Friends with Benefits

III.

POV Dinah.

- Vem, vamos lá! Eu vou te levar pra beber.

Ouvi o convite de Normani e achei irrecusável quando a vi fazendo a cara de cachorrinho abandonado. Dei um sorriso para ela e a passei a acompanha-la pelas ruas de Nova Iorque.

- Primeira parada: A ponte do Brooklyn, o centro de Manhattan. E bem ali a frente tem um bar.

Fiquei animada com a ideia de ter álcool para beber em algum lugar por aqui, não imaginei que seria assim que a minha noite iria terminar. Essa cidade me parece mais interessante agora.

Assim que cheguei ao lugar, reparei que era um bar ao ar livre, aonde pessoas conversavam distraídas. Normani sentou em uma mesa mais próxima da ponte, sentei a sua frente e podia ter uma bela visão de Normani a luz da lua e com a ponte do Brooklyn atrás dela.

- Eu gostei de você! Vou deixar você escolher o desfecho. - O som da voz de Normani me tirou a concentração.

- O que?!

- O desfecho da negociação.

- Legal!

- Eu posso bajular você... "Dinah, você é tão boa no que faz!" Também posso dar uma esnobada... "Problema é seu! Se não aceitar vão me pagar do mesmo jeito." Ou eu posso me fingir de coitadinha... "Eu tenho uma doença grave." - Vi Normani imitar um choro falso e não pude deixar de gargalhar da encenação dela. - Dinah, você não veio aqui atoa. Confessa!

- Eu vim conhecer opções. Quem não gosta de uma opção?

- Alguém que tem a vida perfeita.

- A sua vida é perfeita?

- No trabalho, com certeza! Mas no resto, deixa para lá...

Fiquei curiosa para saber o que é capaz de fazer Normani Kordei perder a cabeça, mas preferi deixar esse assunto para outro dia. Sorri pra ela e ela me sorriu de volta. Depois de muita conversa descontraída, vi Normani sair da mesa, pagar a conta de sair pelas ruas de Nova Iorque. Decidi segui-la, fui atrás dela admirando cada lugar de Nova Iorque. Passamos por muitas ruas confusas, até que eu identifiquei.

- Ahhh, você quer me levar para a Times Square.

- Cala a boca, Dinah.

Nunca vi um lugar tão cheio, tive a sensação que podia me perder de Normani a qualquer momento naquele mar de gente.

- Vamos ficar por aqui.

Parei no meio daquelas pessoas sem entender nada. Olhei para Normani esperando explicação mas ela permaneceu calada. Até que eu pude ouvir uma música atrás de mim. Assim que me virei vi um homem de uniforme de escola dançando ao som da música. Parecia que tinha voltado no tempo.

- Estamos em 1968?

- Para de ser sem graça, está só começando.

O menino de uniforme se juntou a mais um menino e uma menina. Eles dançavam ao ritmo da música e aquilo me pareceu divertido. Até que a música parou. E a música voltou em um estilo totalmente diferente e animado. Olhei em volta e vi que estava cercada de pessoas dançando juntas e totalmente ensaiadas. Voltei minha atenção para Normani e ela estava gargalhando da minha cara confusa.

- Normani, o que é isso?

- É um flash mob!

- Acho melhor a gente sair.

- Não, Dinah! Se solta! Vem dançar.

Olhei em volta novamente e vi que agora a rua toda estava dançando em conjunto. Reparei que tinha um telão ao fundo gravando o acontecido, isso é realmente muito legal. Quando voltei meu olhar para Normani a vi dançando com as mãos para cima junto com a rua toda. Achei graça da forma como ela não ligava para nada. Ela acompanhava cada movimento e eu fiquei paralisada a vendo dançar. Fui até o seu ouvido para fazer com que ela me escute.

- As pessoas ganham para fazer isso?

- Não. Isso aqui é só para curtir mesmo. Nova Iorque da um pouco de solidão certas vezes.

- Isso é só pra me convencer a me mudar pra cá.

- Em todos os lugares existem pessoas solitárias, Dinah.

Continuei a observar o mar de gente dançando em volta de nós duas e decidi entrar no ritmo da música. Acompanhando os passos junto de Normani, a ouvindo rir da minha confusão cada vez que eu arriscava dançar um passo diferente. Ouvi a música chegar ao fim e todo mundo seguir com as suas vidas como se nada tivesse acontecido.

- Obrigado! Já podem ir pra casa!

- Engraçadinha.

Falei debochada para Normani vendo-a me olhar com um sorriso no rosto. Ela se virou e saiu correndo para outra rua. Fiquei meio confusa até vê-la parada, me olhando e fazendo um sinal com a mão para que eu fosse até ela. Sai do meio da rua para acompanha-la.

- Vem Dinah!

- Onde está me levando? - Vi Normani correr para a calçada ao lado e olhando para um lado e para o outro. - O que está olhando?

- A polícia.

- Polícia????

Olhei para um lado e quando voltei meu olhar para Normani, a vi agachada entrando em um lugar por uma porta semiaberta. Decidi acompanha-la. Entrei no lugar e ela me levou diretamente a uma escada. Acompanhei-a até o topo do lugar. Doze andares. Eu estava realmente cansada. Ela deu uns dois passos a frente e abriu uma porta azul, me dando a entender que chegamos no terraço.

Olhei para Normani e ela esboçava um sorriso terno. Imediatamente entendi o porquê de estarmos ali: a vista era completamente maravilhosa e dava uma paz. Daquele terraço dava para ter quase toda a vista de Nova Iorque. Isso realmente não tem em Los Angeles! Sentamos no chão para podermos conversar e admirar ainda mais a vista.

- O que o seu pai está achando de tudo isso, Dinah? - Olhei para Normani e ela me parecia curiosa.

- Por que a pergunta?

- Apenas curiosidade. Ele escreveu pro Times de Los Angeles 23 anos.

- Uau! Você pesquisou a minha vida mesmo.

- Existe uma ferramenta ótima... Como é o nome mesmo? Ah, Google.

- Eu não perguntei pra ele.

- E o que você acha que ele diria?

- Ele diria para seguir a minha intuição que ele sente muito orgulho de mim.

Vi Normani abrir um sorriso com a minha resposta e então eu dei outro em troca.

- Quer ver um lance bem legal?

- Sempre quero.

Normani deitou-se no chão e ficou olhando para o céu. Eu deitei ao seu lado e ficamos nós duas olhando para as estrelas.

- É o único lugar da cidade que da para ver estrelas.

- É lindo!

- Sim. Na verdade, esse é o meu lugar preferido no mundo.

- Trás seus pretendentes pra cá?

Não pude deixar de notar que Normani ficou surpresa com a minha pergunta, sorri.

- Na verdade eu nunca trouxe alguém pra cá.

- Me sinto especial!

Sorri ao pensar que fui a primeira a invadir essa parte do mundo de Normani. Pensei em tomar coragem para dizer.

- Normani? - Ela me olhou com uma cara curiosa esperando para eu falar alguma coisa. - Eu topo! Quero ficar em Nova Iorque com você. - Disse.