What do You mean ? Pt

Espera infernal

Bem neste momento , estou sentada na minha cama super inquieta a tentar ler um livro chama "Anjo Mecânico" e a ouvir música , mas não consigo esperar tanto tempo , levanto-me em bicos de pés com os constantes avisos daquela voz chamada memória no meu cérebro avisando-me para não pisar certas tábuas do soalho de madeira que rangiam compulsivamente quando as pisava tentando abrir a porta do quarto sem levantar suspeitas , encostei-me à  do quarto da minha mãe onde ela e a minha avó discutiam a nossa ida para Londres , a pior coisa que aconteceria ser irmos , não por eu e a minha mãe irmos mas sim também por a minha avó vir juntamente , sei que parece egoísta mas eu sou de acordo que os filhos devem de ter uma vida normal ao pé dos pais nas suas próprias casas , já não tenho o meu pai porque ele marimbou-se na minha alma mas pelo o menos com a minha mãe , mas eu sei que a minha avó vira connosco , desde que a minha avó quando eu tinha onze anos de Idade ficou doente com cancro que se curou rápidamente mas minha mãe ficou super protetora em relação à minha avó , não à Sandra sem Júlia nem Júlia sem Sandra ou seja a minha mãe e a minha avó andam sempre coladas uma á outra o que não é muito bom para mim , porque quando eu e a minha mão chateamos-nos as coisas pioram quando ela vai pedir conselhos á minha avó , porque muitas das vezes parece que a minha avó tem um dom maravilhosa para deitar mais lenha na fogueira até quando os assuntos não lhe dizem respeito , na altura em que a minha avó ficou doente a minha mãe inscreveu-se na faculdade de Medicina Dentária como tanto queria já á anos , mas em silêncio sofria imenso com a separação recente com o meu Pai e por apenas ter conseguido a guarda de um dos filhos ou seja eu , sim porque os meus dois outros irmãos e o meu Pai nunca mais os vi , devem de andar por aí a viajar e a gastar a riqueza que todos desconhecem mas que mesmo assim a gabam ,enquanto eu continuo aqui passados seis anos a consular a dor da minha mãe que parece nunca mais curar e a aturar os devaneios da minha avó , sim porque daqui a um mês e alguns dias faço de dezessete anos.

Sempre me senti um pouco culpada por causa de os meus irmãos não terem ficado com a minha mãe mas na altura a minha mãe estava na miséria mal podia cuidar de mim , mas sempre fui a mais dispendiosa para a carteira do meu Pai , outro que prometeu-me mundos e fundos na altura da separação e nunca me deu nada , nem notícias , a última coisa que consegui sacar aos bêbedos drogados que passam a vida instalados naqueles bancos de madeira apodrecida debaixo daquela medonha árvore que causa-me alergias constantes durante o ano e que fica mesmo em frente  á casa da minha avó.

Eles são as únicas pessoas do meu conhecimento com quem o meu Pai socializava , a única coisa que descobri foi que tinha feito fortuna no estrangeiro mas não consegui saber mais nada porque o cheiro a ganza que aquela gente trazia dava a sensação de que te estavam a sufocar as narinas e a comprimir os pulmões contra as costelas e não pretendia ficar com aquele cheiro impregnado na roupa e no cabelo , e agora que tento arranjar uma posição confortável para encostar me á porta mas é escusado , não se houve nada , dou meia volta e volto para o quarto exasperada , deito-me na cama com os auriculares nos ouvidos ,pouso o livro já marcado na página que estive a ler e adormeço ao som dos "The Smiths" .