Mistake

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Louis POV

Julho 15, 2013

Estava feito.

A verdade fora finalmente dita e o palco já estava montado. Eu queria e esperei tanto tempo para poder dizer isto da boca para fora. Um peso invisível tivera sido tirado repentinamente do meu peito causando uma enorme facilidade em respirar. Eu estava tão assustado a contar a verdade mas agora que o fiz, o meu peito sobe e desce livremente. Sem restrições, sem regras, nada alem da liberdade da verdade. É como se cada regra que eu tinha sido obrigado a seguir durante estes poucos anos se tivessem enrolado em meu redor tal como uma trepadeira. Com as mentiras e as dores elas continuaram a crescer, apenas se tornando mais fortes e apertadas. Tão apertadas que os meus pulmões não conseguiam forçar o ar a entrar e a minha mente não pudesse pensar corretamente.

Agora, essas trepadeiras foram cortadas e nunca mais se iram enrolar em meu redor.

Sinto que tudo dos últimos dois anos e meio a saírem de mim como se fossem ondas. Uma nova sensação a transbordar e a fazer com que um sorriso nascesse nos meus lábios. Um sorriso que não tem sido genuíno por tanto tempo, finalmente toma o lugar da carranca e eu gosto disso. Goto de sorrir e não de me magoar.

Eu sabia que esta felicidade seria vivida por pouco tempo mas fecho os olhos e desfruto do momento. A minha mente logo se clareia, deixando-me mergulhar em nada além de conforto e paz. Eu ansiei por esta paz por tanto tempo, mas sabia que até agora mesmo, ainda não a tinha tido por completo. Não a terei por completo até executar a razão pela qual comecei isto tudo.

Ao abrir os meus olhos, vejo o laptop fechado, o diário e o álbum de fotos. Tudo o que acabei de fazer e começar, está a fazer-me pensar. Sei que eles querem uma explicação mais a fundo mas não tenho a certeza se tenho uma para dar. Coloquei o meu coração nesta twitcam na frente do mundo. Eu sei que eles estavam a assistir, vi as mensagens mas não podia responder. Não posso dar-lhe a esperança de algo e sei que é isso que ele quer. Mas não tenho nada a ser deixado, a esperança já tinha ido embora primeiro que eu.

Levanto-me, pego nas coisas que deixei e coloco-as todas juntas no topo da cama. Eu queria que eles tivessem aquilo. Queria que o Harry lesse o diário e que visse as fotos. Não sou tão burro ao ponto de pensar que eles não me iram encontrar, sei que eles vão. É só uma questão de tempo agora e sei que devem estar a chegar. Estas são as minhas únicas coisas pessoais que têm algum significado. Elas parecem estupidas e clichés mas o álbum sustenta as minhas memorias, e o diário contem poemas e pequenas historias. É uma coleção de amor e tempo gasto com aqueles que são importantes para mim.

O peso da noite obscura cai novamente sobre o meu peito e começa a enche-lo de dor novamente. Não é apenas uma dor emocional, é também física. Tento não pensar muito nisso mas não consigo evitar. Não consigo evitar pensar nas minhas irmãs, na minha mãe, nos meus amigos, e...no meu Harry. Penso sempre no Harry. No seu lindo rosto, sorriso doce e leve e um coração pelo qual oro para que seja sempre meu.

Espero que ele siga em frente e que não se culpe, mas acho que isso é difícil de acontecer. Ele foi sempre muito duro consigo mesmo, pensado que era a causa dos problemas de todos os outros. Sempre a tentar arranjar uma maneira de ajudar a consertar tudo porque esse é o tipo de pessoa que ele é. Ele é um altruísta que só quer o melhor para aqueles que passaram pelo seu caminho.

Odeio ver a maneira que a media ou até mesmo algumas fãs o retratam. A achar que ele é o tipo de quebra corações, sempre á procura de uma vitima. Ele foi feito para ser viciado em sexo, sempre com uma rapariga nova nos seus braços toda a noite mas isso não é verdade. Eles não conhecem o Harry que eu conheço. Aquele que fica acordado até às quatro da manhã a compor musicas, aquele que vai até aos hospitais para passar tempo com as crianças doentes ou até mesmo aquele que estende dinheiro aos sem-abrigos. Não, eles nunca pareciam valorizar nada disso. Mas isso é quem ele é, e é só mais uma das razões para adicionar à lista do porque de eu o amar.

Eu queria não ter necessitado de o deixar, não ter precisado de partir o seu coração mais ainda mas eu precisava. Eu não pararia esta loucura se continuasse. Seria muito pior e não consigo lidar com isso. A minha mente chegou à conclusão há um longo tempo de que eu precisava de acabar com a minha vida. Senti como se tivesse vivido um bom tempo mesmo que alguns dos momentos tenham sido de dor. Eu estava simplesmente farto. Não tinha mais vontade de lutar e não queria. Eu estou pronto para ir. Não ficarei mais aqui só para contar mais um dia miserável.

Decidi que não ficarei mais aqui para viver a minha vida como uma mentira. Eu não vou continuar a viver uma vida cheia de mentiras porque esse não é quem eu sou. Mas, o mais importante, eu não vou andar mais a merda de um dia nesta terra se não posso ter Harry ao meu lado.

Esta era uma maneira de acabar com toda a dor, todo o sofrimento. Eu não teria que sofrer mais e muito menos o Harry. Ele não teria que se sentar ao meu lado e contemplar-me como uma mera pessoa. Não posso mais fazer isto com ele e esta é a maneira de consertar tudo. Esta é a nossa maneira de remendar as coisas. Os meninos seguirão em frente e eventualmente irão ficar bem. Sei que o Harry vai demorar, mas até ele arranjará um apoio para seguir em frente. Ou eu espero que sim.

Tudo tinha finalmente chegado a este momento. Este momento final ode eu dizia adeus e me colocava naquela posição. Em que me sentia em paz com a minha decisão e nada a mudaria.

Então, com a minha mente focada nesse pensamento, pego na minha bolsa e vou até à pequena casa de banho. Esta bolsa tem sido empacotada por meses, preenchida com diferentes coisas já que eu não conseguia escolher. Como é que alguém consegue escolher a maneira de cometer o suicídio? Era difícil o suficiente decidir que a minha vida tinha de acabar, mas escolher a maneira com o qual aconteceria parecia fora do meu alcance.

Fecho a porta atrás de mim e coloco a bolsa no balcão olhando para o meu reflexo no espelho. Encaro-me e percebo que pareço apenas metade do rapaz que era. O meu rosto parece querer distancia da vida e o meu olhar parece perdido. Não tem nenhum traço de felicidade ou humor nem sequer traços de um rapaz que costumava ser capaz de sentir tudo menos tristeza. Nada. Foi tudo embora. "Abandonado" é uma desculpa pateticamente triste da vida de alguém que não merece nada pelo que já passou.

Eu pensava que tinha trabalhado no duro por tudo o que tínhamos mas talvez eles só me tenham deixado. Talvez eu só estava lá. Apenas a fazer parte do espetáculo e nunca a ouvir as palavras que sabia que eles queriam dizer.

Vai embora

Inútil

Sem talento

Mal amado

Com certeza que é isso que eles pensam de mim. Que eu era uma fardo, uma cansativo fardo. Até agora estou a tentar andar rapidamente até ao fundo do túnel, sou um fardo. Fiz a merda de uma tempestade com tudo o que disse ao mundo. Balanço a cabeça, sei que eles não terão de se preocupar com isto por muito tempo. E isto será agora.

"É pelo melhor." Penso para mim mesmo enquanto abro a bolsa. Uma sensação fria é mandada pela minha coluna enquanto coloco as milhares de coisas em cima do balcão. Uma pequena gargalhada triste sai pelos meus lábios enquanto penso no que estou a fazer. A contemplar o suicídio? Sou realmente eu? Como isto parece a melhor solução? Porque é que isto parece resolver todos os meus problemas

Porque não podes estar aqui.

Este era o porquê. Eu não podia estar aqui. Eu não teria de me magoar ou magoar os outros. Eu não teria de ver a dor daquilo que fiz no meu rosto. Não, tudo isto será feito, tudo isto vai embora, tudo irá morrer.

Eu vou morrer.

Sei que é o que quero e agora olhando para o balcão cheio de frascos de comprimidos, laminas, uma corda e varias coisas diferentes. Só tenho de escolher qual é mais fácil.

Da maneira que quero ir.


27 Minutes - Larry Stylinson PTOnde histórias criam vida. Descubra agora