Capítulo 5:Quinto Quarto

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Eu estava lá fora. Eu não estava mais na casa. O que me esperava depois de abrir a porta da sala "4" parecia ser uma caverna. Olhei para o chão e notei algo estranho e perturbador. O chão não era feito de grama, ou pedra, ou sujeira, eram pisos de madeira. Era o mesmo piso dos quartos anteriores. Este era o quarto número "4". De alguma forma eu ainda estava dentro da casa.

Havia tochas montadas nas paredes rochosas ao meu lado, e para além da caverna estava escuro como o breu. As tochas pareciam que podia ser retiradas da parede por baixo, então caminhei até a mais próxima e retirei para iluminar meu caminho. Meu corpo está suando, eu fiz meu caminho lentamente para dentro da caverna.

O zumbido se foi, espero que para sempre. Depois disso não ouvi barulho algum na caverna, apenas uma pequena brisa. A caverna parecia se estender eternamente, eu já estava andando nela há horas, até que vi uma luz azul fraca. Eu andei até ela, com cautela, mas um pouco acelerado. A luz era uma abertura a extremidade do túnel. Eu cheguei ao fim dessa caverna, mas não havia mais chão adiante, o fim era um penhasco e não havia outro caminho para seguir. Eu olhei de volta para trás para a caverna de onde eu vim, eu sabia que não havia volta. Eu fui até a borda do penhasco e olhei para queda abaixo. Eu senti um calafrio percorrer meu corpo inteiro. O que eu vi foi um oceano, água ao redor com mais nada a minha vista. Era uma queda de centenas de metros, com uma formação de rochas.

Meu corpo congelou quando percebi que as rochas lá embaixo formavam um "5".

Assustada eu me afastei da borda. Eu odiava alturas. Eu me afastei até ser barrada por um muro que não estava lá até pouco tempo atrás; Eu me virei ainda mais assustada com uma visão aterradora. Não havia mais caverna, eu estava cara a cara com uma parede sólida. Eu me mantinha dizendo que ainda estava na Casa Sem Fim.

Eu tinha que estar!

É evidente que não havia montanhas na cidade! Mas parecia tão real.

Olhei novamente para o precipício. Não podia ser real. Essa casa estava mais confusa agora. Mas o que ela esperava que eu fizesse agora era demais. Eu sabia o que aquelas rochas lá em baixo significava. Essa era a entrada para o quarto número "5", mas não havia escadas nem nenhum caminho para chegar até lá embaixo. A casa queria que eu saltasse.

Eu caí no chão me encolhendo. Eu não podia fazer isso, não conseguiria saltar de um penhasco de centenas de metros em uma formação rochosa irregular. Minha mente estava dividia em duas. Eu sabia que ainda estava dentro da casa, mas tudo que eu via ao meu redor me dizia o oposto. Eu fiquei lá no chão de madeira por um tempo, naquele momento eu já tinha perdido toda a noção do tempo.

Depois do que pareceram semanas, eu finalmente me levantei e fiz meu caminho até a borda do penhasco e olhei para baixo.

As rochas formando o "5" pareciam zombar de mim. A casa sabia que eu não conseguiria evitar provocações. Então aquele zumbido retornou, um zumbido baixo e distante, parecia vir de trás de mim, ressoando dentro da montanha. Eu não sei o que deu em mim, mas depois de ouvir esse som, algo dentro de mim se iluminou.

Eu fechei meus olhos e saltei.

O vento da queda contra meu rosto prendia meu fôlego e um medo profundo tomou conta de mim.

Eu ia morrer.

Eu ia colidir com as pedras e morrer.

Elas iam me partir em mil pedaços e eu ia morrer.

Eu não me atrevi a abrir meus olhos, apenas continuava caindo desesperada. O vento forte contra meu rosto continuava e o zumbido era agora ensurdecedor.

Então tudo acabou.

Eu não estava mais em queda, eu nunca atingi as pedras. Eu abri meus olhos e olhei em volta. Eu estava de pé sobre os pisos de madeira familiar da casa. O zumbido se foi e o silêncio tomou seu lugar. Eu consegui! Eu estava no
QUINTO QUARTO!

A Casa Sem Fim - MaggieOnde histórias criam vida. Descubra agora