Entre acasos e encontros

Capitulo 4

LARA POV
Paramos em um prédio espelhado de vinte andares e com um design bastante sofisticado. Ele encostou a Harley perto da portaria e levantou a viseira do capacete para que pudessem identifica-lo. Assim feito, deu partida na moto e estacionou na vaga de número 140. Entramos no elevador e o silêncio entre nós estava me incomodando, então resolvi falar:
- Qual é o andar? - Disse olhando para ele e depois pude notar o painel a nossa frente e o numero 19° iluminado. Corei imediatamente, me senti uma demente nesse momento.
- 19° - Ele respondeu e logo após explodiu em gargalhadas, observei só admirando o quanto seu sorriso era bonito e quando ele se acalmou fazendo sua respiração voltar ao normal lhe dei um tapa no ombro.
- Ai! Doeu! - Disse ele fazendo careta pra mim e passando a mão no ombro.
- Isso é para você aprender a não rir de mim! Idiota! - Respondi.
- Então me faça aprender de outra maneira, ora! - Ele falou arqueando a sobrancelha enquanto me encurralava no canto do elevador suspendendo meus braços e juntando nossas mãos ao mesmo tempo em que me beijava intensamente. Quando o beijo estava começando a esquentar a porta do elevador se abriu, percebemos que chegamos ao nosso destino. Entrelacei minhas pernas em sua cintura e meus braços em seu pescoço e demos continuidade ao beijo indo em direção à porta do seu apartamento, ele me segurava com braço enquanto o outro procurava a chave em seu bolso.
Abrimos a porta sem nos separarmos e seguimos em direção ao seu quarto. Era um pouco escuro, mas dava para visualizar devido à luz do abajur que estava ligada no criado mudo ao lado da sua cama de casal, tinha uma enorme tevê fixa na parede que eram brancas com detalhes cinza. Ele me deitou na cama, ficando por cima de mim sem parar de me beijar e se livrando da minha saia rapidamente. Colei ainda mais nossos corpos entrelaçando minhas pernas em sua cintura novamente, senti sua ereção através da calça, o ajudei retirando sua camisa e logo depois passando minha mão em seu peitoral, ele por sua vez retirou minha jaqueta enquanto beijava meus ombros e seguiu tirando minha camiseta, quando me dei conta já estava de lingerie preta na sua frente e então me entreguei de vez, sem medo.

Não que o sexo com o Smith era ruim, até porque ele foi o único cara que tinha transado, até agora, mas essa noite foi totalmente diferente, mesmo não havendo sentimento, era como se eu e Adam tivéssemos uma ligação e uma sintonia intensa. Logo me afastei dos meus pensamento quando olhei para ele estava do meu lado ofegante, assim como eu.
- Se apaixonou? Hahaha! - Disse tirando sarro de mim enquanto alisava meu braço com a ponta dos dedos.
- Vai sonhando! - Falei dando língua. O sono me dominou rapidamente, quando senti minha pálpebras se fecharem contra minha vontade apenas sussurrei baixinho "boa noite" sem me importar se obtive resposta ou não, apenas dormi.

Notei que a claridade estava mais intensa, então já devia ser meio dia ou mais tarde. Me levantei em um pulo catando minhas roupas pelo quarto, tinha que me apressar para o almoço de despedida que minha família tinha programado. Quando tinha tudo em mãos seguir em direção ao banheiro. Entrando no box percebi que faltava algo.
- ADAM?! VOCÊ PODE PEGAR UMA TOALHA PARA MIM? - Gritei alto o bastante para que ouvisse.
A agua morna escorria sobre o meu corpo me fazendo relaxar e aproveitando a sensação. Senti algo na minha cintura e ao abrir os olhos me deparei com ele iniciando um beijo. Me virei apoiando minhas mãos no box embaçado ao mesmo tempo em que ele enrolava meu cabelo em suas mãos, e então demos início ao segundo round.

Continue meu banho naturalmente depois que Adam saiu para fazer o café da manhã. Desliguei o chuveiro e puxei a toalha do cabide, junto veio uma calcinha que com certeza não era minha, fiquei alguns instantes refletindo sobre o que tinha acabando de acontecer e então fui para o quarto terminar de trocar de roupa. Comecei a ouvir múrmuros, em passos mansos me aproximando da porta que dava para ouvir melhor a conversa.
- Sim, meu amor... Também estou com saudades.. Quando chegar aí eu vou te encher de beijos.. - Ouvi ele falar ao celular. Meu estomago já estava embrulhado, senti um refluxo vir pela garganta, nem terminei de ouvir o resto da conversa, me senti enojada, vesti rapidamente minhas roupas, precisava sair daqui o mais rápido possível. Passei depressa pela cozinha em direção à porta.
- Já vai? - Ele disse com a frigideira em sua mão e a toalha enrolada na cintura.
- Já, tchau! - Disse abrindo a fechadura.
- Não quer ficar mais um pouco? - Ele falou se aproximando de mim.
- Não encoste em mim! E antes que eu me esqueça: Vá para o inferno. - Disse rangendo os dentes e batendo a porta com força e seguindo em direção ao elevador.
Já devia imaginar que um cara daqueles não estava solteiro, mas que burra eu sou, era para ser algum casual e agora me sinto péssima, suja e uma vadia. Tenho nojo de caras que não se contentam com apenas com uma mulher, sempre estão a procurar de carne nova como se fossem animais, sem a menor consideração e respeito pela companheira. Como se não bastasse todo o trauma que tenho do casamento dos meus pais, me encontro em situação parecida e não me sinto nada bem com isso.
A porta do elevador se abriu e eu entrei, quando apertei o botão do primeiro andar Adam apareceu colocando a mão no sensor evitando que o elevador fechasse.
- Lara, você é louca ou o que?! Por que você está saindo desse jeito? - Ele perguntou com os olhos arregalados, com as mãos na cintura e uma cara seria.
- Adeus Adam! - Falei enquanto via as portas fecharem. Que se foda esse cara estou indo começar uma nova vida na Inglaterra.