Dias atuais
O dia estava nublado nesta agitada cidade, algo a mais para eu poder acrescentar em minha estranha vida. Quando sai do meu apartamento, percebi um amassado em meu carro, mas não recordei-me de onde ele surgiu.
Eu estava de mal humor, assim como todos os dias. Peguei um metrô para Long Island, dando a desculpa para o meu chefe de que eu estava doente demais para trabalhar.
Pensei que andar até a praia seria bom. Sentei nas escadas da grande casa de praia - que agora era uma espécie de cafeteria - e peguei o meu diário. O estranho era que ele estava com algumas páginas arrancadas e eu realmente não me lembrava de ter as arrancado.
Me perguntei o porquê eu estava aborrecido e sozinho. Talvez eu deveria voltar com o Stan, pois ele me amava de verdade, mas lembrei-me de que ele prometeu que nunca mais me veria novamente.
A areia estava boa, bem grossa. Eu não estava sozinho, havia um cara andando pela praia no sentido oposto à mim, com um casaco laranja. Comecei a observar o mar e a compará-lo com a minha vida. Por que tão grande e solitário? Eu deveria conhecer alguém.
Depois de ter passado longos minutos em meus próprios devaneios, achei melhor entrar na velha casa de praia para tomar uma xícara de chá. Ela me parecia realmente velha. Branca com detalhes em azul. Ela me transmitia paz por algum motivo, talvez porque eles possuíam o chá mais gostoso que eu já havia tomado enquanto podia observar o mar da janela.
Sentei em uma mesa vazia, logo fazendo o meu pedido para uma simpática garçonete. Três mesas à frente da minha, analisei o garoto que eu havia visto na praia anteriormente. Eu podia ver o seu rosto agora. Era um jovem, um pouco mais novo do que eu. Possuía cabelos azuis, com inúmeros cachos que ficavam em frente de seu rosto. Ele estava colocando alguma bebida alcoólica em sua xícara e logo me olhou, sorrindo. O garoto possuía uma profunda covinha e lindos olhos da cor de esmeralda. Talvez ele pôde ter me achado grosseiro por apenas ter retribuído com um pequeno sorriso e voltado a olhar para a minha xícara de chá que a garçonete havia posto em minha mesa.
Eu não podia deixar de notar o quanto ele era único. Bufo ao perceber os meus pensamentos. Por que será que eu me apaixono por todo homem que mostra não ter o menor interesse em mim?
Caminhei até Montauk - a estação de metrô - depois de eu ter comprado um bilhete para voltar ao meu apartamento. Eu esperava o metrô impacientemente, encostado na placa de uma publicidade qualquer.
Oh, o garoto único estava do outro lado acenando para mim. Retribui o aceno com um sorriso e ajeitei a minha touca.
O metrô finalmente havia chegado e eu sentei em um banco no meio do vagão. O garoto único sentou no outro lado, um pouco mais à frente.
Voltei a fazer anotações em meu diário e o garoto se aproximou, ficando de joelhos no banco em minha frente, virado para mim.
- Eu acho que te conheço. - sorriu, apoiando sua cabeça em seus braços cruzados que também estavam apoiados no banco em minha frente.
Eu o olhei. Os pares de olhos verdes estavam fixamente virados para mim, esperando por uma resposta.
- Ah, conheço? - por fim, respondi. Fingindo um entusiasmo.
- Você compra na loja de CD's chamada Barne's? - ele perguntou, prontamente.
- Sim, sim - suspirei, o encarando com uma ponta de curiosidade. - Quase sempre.
- Então é isso, cara. Sou escravo daquela loja há uns cinco anos - respondeu alegremente com um grande sorriso em seu rosto. - Você pode não ter me reconhecido por causa do meu cabelo.

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Eternal Sunshine of the Spotless Mind • l.s
FanficE se existisse um jeito - um dano cerebral - para que pudéssemos esquecer certas lembranças? Onde Harry decide literalmente esquecer Louis, em que o mesmo não verá outra alternativa a não ser cometer o mesmo erro. {Adaptação sem fins lucrativos do...