59 TIMES // larry stylinson

49 times

"this is like the twenty you call me"

[Harry's pov]

Depois de recusar que Elise fosse comigo levar minha avó para o hospital assim que as aulas acabassem para que ela pudesse começar sua sessão de quimioterapia, decidi apenas deitar-me na cama e tentar descansar um pouco antes de ter que sair.

É cansativo ter de levar minha avó para lá três vezes por semana, mas eles dizem que não vai durar muito, porque daqui a pouco tempo, a quimioterapia vai deixar de fazer pouco ou qualquer efeito. Apesar disso, os médicos dizem que mesmo nessa fase é melhor leva-la lá, para não piorar a situação, mas eu sei que apenas falam isso para não fazer eu me sentir pior, eu e meu avô.

Ontem ela me perguntou em que dia estamos, e ontem foi o aniversário dela. Eu consegui ver o humor do meu avô cair, e tentei de tudo para melhorar, mas acabou não dando certo.

Uma das enfermeiras me disse que eu não tenho que me preocupar, mas mais tarde o médico apareceu e disse o contrário. A cruel verdade. A doença está se desenvolvendo rapidamente. Varia bastante de caso para caso, mas o dela não é uma situação boa. Uma pessoa com Alzheimer pode viver cerca de 14 anos depois de diagnosticada, mas não vale de muito se a pessoa não se lembrar quem são seus filhos, seus netos, seu marido e até quem ela mesmo é.

Solto um longo suspiro, alcançando meu celular em cima da mesa de cabeceira e indo até o contato de Louis. Só hoje deve ser a décima vez que ligo para ele, mas ele apenas atendeu uma das ligações.

"Sim, Harry? Você já me ligou, tipo, umas vinte vezes só hoje." Ele atende, logo rindo do outro lado da linha e fazendo com que eu o imitasse.

"Desculpa, mas em minha defesa, você não atendeu nenhuma delas." Suspiro, começando a encarar o teto do meu quarto.

"Ei, eu atendi uma vez, ok?" Ele ri novamente. "Mas está tudo bem?"

"Sim, acho que sim." Suspiro, levantando-me da cama quando ouço meu avô me chamando.

"Você sabe que daqui uns quinze minutos nós temos aula, certo?" Louis ri e eu reviro os olhos, mesmo sabendo que ele não podia ver.

"Sim, eu sei. Apenas não quero ir à escola hoje." Agarro minha mochila que estava no chão, colocando-a em um de meus ombros e fechando a porta do meu quarto.

"Harry, você diz isso praticamente todos os dias." Ele suspira e eu consigo imaginá-lo revirando os olhos enquanto sorri do outro lado da linha.

"Mas hoje estou com duas vezes menos vontade do que ontem ou dos outros dias." Murmuro, descendo as escadas e despedindo-me do meu avô antes de sair de casa.

"Você diz isso todos os dias da semana." Louis ri novamente e eu reviro os olhos, suspirando.

"De qualquer maneira, você já está na escola?" Pergunto, olhando ao redor da minha nova vizinhança que na maioria das vezes aparentava ser extremamente deserta.

"Ainda não. E Harry, você sabe que vive tipo, uma hora daqui... Você vai perder pelo menos as duas primeiras aulas, não é?"

"Sim, eu sei." Suspiro, sentando-me no banco de madeira à espera do segundo ônibus da manhã que deve passar daqui uns trinta minutos.

"Bem, isso é que é ser um aluno exemplar!" Louis solta uma gargalhada.

"Eu já vou repetir de ano, de qualquer maneira... Novamente." Suspiro, encarando meus pés. Esse ano é apenas uma recuperação, porque não consegui passar no ano anterior, mas parece que serei obrigado a fazer uma nova recuperação.