Poder Em Mãos

Capítulo 1

Estou em frente a pequena janela da minha sala, minha irmã Jhane está deitada serenamente no sofá, meus pais estão concentrados em um programa qualquer na pequena e velha TV da sala, mas eu sei que eles estão mentindo, sei também que o C.S(Controle Soberano) está vindo nos buscar, e meus pais estão mais do que preocupados, pois eles não têm sentimentos nenhum, eles são pagos pra isso, para seguir o comando da família real, e aqui estou, morrendo de medo como todo mundo, esperando a qualquer momento que eles passem pela porta com as grandes armas e atirem em todos sem dó e nem piedade, por um erro que eu cometi, eu que fiz a bagunça, eu que mereço ser punida, mas eles não se importam, vão matar todos que são importantes pra mim.
Quando eu tinha 5 anos, estava brincando com minha vizinha, que se chamava Nuuzy, eu era apenas uma criança quando descobri meu poder, uma criança inocente e sem saber, uma criança doente,louca, isso é o que todos ao meu redor me fizeram acreditar. Só percebi o que estava fazendo quando minha mãe chegou desesperada agitando as mãos e gritando por socorro, e quando olhei eu estava com a mão erguida em frente ao rosto de Nuuzy, e ela estava revirando os olhos e falando algo incompreensível, e então, ela desmaia e o seu corpo fica mole, perdendo o equilibro e perdendo a cor. Desse dia em diante, não saio mais de caso, pois quando saio, sou chamada de Monstro, Aberração, Louca, e acho que certamente eles estão cobertos de razões.

__Aysha, minha filha! Pare de se torturar olhando lá pra fora, eu não aguento te ver assim! - Minha mãe diz, suplicando com os olhos que eu saía de perto da janela e que me acomode no sofá.

__Eu sei ,mãe! Só que eu fico esperando O Controle chegar...

__Ó,minha querida! Isso foi a muito tempo! Se eles a quisessem já a teriam levado! Não se preocu...

Minha mãe não conseguiu completar a sua frase, pois um barulho de paços e ordens estavam emanando sobre o nosso pequeno território, e eu soube, eles chegaram! Vão me levar embora e matar a minha família. Estou petrificada no lugar, quando vejo tropas e mais tropas apontarem armas diretamente pra nossa pequena e modesta casa e gritarem:

__Entreguem a garota e ninguém se machucará!

Minha mãe já está banhada em um rio de lágrimas, minha irmã acorda assustada e confusa, meu pai está petrificado e trocando o peso do seu corpo entre os dois pés.
Eu preciso sair desta casa e ir direto a eles, não há outro jeito, não quero que a minha família se machuquem pela aberração que eu sou, olho pra eles, um último olhar, e antes de sair pela porta, digo:

__Amo Vocês!

__Aysha!! Não!!

Não sei de quem essa voz, pois quando piso na soleira da porta, eles atiram algo em mim, não foi uma bala pois não doía, só me deixava com bastante sono que não me aguento e caio no chão, ao rumo da solidão e da escuridão.

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