minutos apenas fiquei olhando sua expressão serena. Os longos cílios batendo nas bochechas rosadas e os lábios fartos levemente abertos soltando a respiração quente.
Deixei o cansaço e o sono invadirem meu corpo de forma lenta deixando meus olhos pesados e meu corpo cada vez mais preguiçoso. Logo estava entregue ao escuro.
O tempo passou como uma lufada de ar frio, logo eu estava sendo acordado por Michael, que estava praticamente sentado em cima da minha cintura, com uma perna de cada lado do meu corpo.
-Minha mãe saiu -Ele disse baixo mais ainda sim eu pude escutar.
Cocei os olhos tentando assimilar o que estava acontecendo -Os meninos me falaram uma coisa, e eu quero saber se é verdade -Sussurrou próximo ao meu ouvido. Senti seus dedinhos se enroscarem no meu cabelo e sua respiração estapear meu rosto da maneira mais doce possível. Então seus lábios se colaram aos meus me causando um frio extremo na barriga e uma euforia fora do normal.
A princípio eu não consegui reagir, mas seus lábios se mexendo calmamente contra os meus quase massageando-os fez meus sentidos despertarem. Minha língua percorreu seus lábios e logo ele deu passagem, nossas línguas se enroscaram em uma batalha gostosa, era como sentir as nuvens ou estar em queda livre.
Prendi seu lábio inferior entre meus dentes e percebi que ele sorriu colando nossas testas.
-Por que não me contou? -Perguntou baixinho com seus dedos em minha nuca brincando com meu cabelo.
-Eu estava com medo, não queria perder você ou sua amizade -Admiti e ele deixou um selinho nos meus lábios.
-Eu estou aqui, e sempre vou estar Cal -Sussurrou outra vez em meu ouvido dessa vez deixando uma leve mordida no meu lóbulo -Vamos recompensar todo esse tempo perdido, sim? -O modo como ele sussurrava rouco no meu ouvido me fazia querer jogá-lo contra a cama e o foder.