Arrume As Malas.

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Minha mãe sempre foi uma mulher guerreira trabalhava numa carvoaria desde criança. Ela cuidava muito bem de mim. Me lembro dela me levando pra escola e sempre que dava me comprava algodão doce. Meu pai? Esse eu não sei nem o nome, sempre que perguntava dele  minha mãe  mudava de assunto.
   Quando eu tinha dois anos me lembro que minha mãe foi no hospital e não voltou mais. Nunca me contaram o que aconteceu, eu prefiro achar que ela trabalha lá até hoje. Depois disso me levaram para  uma casa bem grande, lá tem comida e outras crianças para brincar. O Dudu meu melhor amigo também mora lá. Ele perdeu os pais em um acidente de carro, desde então  mora aqui junto comigo. A gente também estuda aqui,  a Freira Lourdes é quem nos dá aula. Sempre tiro notas boas e quando eu crescer vou comprar uma casa bem grande e adotar todos os cachorros de rua.
   Já tenho quase dez anos  e amanhã vai ser meu  aniversário. Eu queria muito que meus pais tivessem aqui, mas não dá. Já sei:
- DUDU!!! VEM AQUI.
- Que Gritaria Thalita. O que aconteceu?
Sussurrava Dudu bem baixinho.
- Bem que a gente deveria procurar o resto da nossa família, aliás nossos pais não eram filhos de chocadeira.
Acho que essa foi uma das melhores idéias que eu tive na minha vida. Logo arrumamos nossas malas, já estava descido, iríamos fugir para o interior. Pela madrugada a gente saiu escondido de pontinha de pé pra que ninguém percebesse. - Dudu, corra lá vem o trem.
    Aí meu Deus! Aquele menino era muito lerdo, quase que a gente perdia o trem. Por sorte que eu fui muito ágil e a gente consegui entrar. Quando a gente chegou lá era tudo muito estranho, todos nos olhavam como se nunca tivesse nos visto, mas, eles nunca nos viram mesmo.
   No meio da praça tinha um mágico, que fazia ótimas mágicas. Ainda me pergunto como aquele coelho entrou na cartola. Dudu ficou abismado, não tirava os olhos do mágico.
   Já estava tarde, a gente não tinha para onde ir. Foi quando passou uma senhora de certa idade e nos perguntou se não queríamos dormir na casa dela. Claro que recusamos estava óbvio que era uma bruxa.
   Encontramos uns colchões velhos e dormimos por ali mesmo. Logo o sol nasceu, puxei Dudu pelo pé ( ah! Garoto dorminhoco) pra gente ir procurar nossa família. Um mendigo nos deu pão com queijo. Nunca comi tão bem na vida. Talvez seja por culpa da fome. Já era umas 9:00 horas perguntei para um senhor se ele não conhecia um marceneiro. Ele me falou que o único da cidade morava a quilômetros, e tínhamos que subir um morro a pé para encontrar a casa dele.
 


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⏰ Última atualização: Oct 10, 2015 ⏰

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