18. Saudade

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Toquei á sua porta e este veio abri-la, ele... ele estava num estado horrível, olheiras e cabelo ainda mais desarrumado do que o curtume, já de pijama. Os seus olhos quando entraram em contacto com a pouca claridade que ainda havia lá fora fecharam-se por poucos segundos, após abri-los reparou finalmente em mim e a sua expressão mudou de imediato.

Ed- ah.. Nina? que fazes aqui?

Assim que ele falou senti um cheiro a álcool vindo da sua boca invadiu rapidamente as minhas narinas deixando-me um pouco triste porque sei que fui eu que causei o facto de ele se ter embebedado em plena tarde.

Eu- estavas a dormir?

Ed- sim...

As minhas duvidas de que ele se tinha embebedado em plena tarde desapareceram quando me respondeu á pergunta feita. Olhei para baixo não conseguindo encará-lo

Ed- Entra.

Assim o fiz, dei um passo em direção á sua entrada e assim que o fiz ele meteu-se á minha frente

Ed- ah.. podes ir para o meu quarto por favor? - e meteu a mão na cabeça

Assenti e quando estava a subir as escadas olhei durante uns segundos para a sala, foi o tempo suficiente para ver o Ed a tentar pegar em todas as garrafas que se encontravam em cima da pequena mesa em frente da Tv. Segui o meu caminho e quando cheguei estava mais uma garrafa ainda meio cheia de vodka na sua cabeceira. Olhei para aquilo sem saber muito bem o que fazer, decidi pegar nela e deitar o resto pela sanita. Quando acabei de o fazer sentei-me na sua cama e meti a garrafa agora vazia de volta ao sitio onde estava.

Ed- Olá.. -  o clima não era definitivamente o melhor

Eu- hum..Olá - estava a ver se ele não olhava para a garrafa mas isso não aconteceu

Ele dirigiu-se á cama e sentou-se ao meu lado, olhou para a garrafa e depois para mim

Ed- Não é o que estás a pensar

Eu- por acaso deve ser exatamente o que estou a pensar

Ele olhou para baixo  meteu as mãos no joelho e depois apoiou a cabeça sobre elas.
Meti a minha mão sobre as suas costas e a vontade de o abraçar, de o beijar.. crescia a cada segundo que passava

Ele lentamente tirou as mãos da cabeça para me encarar e assim que os seus olhos entraram em choque com os meus meti a minha mão na sua cara tocando-lhe levemente encarando os seus olhos azuis que de momento estavam ligeiramente vermelhos, ele fecha-os sentindo apenas o meu toque, quando os abre de novo noto que os seus olhos estão mais vermelhos, pequenas linhas de agua ocupavam a parte de baixo dos seus olhos mas assim que mexo a minha mão estas linhas tornam-se em pequenas e singulares lágrimas.

Ed- pensava que te tinha perdido - murmurou

Não pensei duas vezes, abracei-o com todas as forças que tinha e as lágrimas desta vez levaram a melhor de mim, mas eu nem queria saber, queria sentir o seu toque, o seu abraço, o seu cheiro. Tudo nele parecia completar-me neste preciso momento, foi como se tudo o que se estava a passar á volta simplesmente desvanecesse  e apenas nos restava a nós ali naquele momento maravilhoso que parecia não ter fim. Nenhum de nós parecia ter coragem para acabar com aquele abraço, acho que nenhum de nós o queria fazer.

Ele deitou-se para trás ficando por baixo de mim ainda no abraço, lentamente fui saindo do aperto tão confortável dele, mesmo ainda com os braços colados já conseguia ter uma perfeita vista para o seu belo rosto, olhei para ele como nunca tinha olhado, os detalhes de cada madeixa do seu cabelo deixavam-me entretida durante alguns segundos, o azul dos seus olhos faziam-me perder por completo e o recorte da sua boca simplesmente me deixava paralisada, após uns 2 minutos a examina-lo concentrei-me apenas na sua boca. Fui-me aproximando ainda mais de si e quando consegui sentir o respirar do seu nariz e o forte bater do seu coração beijei-o. Começamos tão calmamente o beijo que nunca se podia prever que segundos depois ele já estava em cima de mim com as suas mãos na parte de trás da minha cabeça, rapidamente um simples beijo tornou-se num beijo selvagem e cheio de vida, saudade e especialmente amor. Devido á falta de ar que ambos sentimos separamos-nos, as nossas testas encontravam-se encostadas uma á outra. Ambos tínhamos um sorriso encantador na cara.

Ed- Eu amo-te tanto rapariga

Ouvir estas palavras fez-me sentir tão bem mesmo.
Cheguei-me mais perto dele para me aninhar nos seus braços todos tatuados

Ele chegou-se também mais para ao pé de mim e neste momento o espaço que havia entre nós era inexistente, ele afastou a alça da minha camisola para olhar para a tatuagem que tinha feito. Esboçou um sorriso e voltou a meter a alça no sitio.

Eu- Amo-te, nunca desistas de mim por favor - murmurei no seu ouvido

Ele apenas me apertou mais, como ainda não tinha descansado nada de jeito adormeci passado poucos minutos depois de um ultimo beijo.

POV ED

Nunca pensei que, primeiro ela viesse ter comigo, e segundo, que as coisas corressem desta maneira, sei que vamos ter de abordar o assunto mas por agora as saudades falaram mais alto. Está a dormir, ainda nem acredito em toda esta mudança mas a verdade é que só mesmo fisicamente porque continua a mesma rapariga doce e inocente de há dias. Nota-se que está cansada, tal como eu estou, mas prefiro ficar a observa-la, já dormi um bocado durante a tarde, provavelmente não devia ter bebido tanto mas é mais fácil. Podia jurar que aquela garrafa estava meio cheia mas pronto também do que é que me lembro?

Sentia tantas saudades dela e nem um dia inteiro passou, ela mexe demasiado comigo e sim isso pode ser muito bom mas também pode ser muito mau, como hoje quando não sabia onde ela andava. A culpa foi minha, nunca me devia ter trancado na casa de banho.. Ou quando a vi com outro gajo, deu-me um aperto no coração.. Só fui para a casa de banho porque estava a dar em maluco com tanto silencio com tanto embaraço, tinha de mentalizar aquilo tudo e com ela sempre a tentar falar disso tornou-se complicado. mas eu apoio-a e acredito nela, mais que tudo eu amo-a.


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E que tal? foi mais fofinho este capitulo! Que acharam?

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Beijooooooos

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⏰ Última atualização: Oct 10, 2015 ⏰

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