Last day of her life

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Ninguém nunca a perguntou como ele se sentia de verdade, ninguém nunca quis descobrir o que ele escondia através de seus sorrisos e seus olhares, ninguém nunca se importou de verdade. Seus únicos amigos perdeu para "pessoas melhores" talvez porque tentasse ajustar tudo, e sempre fosse o alvo de tudo. Sua mãe não o entendia, seu pai quase não o via, seus amigos já havia perdido, seu único amigo que não falava era seu cachorrinho, aliás, seu cachorrinho, ele sempre vivia latindo no quintal, e chorando quando queria alguma coisa.

Seus pais o chamavam de adolescente rebelde, que só ouvia rock, vivia trancado em seu quarto, não queria sair, só queria ouvir música e ficar em seu quarto, ninguém nunca estranhou, ninguém nunca se perguntou o porquê. As pessoas nunca se importavam de verdade, elas queriam que você chorasse para elas poderem rir, e isso o machucava. Muitas vezes ignorado, muitas vezes excluído, muitas vezes ridicularizado, mas sempre se manteve ali, firme e forte. Mas, o que não saberiam eles que seu sorriso era falso, que todos aqueles sorrisos eram transformados em lágrimas quando ele chegava em casa.

Ele sempre dizia que iria aguentar, até que um dia, em um desses seus vicios de cortar os pulsos, cortou, e foi a última vez. A última vez que fora ignorada, a última vez que fora ridicularizado, a última vez que respirou. Então, sua morte estava perto, ele só sabia chorar, e caso se arrependesse, já teria acontecido, sua mãe talvez chorasse por um mês ou mais, quem sabe anos, mas para quê se manter vivo por fora quando estava totalmente destruida por dentro?

E então, ele se foi, suas últimas palavras foram "eu sou forte" e ele apagou, para sempre.

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