Dia Um

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Olá lindos, bom esse não é meu primeiro livro no wattpad. Não terminei meu outro projeto, é algo mais complexo. E esse é divertido, e estou amando escrevê-lo, tentarei postar novos capítulos toda semana, entre quinta e sexta. Estou me organizando melhor nesse projeto, espero que gostem, para mim está sendo muito especial compartilhar com vocês. É muito importante que vocês curtam, e comentem sobre o que vocês acham, o rumo da história vai depender de vocês também. Obrigado a cada um de vocês !!! Beijos.
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Abri meus olhos, permitindo-me ver aquele céu completamente azul, o som das ondas quebrando me fazia relaxar e esquecer que a vida estava uma droga, literalmente. Moro no Rio de Janeiro a " cidade maravilhosa" que de maravilhosa ultimamente não tem nada, pelo menos pra mim. Que calor é esse? Simplesmente é impossível ficar dentro de casa, já que o Breno fez o favor de quebrar o ar-condicionado (Breno é meu irmão mais velho) Ele tem 20 anos mas é um malandrão, tem uma vida boa, papai tentou lhe arrumar um emprego mas ele sempre é despedido, não sei o que diabos ele faz pra que isso aconteça. Papai é um bom homem, mamãe é uma verdadeira perua. Não temos uma condição de vida ruim, não somos ricos nem nada, mas não temos problemas financeiros, isso graças ao papai que sempre trabalhou duro para nos dá conforto, eu o via realmente como um herói.
- Myleeeeee - a voz tirou-me dos meus pensamentos. Olhei para cima e vi uma ruiva de olhos azuis com uma cara de " eu vou te matar sua vaca"
- Hey Mari.
- Não acredito que você veio no arpoador e não me chamou, eu deveria te matar sabia.
- Ah qual é - dei uma risadinha. O que deixou Mari com mais raiva.
- Mariana, você sabe que as vezes gosto de ficar um pouco sozinha.
- Não vem com essa de rainha da bad, já te falei que não vale a pena ficar assim, você tem mesmo é que ir na festa do Caio comigo.
- Eu não vou, já te falei, você sabe quem vai tá lá.
- Fernando e blá-blá-blá, fala sério, você tem que superar aquele cara.
- Você fala como se isso fosse fácil, eu passei 2 anos com ele Mari, você sabe o quanto a gente se gostava.
- É meu bem, e é porque eu sei, que te digo pra esquecer alguém que traiu sua confiança. Você sabe que não vale a pena, se você pensa em voltar, te digo, vai ser a maior burrice que você vai fazer.
- Não seja ridícula, não quero voltar com ele, só não é tão simples esquecê-lo.
- Mas você nem tenta, passa o dia escutando Lana Del Rey e fica enfiada no seu quarto, você não tá nem tentando Mylena. Quer saber eu vou te levar pra essa festa e fim de papo.
- Mariana eu não vou, é sério, nem roupa eu...
- Seu problema é roupa? Tenho um vestido lindo que cairia muito bem em você.
- Mari...
- Sem essa de Mari, você vai e ponto.
- Você é uma chata sabia- falei revirando os olhos.
- Faltam 9 horas, acho melhor a gente ir.
- Tá falando sério?
- Olha pra minha cara, pareço estar brincando?
- Então tá né- soltei uma risadinha.
Nunca vi pessoa mais estressada, eu tinha que suportar todos os dias as chatices da minha melhor amiga. Mariana é do tipo de menina que faria tudo pra te deixar feliz, depois que Fernando terminou comigo eu entrei numa bad e não sai mais, para mim está sendo difícil aceitar que o menino que eu achava ser o amor da minha vida, me trocou e me abandonou. Ela me ajudou muito, às vezes sou muito difícil de convencer, mas Mari sempre insiste na ideia de me levar pra sair e ir pra noitada e pegar muitos gatinhos, não é muito minha praia, mas sei que ela faz isso pra me ver melhor. Hoje tem o aniversário do Caio e ele vai fazer uma grande festa, apesar de eu não gostar do Caio ele me convidou, mas só por causa da Mari, eles ficam, faz um ano. Caio é o melhor amigo do Fernando, na época era o quarteto, eu, Fernando, Mari e Caio, saíamos sempre os quatro juntos, era sempre muito divertido, mas depois do aconteceu eu me afastei tanto do Caio como do Fernando. O tempo passou e tudo mudou, mas ainda sim, eu sinto algo por Fernando. Quando chegamos na casa da Mari ela abriu seu gigante closet, acho que se você entrasse ali sairia em Nárnia, é muita roupa pra uma pessoa só.
- Olha esse vermelho, é lindo - ela falou apontando- mas também o preto e o azul.
- Ok. Lá vamos nós.
- Sem reclamações Mylena.
- Tá, parei.
Depois de horas provando vestidos, finalmente achei um perfeito.
- AH MEU DEUS - ela me olhou e deu um gritinho - Você está perfeita, aposto que quando o Fernando te ver, vai querer se matar por ter deixado você escapar.
Me olhei no espelho, meu corpo era mediano, o vestido favorecia minhas curvas, ele é preto e tem uma abertura nas costas, e tem umas enormes fendas de cada lado. Se ainda tivesse namorando o Nando ele nunca me deixaria sair com um vestido desses, ele é muito ciumento. Mas já que eu vou pra droga desse aniversário, vou fazer valer. Mariana me fez passar horas num salão fazendo o cabelo e as unhas e todas essas coisas que eu odeio.
Fomos pra minha casa, terminamos de nos arrumar.
- Meu Deus, essa não sou eu Mari - olhei o reflexo daquela garota incrivelmente bonita no espelho - Você não acha que está vulgar? - ela me olhou perplexa.
- Você tá de brincadeira? Você tá perfeita, sexy, até eu te pegaria - soltei uma gargalhada e Mari me acompanhou.
- Só você mesmo Mari - peguei meu celular e olhei as horas.
- Que droga, já é quase 8 horas.
- Acho melhor a gente ir, mas você sabe nunca começa no horário certo, e ainda sim é mais divertido chegar atrasada.
Esperei meia hora até que Mari estivesse pronta. Pegamos um táxi, até o condomínio do Caio.
O salão de festas estava lotado. Entramos e logo Caio veio em nossa direção. Mari correu e o abraçou, a noite apenas estava começando e eu já me preparava pra segurar vela.
- Oi Mylena - ele me abraçou e sorriu.
- Oi Caio- abri um sorriso amarelo.
- Uau você tá muito bonita- fiquei meio sem graça e ele logo percebeu - hum, fiquem a vontade- ele falou e se virou pra mari e lhe deu um beijo, sussurrou algo que eu não escutei e saiu.
- Myle, o Caio falou que o Fernando tá aqui, com a biscate.
- Sério isso? Por favor se ele ousar chegar perto de mim, me arrasta pra qualquer lugar, e como diria Ludmilla É HOJE!!!
- É isso aaaaaai.
Mari me arrastou pra pista de dança. A bebida era liberada, eu com certeza sairia carregada hoje. Só de pensar que Fernando e a biscate estavam no mesmo ambiente que eu, me dava enjoo. Olhei pra Mari ela estava concentrada em algo atrás de mim.
- Que droga - ela resmungava - era só o que me faltava.
- O que foi? É o Fernando ? Droga a gente tem que sair daqui.
- Não, não. Sabe aquele meu irmão que tem a minha idade?
- Você tem irmão com a sua idade? - não lembro de conhecer nenhum irmão da mesma idade da Mari, eu só conhecia o Alberto e João, que por sinal são mais velhos que Mari.
- Não lembra dele? Ele foi morar com a minha avó, minha mãe não aguentava mais ele.
- Juro que não lembro - tentei buscar na minha mente, mas não consegui lembrar.
- Óbvio que lembra, nas férias quando a gente ia lá pra minha avó, lembra daquele pivete ruivinho, que sempre te enchia o saco e puxava seu cabelo.
- Aaaaaaah - como tinha esquecido daquele peste, pra mim na época ele parecia ser mais novo, só que tinha nossa idade. Ele sempre puxava meu cabelo, e me chamava de gorda e feia, e eu sempre saia correndo atrás dele. Eu tinha ódio daquele menino, mas desde os meus 10 anos que não vejo ele.
- Mas o que tem ele?
- Ele tá me procurando, ou sei lá, não sei porque ele tá aqui, ele deveria estar com a vovó - ela observava - Vem, vou lá falar com ele - e me puxou pelo braço.
- Porque você tá aqui Eduardo ?
Ela cravou os olhos nele.
- Olha só garota, o papai pediu pra que eu viesse atrás de você.
- Vai embora, ele me deixou vir a festa. É o aniversário do meu namorado. ( quase isso)
- Você que sabe, depois que ficar de castigo não diga que não avisei - ele fez pouco caso.
- Não enche Eduardo. Me dá seu celular.
- Pra que ?
- Vou ligar pro papai - ele ficou imóvel olhando pra ela - me dá logo esse celular idiota.
- Você é muito mal agradecida, seria pior se ele mesmo viesse.
Ele tirou o celular do bolso e o entregou a Mari. Ela ligou e saiu. Fui atrás e por sinal Eduardo também. Ela ficou discutindo alguma coisa no telefone. E meus olhos buscavam em meio à multidão, ver algum vestígio do Fernando, eu não queria vê-lo, mas ao mesmo tempo queria.
- Ei eu não te conheço de algum lugar ?
- Em ?
- Você tá bêbada ou o que?
- Eu não...
- O seu nome é Manuela não é?
- O que ??? Não, você é maluco ou se faz?
- Seu nome não é Manuela?
- Meu nome é Mylena.
- Ah - ele me olhou parecendo lembrar de algo - a que eu puxava o cabelo.
- É, sou eu mesmo, meu coro cabeludo até hoje dói.
- Você tá bem diferente - ele me olhou dos pés à cabeça - você era gordinha.
- Olha aqui garoto, não to afim de brincadeirinhas sem graça, te conheço bem e acho que você não deve ter mudado muita coisa - pela primeira vez desde que o vi, o avaliei, ele tinha mudado muito, estava bem mais alto, não muito musculoso, mas mediano, seus cabelos ainda eram os mesmos e seus olhos estavam ainda mais azuis, mas continuava sendo um grande babaca.
- Você realmente não me conhece - ele me olhou irritado.
- Dá licença, não to afim de escutar abobrinhas - falei. Ele fez cara feia e resmungou.
- Não faz falta.
Sai de lá bufando de raiva, que menino babaca. Mas não vou me estressar por causa disso, já era estresse demais pensar em esbarrar com Fernando. Falando em Fernando. Ele estava vindo em minha direção. Meu coração acelerou e lembrei de todos os dias ao seu lado e de tudo o que a gente viveu. Ele estava de mãos dadas com uma loira, que deveria ter 1,75 de altura, enquanto eu tinha 1,62. Mas o salto me ajudou um pouco a parecer alta. Tentei fugir, mas ele foi mais rápido.
- Oi Mylena - ele me olhou, ainda sem jeito, minha vontade era dá na cara dele. Juntei forças pra que as palavras saíssem da minha boca.
- Oi Fernando.
- Queria te apresentar minha namorada, Amanda - dei um sorriso carregado de sarcasmo.
- É um prazer conhecê-la, espero que sejam felizes.
Senti alguém segurar meu braço.
- Oi Mariana, quanto tempo.
- Nem começa lindo, você é um cara de pau, dá licença.
Ela saiu me arrastando, até a pista de dança.
- Eu te amo sabia, você me salvou - joguei meus braços em seus ombros.
- Sempre te salvo mesmo - e deu uma risadinha - o que você falou pro meu irmão ?
- Hum, nada, porque?
- Ele saiu bufando de ódio e foi encher a cara.
- Sei lá, seu irmão é um problemático.
- É, eu sei. Quero beber.
- Também, vem.
Conseguimos Whisky. Olhei pro lado e vi Fernando beijando Amanda e acariciando seus cabelos.
- Mais uma dose por favor - falei pro cara que distribuía bebida.
- Vai com calma.
- Hoje não.
Não sei quantas doses tomei e quantas bebidas misturei. Mas eu só queria dançar. Eu nem gostava de funk, não mesmo. Mas eu me acabei de dançar, tudo que eu queria era esquecer a droga daquele garoto que tinha me passado um belo par de chifres.
Subi na mesa e dancei, e todos pulavam, e dançavam e eu beijei e beijei muito, não lembro os rostos, eu nem sabia mais o que eu tava fazendo. Depois tive uma crise de choro e fui pro lado de fora da casa.
- Mari eu não to bem, e-eu preciso vomitar. Eu preciso bater naquele babaca.
- Cala a boca, você vai ficar aqui, você exagerou demais, vou chamar o Caio pra te levar pra casa.
- Nãaaaaao, ele vai falar pro Fernando.
- A essa altura o Fernando já sabe.
- Ele nem reparou em mim, ele nem sentiu ciúmes, porque eu beijei outro cara, eu eu eu...
- Então vou chamar outra pessoa sei lá, fica aí.
O mundo tava girando e eu senti um enjoo terrível, minha cabeça doía. Tentei levantar, eu não posso ser tão inútil. Tentei, cambaleando e cai pra trás, bati a cabeça no chão, tudo ficou preto, e a última coisa que eu vi foi um borrão vermelho.
- Ela é maluca.

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