Psicótico

Capítulo 2

Procurei o laboratório, onde seria minha próxima aula, de Biologia. Fui uma das primeiras a entrar naquela sala fria e toda branca. O professor cujo estava sentado em sua mesa, olhou-me com total indiferença, afinal o que eu somaria na sua vida, se ele continua ganhando seu mísero salário, com eu estando presente ou não? Os alunos iam entrando e sentando nas mesas, as quais eram uma mesa gradada com quatro cadeiras, ou seja, para nossa conclusão, eu iria sentar mais uma vez com pessoas estranhas. O que surpreendeu-me, foi que aquele garoto idiota e estranho entrou na sala, e adivinhem só? Sentou-se na minha frente. O que era esperado, já que ele é a única pessoa com quem eu já falei nesse colégio. Um casal completou as cadeiras que faltavam... Revirei os olhos, mas logo surgiu uma cara de nojo assim que os vi quase se engolindo.

- Bom dia alunos, hoje passarei um trabalho para o fim deste bimestre, uma simples experiência que talvez, conforme o resultado de cada grupo, poderá ser apresentado na feira de ciências desse ano.Todo o material que precisarem, eu fornecerei- Depois desse professor terminar de falar, olhei novamente para o casal ao lado e decidi interromper seu romance escroto.

- Querem fazer o trabalho e garantir o futuro de vocês ou preferem ir para um quarto

- Meu nome é Sarah... A garota me olhou de cima a baixo.

- Não perguntei seu nome .

No corredor do colégio um menino saiu distribuindo folhetos, até que ele não era nada mal. No folheto havia escrito sobre uma festa, onde seria e o que iria ter, logo me interessei pelo fato de eu estar um tempo sem ir para uma festa.

A música dava para ser escutada da esquina e tinha uma grande movimentação de entrada e saída de pessoas. A casa estava abafada e o ar estava carregado, deixando o ambiente bem abafado, peguei uma garrafa de vodca e fui para a escada do hall principal. Comecei a beber e só conseguia sentir aquele líquido descer queimando pela minha garganta. 

-Está me seguindo? - Perguntei assim que vi quem estava sentado do meu lado. O cheiro de nicotina em sua blusa estava forte, bem forte, seus olhos estavam bem abertos e ele parecia estar observando cada movimento das pessoas. 

-Talvez. O que faz aqui em plena segunda-feira? - Ele me encarou ainda sério.

-A mesma coisa que você. Divertir-se!

-Acredite se quiser, mas isso aqui não é diversão. Pelo menos não para você, se abrir os olhos e olhar o que está em sua volta, vai saber exatamente do que eu estou falando.

-E o que você faz aqui? Se isso não é diversão? Ah, o garoto misterioso usa drogas? - Desafiei-o, mas ele apenas riu.

-Walker, você não sabe nada sobre mim- Isso soava tão sexy. Ele me chamando pelo sobrenome era tentador.

-Então por que você não me diz quem exatamente você é?

-Porque se eu fizer isso, estarei colocando sua vida em risco.

-O que tem lá em cima? - Perguntei assim que vi duas garotas e um cara indo para o andar de cima quase me pisoteando.

-São vários quartos, quando tem festas, como essa, é como se fossem quartos de motel. Sendo assim, posso te levar pra longe disso e nos divertir um pouco - Piscou pra mim. Nojento!

-Está brincando? Comigo você não vai ganhar nada, mas se quiser se divertir, vai caçar uma vadia por aí, poque de adia aqui não falta- Levantei-me e andei em direção ao lado de fora da casa. O garoto segurou no meu braço, puxou-me se agarrou minha cintura.

-Mas parece que você é bem melhor que elas- Sussurrou.

-Se enxerga, eu sou muita areia pro seu caminhão.

-Tem razão. Mas acho que consigo aguentar- Sorriu de lado.

-Isso não é um jogo- Falei firme.

-Pra você pode não ser, mas pra mim esse jogo começa agora. Lembre bem, eu não jogo pra perder.

- Não tente me beijar- falei antes que ele pudesse encostar seus lábios nos meus

- Você não manda em mim Megan, sou o garoto quebra regras, não se esqueça disso- ele sussurrou e me beijou. Fiquei com muita raiva na hora, mas me envolvi sem querer, contra a minha vontade. Assim que me toquei no que estava acontecendo, me levantei, peguei meu par de sapato e olhei pra ele demostrando minha irritação.

- Não faça mais isso, não encoste se quer um dedo em mim, eu acabo com você- depois disso fui caminhando pelas ruas escuras para casa. Estou com muita raiva desse garoto, até agora ele não disse seu nome, não sei quem ele é. Na escola, não fala com ninguém além de mim, sabe sobre o tráfico na casa de Zayn e por último me beija. Ele tá mais pra maluco do que pra uma pessoa normal. Admito que isso me assustou um pouco.

  Acordei com a luz batendo em meu rosto, e assim que abri os olhos vi que estava com dor de cabeça por ter tomado uma garrafa de vodca. Com o meu "bom-humor" me despi e entrei no box de minha suíte, deixando que a água fria escorresse pelo meu corpo, a água gelada trazia sensações boas, e senti meu corpo todo relaxar. Depois de tomar banho e abri a janela do quarto, percebi o quão frio estava ali fora. Escolhi uma roupa qualquer em meu closet e vesti, e como todos os dias não falei com ninguém. Apenas segui para o inferno chamado escola.

  Aula de Inglês, ninguém merece, quem foi a pessoa que inventou a escola? Seria simples cada um nascer inteligente e pronto, trabalha quem quer, curte que quer. Escola é o significado de pessoas te tarando, olhando pra você, fofocando, e encher a cabeça com coisas mais ou menos sem sentido. sso é escola, nada mais. Entrei no inferno e fiquei rodeando os corredores. Já reconhecia algumas pessoas, outras parecia que nunca havia visto na minha vida. O par de olhos verdes veio em minha direção, mas ao invés de falar comigo, passou por mim esbarrando em meu ombro, o que me deixou mais irritada do que o normal.  

-Megan!- Escutei gritarem meu nome pelo corredor, virei-me e encontrei o dono da festa andando até a minha pessoa, sorrindo devo acrescentar.

-Oi- Dei meu sorriso mais simpático.

-Olá... Desculpa por não ter falado com você ontem, te vi na festa, mas estava ocupado com uns lances aí... 

-Ah que nada - Tentei não parecer antipática, mas logo queria sair dali.

-Divertiu-se muito?

-Claro, estava bem legal, mas tive que ir embora cedo, sabe né... Pais controladores - Dei uma risadinha.

-Tudo bem, vou deixar você ir par sala, não quero te atrasar. Foi bom te ver- Piscou e saiu andando.

-Melhore suas desculpas Walker, essa não colaria comigo de "pais controladores"

- Vai se ferrar!