Capitulo 28

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~~Bella~~




Minutos depois do acontecimento anterior, eu fiquei visivelmente desconfortável ao lado do Victor. Gente, eu ainda era casada. Tinha que respeitar isso, querendo ou não.

Eu gostava dele. Eu sou feliz com ele, mas ainda tem um lugar aqui que se preocupa com o cretino do Erik....

Que marido responsável, ele simplesmente não veio atrás de mim. Argh, mereço.

- Victor..... - Sorri desconfortavelmente, soltando uma mecha presa do meu coque bagunçado. - Eu... Preciso ir.

- Er, Claro. - Hesitou antes de me deixar partir, porém sabia que era melhor.

- Até... A próxima? Temos de nos ver novamente.

- Claro. Falo com você por mensagem depois. - Sorri de lado, me encarando, o  que me faz corar.

Solto o coque que tinha prendido meus cabelos, e vou em direção à porta. Vou pedir um táxi....


- Espera, eu posso ir te deixar. - Diz o Victor, que se aproxima de mim rapidamente com a chave do seu BMW.*

- Ãh... Claro. - Hesitei. E a cara do meu marido ao ver isso? Não vai ser boa, mas ele que se foda. Não estou nem aí para essa porra de casamento por contrato.

- Então... Vamos Bel?

Apenas balanço a cabeça positivamente, sentando na traseira e ele no banco de motorista. Um silêncio desconfortável se instala no ambiente, fazendo com que eu retire meu iPhone e cheque as minhas redes sociais.

(....)

- Então.. Chegamos, Bella. - Fala abrindo a porta do carro pra mim.

- Obrigada. - Dou um beijo demorado em sua bochecha.

Ele sorri de lado, entrando no carro, ligando os motores da sua BMW. O observo partir, ainda com a tensão que estava antes. Suspiro velozmente, entrando em casa. ( Sim, eu tenho as chaves. )

- Erik? Está aí? - Pergunto ao notar que tudo está apagado, e nenhum sinal de vida nos cômodos de casa.

Um pequeno calafrio percorre o meu corpo, e sinto um arrepio na espinha. Procuro por toda a casa, pelos jardins, nada, nada dele. Logo a lanterna do meu iPhone para conseguir achar o interruptor e ligar as luzes da casa. Porém outra coisa chama-me a atenção.

Vidro! Uma trilha de vidro no meu quarto.... Mas de onde vem isso? Me assusto ao ver que alguém esmurrou o espelho com força. Só pode ter sido ele.

Desperto do meu pânico ao sentir meu celular vibrar no bolso esquerdo da roupa.

- Alô? Uhum.. Claro! Ele o quê? Mas está bem? Disse para ligar pra mim? Ah, claro. Ok. Hospital Santa Monica? Estou indo.

- Cretino,não acredito que teve um ataque de pânico só porque não me achou... - Repito a mim mesma, juntando os cacos de vidro do meu ex- espelho favorito.

Minutos depois, consigo um táxi e chego no hospital St. Mônica. Não estava nem um pouco empolgada, não acredito que depois de me trair ainda tem a cara de pau de ter um ataque porque eu simplesmente não apareci em casa. A vida é injusta. Totalmente injusta. Ela te faz se apaixonar pelo cara errado, quando se tem o cara ideal na sua frente. Ela vira seu mundo de ponta cabeça, e mistura todas as peças do quebra cabeça. O problema é esse, nós somos um quebra cabeça incompleto. A diferença é que nenhuma peça está faltando.

- Oi.... - Falo friamente ao meu marido, que me encara com os olhos marejando.

- Eu....

- Shhhh. - O interrompo, não quero ouvir desculpas esfarrapadas.

Ficamos em silêncio.

Eu encarando a janela, sentindo a brisa do vento. Ele ali deitado, arranjando argumentos. Não dá mais, não dá pra conviver assim. Essa nossa briga, parece que não tem fim... Eu... Quero divorcio.

Talvez esteja me precipitando, não quero me divorciar. Mas também quero dar fim nessa dor, que não parece passar... Não sei o que fazer. Um confusão na minha cabeça, vários pensamentos. Estrelas que não consigo arrumar e dividir em constelações, lembranças do passado, que passaram em borrões. Como eu era feliz, e daria de tudo para ter aquela felicidade novamente.

- Como está se sentindo? - Quebro o gelo, sem olhar na sua cara.


- Bem, bem mal. - Responde insistindo para olhar nos seus olhos, mas apenas viro a cabeça em direção ao seu lado oposto.


- Que bom. Quer dizer, que mal. - Foi o que saiu da minha boca no momento...

- Me per...

- Shhhh. - O interrompo novamente, ele tem que saber que o perdão não apaga os erros. Não adianta pedir desculpas se não vai mudar as atitudes.

- Onde estava? - Me pergunta, e sinto meu coração bater forte.

- Com um amigo. Com uns amigos... - Não deixo de sorrir quando penso em Victor.

- Se me der licença, o horário de visitas acabou e você me parece bem melhor Sr. Erik. Vou indo para casa. Só lamento seu estado, é terrivelmente deplorável. - Falo amargamente é assim que saio, permito as lágrimas caírem. Eu te amava, Erik.

Casados Por ContratoOnde histórias criam vida. Descubra agora