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Era uma sexta feira, eu tinha acabado de chegar na escola. Os portões ainda estavam fechados, nem o porteiro estava ali, acho que cheguei cedo demais. Sentei debaixo da árvore que tinha por ali e pus meu óculos de sol, mesmo fraca, aquela luminosidade estava me incomodando. Fechei os olhos e senti a brisa bater em meu rosto, os meus cabelos indo para todas as direções possíveis. Pude ouvir passos ao meu lado e pude abrir os olhos que estavam protegidos pelo óculos. Olhei para cima e vi o pequeno corpo de Maethe ao meu lado. Ela se sentou ao meu lado e me olhou.

- Alan? - ela disse com uma voz trêmula

- Ma - disse sorrindo. Minha voz soou rouca, pois eu ainda estava sonolento. O sorriso da mais nova se alargou e algo dentro de mim me deixava com uma sensação boba.

- Posso me sentar? - ela estava inquieto, parecia querer algo. Apenas assenti com a cabeça e o corpo pequeno de Maethe se sentou ao meu lado - Obrigado

- Maethe, eu não mordo sabia? - perguntei e ela riu. Que risada adorável!

- Eu sei , só não quero incomodar

- Acredita mesmo que se estivesse incomodando, eu deixaria você se sentar aqui ao meu lado?

- Verdade - ela disse parando para pensar.

- Aliás, quem que recusa um tempo ao lado de Alan Ferreira?

- Babaca.

- O que disse? - me engasguei ao ouvir aquelas palavras. Eu não esperava aquilo de Maethe.

- Você sendo babaca se achando desse jeito.

- Mas...

- Você sempre foi assim né? Sempre se achando, fazendo com que o mundo gire ao seu redor.

- Maethe, mas que merda está acontecendo?

- Me desculpe Alan.. - ela disse abaixando a cabeça. Eu não sabia o que fazer, até que ouvi o que não queria.

Maethe estava chorando.

Seu corpo pequeno estava todo encolhido ao lado da árvore e seus ombros balançavam para cima e para baixo. Rapidamente tirei meu óculos e fui em sua direção. Fiz a primeira coisa que pensei: a abracei. Parece que foi ali que ela desabou mais que o possível. Seus braços estavam entrelaçados em minha cintura e seu rosto estava em meu peito, suas lágrimas manchando minha blusa, mas eu não me importava. Eu só queria que minha pequena parasse de chorar.

- Ma, olha pra mim - pedi gentilmente e ele não conseguiu me olhar - Ma... - tentei mais uma vez. Lentamente, seus olhos encontraram com os meus. Eles estavam avermelhados por conta do choro, o qual ainda não sabia o motivo. Uma lágrima rolou de seus olhos e eu sequei com meu polegar. Sua pele macia se arrepiou ao meu toque e ela fechou novamente seus olhos. Mexi o polegar em sua bochecha e pude ver um sorriso mínimo brotar em seus lábios. Era assim que eu queria ela, sorrindo.

A brisa ainda estava fraca e mexia lentamente com nossos cabelos. Meus cabelos já descontrolados estavam feios ao lado dos fios todos alinhados de Maethe, nem com aquele vento seus cabelos se mexiam. Passei minha mão por seus cabelos e ela sorriu ainda mais. Percebi que a cada toque que eu dava, seu sorriso aumentava. Levei minhas mãos para sua nuca e ela mordeu seus lábios. Porra, ela não sabe o efeito que tem sobre mim.

- Alan - ela sussurrou com a voz rouca. Ela devia ser proibido de fazer aquilo, mil coisas passavam por minha cabeça. Tantas coisas que eu poderia fazer com ela.

- Só basta você me dizer o que quer Ma - eu falei e ela mordeu o lábio novamente. Estava ficando difícil assim.

- Eu... Eu quero você - e pronto. Com isso, eu não iria mais conseguir responder por mim. Continuei com uma das minhas mãos em sua nuca e a outra levei para sua cintura. Pude perceber minha respiração ficando acelerada, muito por sinal. Era tudo o que eu sempre quis. Estar com a mulher que eu amava ao meu lado, a tocar, a beijar, a chamar de minha. Ela não ficava atrás, sua respiração também estava bem acelerada. Sim, aquele sentimento era mútuo.

Fechei meus olhos e me aproximei da menina a minha frente. Apenas um leve toque de lábios fez meu coração parar. Aprofundei o beijo e a puxei para mais perto de mim, eu não podia perder nenhum toque, nenhum perto ao lado dela. Suas pequenas mãos foram de encontro aos meus cabelos enquanto minha língua explorava a sua boca. O sabor de menta ali predominava e só me fazia querer mais. Foi ali que me toquei: aquele era nosso primeiro beijo.

Quando a falta de ar se fez presente, apenas separamos nossos lábios. Nossas testas ainda estavam encostadas e tentávamos controlar nossas respirações e corações. Meu deus, eu havia ficado com Maethe Pauferro. Por céus, eu queria mais daquilo.

- Meu Deus - ela disse sorrindo, a voz rouca. A minha não devia estar diferente. - Isso foi tão...

- Tão certo - eu disse e lhe dei um selinho, arrancando junto um sorriso. Fomos para um parque distante, meu lugar preferido. Ficamos ali, curtindo a presença um do outro, trocando beijos e caricias. Eu apenas queria congelar aquele momento para sempre. 


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