Estava sentada na janela do meu quarto olhamos aquela mesma casa. Já fazia um tempo que meu melhor amigo havia falecido. Não sabia mais o que fazer. A dor me consumia e as lágrimas já faziam parte de mim.
A notícia da morte do Binho virou manchete. a todo lugar que eu ia todos olhavam para mim. Sei que ele morreu tentando me salvar e apesar da senhora Beneth(mãe do Binho) dizer que não foi culpa minha, sei que eu deveria ter morrido naquele assalto. Por minha causa a pessoa mais bondosa e amável do mundo não estava mais entre nós.
Os Beneths foram embora. Eles dizem que são muitas lembranças. Vão para a França morar com uns parentes de lá.
Senti dois braços a minha volta e sorri. Sabia quem era.
- O que faz uma garota tão linda sentada na janela olhando para uma casa que agora está vazia. - meu irmão sempre faz de tudo para não me ver pra baixo.
- Ela está pensando em tudo o que passou ao lado do garoto mais perfeito desse bairro.
- Ah Marian eu sei que você me ama.
- Para Daniel, você sabe que estou falando do Binho.
Não aguento mais essa tortura, dói só sempre que olho essa casa.
- E porque você fica olhando.
- Porque que assim eu sinto tanta dor quanto a que ele sentiu ao ser baleado por minha causa.
- Mari, para com isso, não foi culpa sua, não fica se martirizando por isso. Ah e mamãe mandou avisar que essa casa já foi comprada.
- O QUE, COMO ASSIM, QUEM COMPROU!!! - eu não acredito que alguém vai morar na mesma casa que meu amigo morou por tantos anos. Onde passamos altos e baixos. Brincamos, rodamos e pulamos até dizer chega.
- Calma Mary, eu não sei quem foi só sei que chegam hoje ou amanhã. Os Beneths precisavam do dinheiro para recomesarem a vida deles. Venderam e pronto.- Eu sei que ele estava certo, sei que a vida continua. Mais dói saber que uma família feliz vai morar na casa em que foi morto meu melhor amigo.
- Tudo bem Dante...
- Quer sair daqui? Vamos tomar sorvete?- Nem precisei pensar algo que me deixa muito bem é sorvete. Pode estar até mesmo nevando que eu não vou estar nem aí. Vou tomar e pronto. Desci da janela num pulo e tratei de colocar um sorriso no rosto.
- Aí Dante. Sabia que eu te amo muito?
- Claro que sei Mary. Principalmente quando falamos em sorvete.- Sorri e passei por ele indo buscar uma blusa de friu.
- Anda bobalhão. Logo a sorveteria fecha.
- Nossa você é rápida né.
- Claro meu filho estamos falando de sorvete. S.O.R.V.E.T.E. a segunda maravilha do mundo.
- E qual é a primeira. - ele pergunta sorrindo.
- Brigadeiro - respondi descendo as escadas correndo.
- Desde a nossa viagem a casa da vovó no Brasil, essa é uma das coisas que você mais come.
- Rsrs eu quero é mais.
Você deve estar pensando tipo "nossa a minutos ela estava sofrendo e agora só por que ouviu falar em sorvete já até esqueceu". NÃO, eu conheço o Daniel e enquanto não vê um sorriso em meu rosto ele não me deixaria em paz. Então o certo é aceitar logo para pode voltar para casa e sofrer sozinha sem precisar levar ninguém comigo.
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O garoto da casa ao lado.
Romance- Idiota!!! - exclameu já irritada. - Linda!!! - ele exclamou sorridente. - Me esquece!!! - Não posso!!! - Morre!!! - Só se for por você!!