Capítulo 1

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Nota do Autor

Ninguém escreve um romance longo sozinho, e eu gostaria de roubar um instante do seu tempo para agradecer a algumas pessoas que me ajudaram neste: G. Everett McCutcheon, da Hampden Academy, por suas sugestões práticas e encorajamento; Dr. John Pearson, de Old Town, Maine, médico do distrito de Penobscot e membro emérito da mais ilustre especialidade médica, a clínica geral; padre Renald Hallee, da Igreja Católica de St. John, em Bangor, Maine. E, é claro, a minha mulher, cuja crítica foi tão dura e resoluta como sempre.

Embora as cidades nas cercanias de 'salem's Lot sejam muito reais, a própria 'salem's Lot existe tão-somente na imaginação do autor, e quaisquer semelhanças entre as pessoas que lá vivem e pessoas que vivem no mundo real é mera coincidência e não é proposital.

S.K.

Prólogo

Velho amigo, o que procuras?

Após tantos anos fora, voltas

Com imagens que cultivaste

Sob céus estrangeiros

Distante de tua própria terra.

GEORGE SEFERIS

1

QUASE TODOS ACHAVAM QUE O homem e o menino fossem pai e filho.

Eles haviam cruzado o país seguindo um errante trajeto em direção ao sudoeste num velho sedan Citroën, mantendo-se quase todo o tempo em estradas secundárias, interrompendo e seguindo viagem. Pararam em três lugares pelo caminho antes de chegarem ao destino final: primeiro em Rhode Island, onde o homem alto de cabelo preto arranjara emprego numa fábrica de tecidos. Depois em Youngstown, Ohio, onde ele trabalhara durante três meses numa linha de montagem de tratores. E, finalmente, numa cidadezinha da Califórnia próxima à fronteira mexicana, onde trabalhou como frentista e mecânico de carros estrangeiros com um grau de sucesso que, para ele, era surpreendente e gratificante.

Onde quer que parassem, ele comprava um jornal do Maine chamado Press-Herald de Portland e o lia em busca de notícias concernentes a uma cidadezinha no sul do estado chamada Jerusalem's Lot e a área ao redor. Tais notícias apareciam de tempos em tempos.

Ele escrevera o esboço de um romance em hotéis de beira de estrada antes de chegarem a Central Falls, Rhode Island, onde o enviou a seu agente. Ele fora um romancista de sucesso moderado um milhão de anos antes, quando a escuridão ainda não se apossara de sua vida. O agente levou o esboço para seu último editor, que expressou um interesse polido, mas nenhuma disposição de ceder adiantamentos monetários.

"Por favor" e "obrigado", ele disse ao menino enquanto rasgava a carta do agente, ainda eram de graça. Disse-o sem muita amargura, e deu continuidade ao livro mesmo assim.

O menino não falava muito. Seu rosto guardava uma perpétua expressão aflita, e seus olhos eram escuros — como se estivessem sempre a sondar um lúgubre horizonte interior. Nas lanchonetes e postos de gasolina em que paravam pelo caminho, ele era educado e nada mais. Parecia não querer perder o homem de vista, e aparentava nervosismo até mesmo quando ele o deixava para ir ao banheiro. Recusava-se a falar sobre a cidade de Jerusalem's Lot, embora o homem tentasse abordar o assunto de tempos em tempos, e não olhava para os jornais de Portland que o homem às vezes deixava deliberadamente a seu alcance.

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⏰ Última atualização: Oct 21, 2015 ⏰

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