Sai de meu apartamento com uma preguiça que já tinha virado rotina. Vi João dentro de seu carro 2009, um Corrola prata, me chamando as pressas:
-Vem logo Gu! A gente vai perder a aula!
Eu estudava na USP, e estava cursando medicina, pois no futuro, seria igual meu pai: um aclamado medico. Ao pensar nisso, animei-me um pouco.
Chegando ao prédio duplo, entrei na porta da direita, segundo corredor, quinta porta. Girei a maçaneta com cuidado e silencio, para caso a aula já tivesse começado, eu tentar entrar despercebido. Mas a classe não estava lá. "Ue! Eu podia jurar que..." nem os pensamentos eu completei. Ouvi o alarme de incêndio ensurdecente disparar. Sai da classe e fui em direção ao patio, onde provavelmente todos estavam. Ate que uma ameaçadora figura projetou- se atrás de mim. Senti minha garganta estremecer. O som da lâmina cortante foi o que me fez pensar que era um ladrão armado. Mas como? O sistema de segurança aqui é primordial! Nem uma formiga entra sem autorização! Muito menos um ladrão qualquer!
Mas aquele não era momento de raciocinio, e sim, de usar toda a mima velocidade. Sai em disparada pelo corredor, afim de alcançar apenas um objetivo: a saída. Mas quando pisquei os olhos, a figura estava na minha frente, em pe, com uma mascara e roupas pretas. Então mostrou uma cabeça, sem o corpo. De primeira reconheci a face:
-Pai?
