Dois Mundos

Capitulo IV

                 

BRUNO

      Passou vários dias depois daquela mensagem do Tomás, e como eu esperava acabamos nos afastando um pouco. Ele me mandava mensagens, mas nada tão parecidas como as primeiras. E eu também enviava mensagens para ele, mas evitando ao máximo o que eu estava sentindo por ele, que naquela hora estava mais do que aflorado e mais amostra do que qualquer sentimento que eu já tive um dia.

      Falei com a Carol sobre isso, mas ela disse que era de se esperar, um garoto hetero não vai ficar de conversinhas com um gay, por mais cabeça aberta e queira a amizade dele, e acabei concordando, mas sentia que o que tinha acontecido não tinha sido por acaso e sim algo do destino. Provavelmente, você deve estar me achando louco por pensar uma coisa dessa, mas eu acredito que as coisas que acontecem tem que acontecer.

      Mas estava vendo que se eu quisesse que algo acontecesse comigo e Tomás eu teria que tomar uma atitude, ou simplesmente sofrer calado até esse sentimento sumir, porque eu sei que uma hora isso desapareceria, mas o problema estava ai, pela primeira vez eu não queria que desaparecesse, eu queria que ele ficasse e aflorasse mais e mais e eu precisava tomar uma decisão ao o que fazer quanto a isso, e então eu fiz.

     Após duas semanas do nosso primeiro encontro, não agüentando mais essa distancia que houve entre a gente, eu tive que mandar uma mensagem perguntando.

BRUNO – 13h30

Tom,

Preciso te perguntar uma coisa!

Mas não sei como você vai levar isso

Espero que não se sinta ofendido e nem nada.

    Logo depois de enviar a mensagem torci para que ele respondesse prontamente, mas pelo visto ele estava ocupado, pois fiquei a tarde toda angustiado esperando e só fui receber uma resposta à noite.

TOMÁS – 20h

Bruno,

Desculpa me enrolei na faculdade o dia todo

E só agora vi sua mensagem.

O que aconteceu?

Está tudo certo?

     Não sabia o que responder, será que eu corria o risco de contar e perguntar para ele ou simplesmente me afastava e tentava a sorte em esquecer tudo o que aconteceu? Pensei, pensei e pensei, quando já estava quase desistindo de mandar a mensagem, eu recebo outra.

TOMÁS – 21h

Bruno? Está ai?

Estou ficando preocupado!

Você parecia desesperado para me falar algo!

Aconteceu algo? Eu fiz algo?

O que houve?

Conta!

     Depois de ver aquela ultima resolvi criar coragem e enviar a que eu tinha escrito que era assim:

BRUNO – 21h20

Então, não é nada demais Tom, é só uma coisa que está na minha cabeça, e eu queria saber por que isso está me corroendo.

O que está rolando entre a gente?

Eu sei que você é hetero, mas desde o dia em que te conheci eu estou sentindo uma coisa que eu não sei explicar, provavelmente é coisa da minha cabeça, mas não sei o que pensar mais, por isso precisava que você me dissesse, com todas as palavras que eu estou imaginando coisas e que isso não é possível, que não tem como rolar nada entre a gente, porque eu realmente estou perdido.