A preparação

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- Haili! Menina, venha aqui buscar uma blusa minha para você passar!
Já eram oito horas da noite. Eu havia separado casacos, causas, camisetas, shorts e blusas. Eu tinha três edredons e uma coberta. Optei por levar apenas um e a coberta.
Consegui espremer tudo isso em uma mochila bem grande, ja que eu era uma ninja em dobrar coisas.
Decidi que as comidas eu pegaria um pouco antes de sair, as garrafas também.
Os minha mãe havia deixado cerca de R$ 5.560,00 segundo ela, para meu futuro.
E tinha também dois cartões de credito: um com a poupança que meus pais abriram quando eu ainda era bebê, outro com a "herança" que meu pai deixou para mim.
No da poupança eu imaginava ter uns 3.000, e no outro uns 4.500.
Dava para sobreviver tranquilamente, e é claro: Judie não sabia da existência de nada disso
Caminhei até o quarto dela. Ela me entregou umas três blusas e disse:
- Vou sair para o litoral. O Júnior vai comigo, e quando eu voltar não quero ver nada fora do lugar. Entendeu?
- Sim.
Fui passar as camisas Feliz da vi da. Segundo seus gritos sairiam em uma hora e era para mim andar logo com as blusas.
Fui até meu quarto/lavanderia, abri a tábua de passar bem rápido e da melhor forma possível.
Quando estava na última Júnior apareceu na porta:
- Ili - ele não conseguia falar Haili, então falava Ili. - eu vou sentir saudades de voce esse fim de semana.
Olhei para ele. Podia sentir lágrimas em meus olhos. Judie cuidava bem dele, mas não era de ficar dando muita atenção. Tinha noites que ele não conseguia dormir e vinha até meu quarto. Ele gostava muito de mim, e eu dele.
Ele era meu irmão também. E tinha apenas dois anos. Sentiria sua falta.
- Ah, Junin - fui até ele é peguei-o no colo - também vou sentir sua falta meu anjo.
E então eu chorei abraçada com ele.
- Não thola Ili.
- Ah, eu não tô chorando Ju - falei enxugando as lágrimas e respirando fundo.
- Tá sim Ili!
- Não tô não - disse agora rindo.
- Júnior! - Judie gritou - Venha cá moleque! Escolha o que vai querer levar e...
- Adeusinho Ili! É melhor eu ir...
E saiu correndo.
Balancei a cabeça e dei risada.
Talvez a única coisa que fosse sentir falta daquela casa era meu irmão. Para falar a verdade acho que ele nem sabia que era meu irmão.
Continuei passando as blusas e levei para o quarto:
- Até que em fim sua molenga!

Às 2:30 , AM.
Eu estava na cozinha pegando as comidas possíveis de levar: bolachas, cereal, latas de sopa, um pacote de macarrão e algumas barras de cereal. Peguei também a garrafa de café e as duas garrafinhas de água que encontrei. Coloquei tudo em uma sacola de pano.
Arrumei minhas coisas. Vi que faltavam vinte minutos e tive uma ideia.

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