Festa de lembranças

106 6 3
                                    

(Vestido da Mia na mídia)

Era um dia comum como todos os outros, exceto por um fato, hoje era a grande festa de substituição do presidente da empresa em que eu trabalhava, o grande Sr. Jeffrey Mc Colons iria passar seu "cetro de ouro" para a mão do sobrinho Henry Mc Collons, e realmente já estava na hora disso acontecer, o Sr. Jeffrey ainda era uma pessoa muito lúcida e muito ativa, mas com 78 anos de idade já não tinha o mesmo pique para seguir em frente com a empresa, ele precisava de um descanso, e a melhor forma de fazer isso foi passar a empresa para o nome de seu sobrinho, que era uma das pessoas em que ele mais confiava.
A hora avançava e eu tinha deveria me arrumar logo, pois era nada mais nada menos do que uma festa Black Tie, e isso exigia o máximo de elegância possível.
Fui tomar meu banho, depois do meu ritual sagrado, sequei o cabelo de forma que continuasse liso, formando apenas ondas soltas nas pontas, prendi um arranjo prateado na lateral da cabeça e fui para meu quarto, tirei o longo vestido preto da capa e o vesti tendo cuidado na hora de fechar o zíper. O vestido era realmente incrível e se acomodava perfeitamente em mim, fazendo minha cintura parecer bem mais fina, coloquei os brincos, a pulseira e as sandálias e esperei minha vizinha Chelsea para me maquiar, pedi algo não muito carregado e ela atendeu fielmente ao meu pedido, depois que ela se foi, fiquei aguardando até meu velho amigo Jhonny chegar, por sorte e por Deus ele trabalhava na mesma empresa que eu, pelo menos eu tinha alguém em quem me apoiar, sentei no sofá e comecei a pensar nos tempos de infância e adolescência que passei junto com ele.

Conheci Jhonny quando tinha 5 anos, ele tinha 7 anos e havia acabado de se mudar para o meu bairro, eu estava brincando na porta de casa quando o caminhão de mudança chegou e estacionou na casa em frente à minha, mas neste primeiro dia eu o vi descer do caminhão e entrar rapidamente na casa, no dia seguinte fui com minha mãe dar boas vindas aos novos moradores e minha mãe aproveitou a oportunidade para levar um pote de doce de leite com coco, quando batemos na porta ele atendeu, era um garotinho de olhos verdes curiosos e uma "janelinha" na boca, assim que atendeu saiu correndo para chamar a mãe.
Enquanto minha mãe conhecia a mãe dele, dona Maggy, ele surgiu no final do corredor fazendo um gesto com o dedo para que eu fosse até ele, segui seu comando e quando cheguei próximo ele estendeu a mão de forma engraçada, esticando o braço e curvando o corpo para traz, sorri com isso.

_Oi, meu nome é Jhonny, qual é o seu?

_Sou a Jamie. _ disse apertando sua mão e ele pareceu pensativo.

_Jamie... Hmmm, que nome legal!  _disse sorrindo_ que tal se a gente brincar de caçar borboletas?

_Se sua mãe não se importar.

_Ela não liga.

_Há, então vamos _ sorri e o segui correndo.

Corremos pelo quintal por toda a tarde, rolamos pela grama, pegamos algumas borboletas tendo o cuidado de soltá-las logo depois, e assim foi o começo da nossa grande amizade.
Depois desse dia, nós íamos pra escola juntos, brincávamos juntos, tudo que fazíamos era ao lado um do outro e assim passamos anos juntos construindo uma grande amizade, todo ano no meu aniversário ele me dava uma borboleta de madeira que ele mesmo esculpia e pintava, cada uma de uma cor, e eu as colecionava e guardava com muito carinho, tínhamos a borboleta como símbolo da nossa amizade porque ela representa uma renovação e nossa amizade era sempre renovada, e como as borboletas, nossa amizade também era muito bela.
Quando completei 13 anos, comecei a me dar conta de que só a amizade já não bastava pra mim, eu conhecia ele a 8 anos e percebi que esse tempo foi o suficiente para construir um amor, a princípio pensei que fosse apenas uma paixão passageira, coisa de adolescente, mas os meses foram passando e os sentimentos não, aqueles olhos intensamente verdes preenchiam por completo minha mente de forma que eu não conseguia pensar nem em mim direito, mas eu não tinha coragem de contar pra ele o quanto gostava dele e como sentia ciúmes quando ele estava com outras garotas.
No ano seguinte, aconteceu algo que marcou minha vida, eu estava sozinha em casa quando ouvi uma batida na porta, como de costume previ que era Jhon, desci as escadas apressadamente e abri a porta com um largo sorriso, quando me deparei com ele aos prantos.

Amor ao contrarioOnde histórias criam vida. Descubra agora