Prólogo

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Meu nome é Lana, eu era realmente apegada com a minha mãe, toda noite ela lia contos de fada para eu dormir, a minha favorita sempre foi a Cinderella, um dia questionei minha mãe:
-Mãe, por que ela faz tudo que a madrastra manda?
-Ela não tinha escolha querida.
Lembro que minha mãe terminava a história, fechava o livro, deixava em cima do meu criado mudo, passava a mão em meus cabelos, beijava minha bochecha e dizia um suave boa noite.
Um dia, estávamos em uma viagem, meu pai estava dirigindo, até que do nada um carro veio em alta velocidade e bateu no nosso, minha mãe foi a única que não sobreviveu, eu ganhei uma cicatriz no pescoço, penso nela como a marca que minha mãe deixou antes de "ir embora", até hoje lembro de quando ela me dizia "Você é minha princesa, não sei se é Cinderella ou se é Aurora, é mais especial que as duas, vc não é Branca de neve nem Bela, muito menos Rapunzel, você é ainda melhor, é a princesa Lana, minha princesinha!" Nunca me considerei uma princesa já que elas usam vestidos rosas e cheios, eu uso blusa de banda e calça rasgado, elas usam salto, eu sou feliz com meu allstar, elas são finas, pouco me importa o que pensam de mim!
Após a morte de minha mãe, Tiara, comecei a me aproximar mais de meu pai, viramos melhores amigos, até que um dia ele conheceu Madlyn, minha madrasta, quando eu fiz 13 anos, ganhei junto a notícia de que iriam se casar, Droga! Eu já até imaginava como seria eu, meu pai, ela e aquelas duas peruas que ela chama de filhas (Patrícia e Tália), tentei me aproximar dela mas ela me rejeitava, dava pra notar que me desprezava, eu não iria falar nada com meu pai, se ele está feliz quem sou eu para interferir? Nunca liguei para seus comentários grosseiros do tipo "Que desarrumada! Você é o que? Um mendigo? Se vista como uma dama!", mas depois de três meses meu pai faleceu derrepente em uma noite me deixando só eu e elas, e assim tive que seguir a vida, recebendo e fazendo ordens do que elas me diziam e sentindo falta do modo com que minha mãe passava a mão em meus cabelos.

Acontece que não consigo ser princesa, com cinco anos imaginava que iria chegar na minha idade atual (17) e estaria de coroa pensando "sou uma princesa", só se for a princesa da preguiça, porque preguiça tenho de sobra, porém não posso admiti-la já que fico o dia inteiro servindo de escrava para a Madlyn, Patrícia e Talia!

Eu NÃO sou a CinderellaOnde histórias criam vida. Descubra agora