Prologue

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💔 "мoмenтѕ ιn тιмe, ι'll ғιnd тнe wordѕ тo ѕay... вeғore yoυ leave мe тoday."

{Summer}

Não foram precisos muitos anos de vida para aprender que a saudade pode parecer algo banal, insignificante. Mas quando ela deixa de ser uma 'teoria' e passa a ser 'aplicada' na sua vida, ela ganha dimensões incrivelmente maiores.

  *Flashback*

"Filha, vamos? Temos que despedir dos seus..."

"Eu não quero ir mãe! Vou sentir saudade dos meus amigos, dos lugares, de tudo! Não quero ver a vovó num caixão, e também não sei falar português, vão rir de mim, mãe, não quero que eles riam..." Comecei a chorar.

"Minha filha, você tem dez anos, já é grandinha para entender e mamãe já te explicou que nós temos que ficar com seu avô; já que ele não quer morar aqui conosco, temos que morar com ele no Brasil, e temos que ir no enterro da sua avó, para nos despedirmos dela... Eu sei que vai ser difícil, mas nós vamos superar tudo isso, ok?" Ela se abaixou na minha altura e enxugou minhas lágrimas, e eu assenti. "Vai lá, ele está te esperando para se despedirem e ela já está chegando." Beijou minha testa e levantou.

Fui até o jardim da minha casa e olhei para a casa da frente, que eu tanto frequentei, e a pessoa que tanto me fez companhia por tantos anos, sentada nas escadas da frente me olhando. Primeiro me despedi dos pais dele e do irmão mais velho, que foram ajudar mamãe lá em casa. Depois corri atravessando a rua enquanto ele se levantava e vinha em minha direção, me abraçando e girando.

"Para, nós vamos cair seu maluco!" Eu dizia rindo até que ele me pôs no chão e me abraçou forte por um bom tempo, tanto que deu para sentir meu ombro ficar molhado pelas lágrimas dele, assim como o dele com as minhas.

"Não vai, por favor, quem vai cantar comigo, quem eu vou acalmar enquanto tiver o barulho do vento quando ele passar pela fresta da janela?" Ele chorava mais e eu também, até que ela chegou chorando e nos abraçou.

"Não chorem, eu prometo que volto, que vou falar com vocês sempre, não importa quando, vocês podem contar comigo. Vocês são os meus melhores amigos, as pessoas que sempre estiveram aqui para mim. Eu amo muito vocês, obrigada por tudo." Eu dizia tentando me acalmar.

"Filha, hora de ir, tchau meninos." Papai me chamou e eles o abraçaram e depois a minha mãe, enquanto eu me despedia dos pais da minha melhor amiga. "Juntem para tirar uma última foto juntos, meninos."

Depois da foto, abracei primeiro a ela, agradecendo por sua amizade, e dizendo que já estava com saudades. Em seguida, o abracei, e aí as lágrimas anteriormente controladas retornaram, com muita força.

"Promete que não vai se esquecer de mim, por nada nesse mundo?" Perguntamos juntos e assentimos.

"Obrigada por ser a melhor pessoa que eu já conheci nessa vida, pelos
abraços inesperados, por tudo. Te amo, meu falso ruivo."

"Obrigada? Eu que agradeço, minha falsa loira. Também te amo." E deu um beijo na minha bochecha, me soltando.

Entrei no carro e com os olhos embaçados após tantas lágrimas de 'tchau', adormeci no caminho até o aeroporto.

*Flashback*

Éramos três crianças de dez anos com sorrisos tristes nos rostos inchados de tanto chorar, em um forte abraço de lado, rezando para o futuro nos unir novamente.

"Não me diga que você está chorando por causa dessa foto de novo. Eu vou queimar isso, daqui a pouco. Quantas vezes eu já não disse que tudo que é nosso, volta para nós no final? Se for para vocês três se reencontrarem vai ser, se não for, não será! Vou guardar a foto, me dá." Chloe apareceu na sala da minha casa e depois do 'sermão', foi até meu quarto, guardou a foto e retornou até onde eu estava.

"O.K 'Mãe Chloe', de que me adianta você falar essa frase de que tudo volta no final e essas suas psicologias doidas aí se a gente não sabe quando chega esse final? Eu quero descobgrir quando esse final chega!" Dizia emburrada, de braços cruzados.

"O final chega quando tem que chegar, criança, tudo tem seu tempo. TEMPO! 'MOMENTS IN TIME, I'LL FIND THE WORDS TO SAY... BEFORE YOU LEAVE ME TODAY." Ela começou a cantar.

"Ô INFERNO, dá para ficar quieta, ou sem cantar essa merda de banda por UM MÍSERO DIA?" Perguntei desesperada.

"NÃO! E se reclamar, chamo as meninas!"

"Adeus." Saí do sofá e fui em direção ao meu quarto, mas parei nas escadas e gritei para ela: "Quando você acabar de fazer o que for aqui em casa, só vaza para sua casa depois de tudo arrumado! Tchau." Fui para meu quarto dormir.

Half a HeartOnde histórias criam vida. Descubra agora