Desde os meus 16 anos vivo com minha madrasta Judie e meu irmão por parte de pai, Junior.
Minha mãe morreu em um acidente de carro, onde eu e meu pai sobrevivemos. Foi um trauma fatal. Eu tinha apenas 12 anos.
Então, 1 ano depois meu pai se casou com Judie. Na frente do meu pai ela era legal com ele, mas longe...
3 anos mais tarde, ele teve um ataque cardíaco e morreu, me deixando sobre os cuidados de Judie e Junior com apenas 6 meses. Aqui em casa eu sou tratada como uma empregada, e Judie finge que eu não existo aos olhos da sociedade.
Agora, dois anos depois, estou em meu quarto, que é na verdade uma cama, uma poltrona e uma cômoda na lavanderia, aproveitando meu momento de liberdade, enquanto ela busca o Junior na escola. É claro que isso não durou por muito tempo.
- Haila! Menina, onde está você? – ouço o grito de minha madrasta – prepare um café. Mariana está aqui.
- Já estou indo! – respondo e reviro os olhos. Era assim, ou eu obedecia, ou ela me mandava para um reformatório.
Preparei o café e fui servir na sala. Ninguém fez questão de agradecer.
Voltei para a lavanderia, peguei um livro em cima de minha cômoda e comecei a ler de onde parei, até que ouço uma batida na janela:
- Haili – ouço duas vozes me chamando. Eram Lucina e Marli – abre a janela.
Eu faço o que me pediram. Já que eu não podia sair para fora a não ser para ir a escola, minhas amigas vinham me fazer companhia enquanto minha madrasta estava trabalhando e as vezes nos encontrávamos em uma praça perto de nossas casas, que são vizinhas.
- Suas malucas – digo baixinho – ela já veio da escola com o Junior!
- Calma – diz Marli – só temos que te dizer uma coisa que decidimos. Tem como fechar a porta?
Ela balança a cabeça em direção a porta de metal do cômodo. Vou até lá e a fecho. O lugar cheirava amaciante e produtos de limpeza. Em cima da minha cama tinha um varal com algumas roupas penduradas. Não era um lugar que você chamaria de confortável.
- Desembuchem.
- Haili – dessa vez era Lucina que cohichava – lembre-se que havíamos te contado que meu pai estava querendo nos mandar para um reformatório?
As duas viviam na mesma casa, mas não eram irmãs. O padrasto de Marli era o pai de Lucina, e a madrasta de Lucina era a mãe de Marli. O casal tinha duas filhas de 7 e 8 anos.
- É, vocês comentaram isso. As coisas por aqui também não estão o que podemos chamar de bonitas.
- Pois é. Então, eles decidiram que vão nos mandar para lá daqui a três dias, no inicio do ano letivo.
Eu estava prestes a me desesperar e chorar com essa notícia, mas Marli finalizou:
- Decidimos que vamos fugir. Você pode vir conosco. Já somos todas maiores de idade, temos nossos próprios documentos e algumas economias.
- Isso é um convite? – um sorriso se abre em meu rosto ao perguntar isso.
- Sim. Iríamos dizer intimação, mas...
- É claro que eu topo – respondo sorrindo muito.
Nos abraçamos em um abraço coletivo.
- Quando partiremos? – pergunto.
- Hoje de madrugada. Lá pelas três da manhã quando todos estiverem dormindo. Junte o máximo de roupas que conseguir e comidas se tiver como, aquele dinheiro que seu pai e sua mãe deixaram, cobertas. Nós vamos conseguir uma barraca. Garrafas de água e guarda-chuvas também seriam úteis. Pense no que é necessário para uma fuga.
- Para onde vamos?
- Decidiremos no caminho. Posso te adiantar que para bem longe daqui.
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Sem Rumo
AdventureHaili é uma garota de 18 anos que após as mortes dos pais passou a morar com a madrasta e o irmãozinho. Ela não é tratada nada bem e suas amigas se encontram em uma situação semelhante. Elas então decidem fugir, sem rumo, para um lugar bem distante...