PRÓLOGO

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AS CABEÇAS SE VIRARAM, OS OLHARES CONVERGIRAM. NÃO houve uma pessoa naquele aeroporto cuja atenção não fosse inevitavelmente atraída pelo espetáculo, do qual eu era a protagonista.

Uns perplexos, alguns sorrindo, outros com um esgar jocoso...

Nem o meu total e completo horror às formas muito mais sutis de exposi-ção foram capazes de me podar naquele momento.

O sentimento único, porém certeiro. Aquele em que todo ser humano crê — apesar de não poder ver — me fez atravessar todo o corredor do embarque internacional correndo. Vestida daquele jeito.

Infelizmente, a percepção — qual tempestade imprevisível, intensa — só me atingiu naquele, de todos os dias.

Ela estava partindo.

Ia perdê-la.

Daquela vez para sempre.

Qual filme, sonho ou pesadelo.

O tecido branco do vestido maculado por gotas do meu próprio desespero. Como um glacê que escorre e desmancha sem que nada se possa fazer.

Flutuando, esvoaçando, palpitando ao vento da ansiedade.

A cauda longa. Peso que figurava o último esforço de impedir que eu extir-passe a distância.

Inútil.

Sabia o que queria, para onde ia. Estava cheia de verdades e certezas. Pela primeira vez.

Se não fosse tarde demais.

Se a alcançasse.

Se a impedisse.

Poderia...

Talvez...

Tentar explicar o que aconteceu.


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