Poesia adolescente - versos de dor e poemas de amor

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A imagem

A imagem refletida não é minha

Neste lago dos que sabem seu valor

Está cindida, denegrida, distorcida

Pela constância da inconstância que é o amor

A figura conjurada pelo espelho

É arremedo de mim, da minha dor

Deformada pelo brilho do sorriso

Que se mescla pela dúvida e horror

A imagem desenhada no espelho

Sou eu mesma, e ao mesmo tempo não sou

É reflexo de alguém que teme e ama

Que quebrou o próprio espelho, que se encontrou

Sorrir, seguir sempre em frente
Esquecer tudo o mais e vencer
Calando a flauta Baco
Acumulando o querer

Música agridoce
Que engana e causa prazer
Flauta negra e tortuosa
Sou usada por você

Sorrir, verbo fácil e útil
tal como mentir e roubar
é o que todos fazemos
é o tom que no ar, a tocar

Nesta busca capital
Tocando a flauta do eterno
Sinto Hades gracejando
Vejo vocês no inferno.

Eu busco transpor as horas

Ordenando a minha mente que lateje

Enquanto meu corpo obriga-se a estar presente

Observando o deslizar dos ponteiros do relógio.

As frases passam por mim tal qual fantasmas

Ou caracteres de uma linguagem perdida

Gerando em minha imaginação a vida

E me levando a viajar na sonoridade ininteligível das palavras]

Meu corpo percebe pequenos nuances

Pessoas, cadeiras, uma mesa

Mas o mover em "L" do expoente tem função final de encantamento]

Tornando catatônica minha alma

Em viagem atemporal de meu espírito

Sinto como perdido o tempo que meu ser perece

Mas buscando por um lado o positivo

Meu cérebro recebeu o descanso que merece.

Folhas trazidas pelo vento

Em mais uma noite tão fria

Regadas pela luz acesa

Que brilha na casa vazia

Lençóis cobrem os sofás

E as camas desarrumadas

A chuva umedece o carpete

Quando bate a janela quebrada

Não há flores no jardim

Nem mesmo quadros ou espelhos

E os únicos passos audíveis