Capitulo 4

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  A rainha nos levou para uma sala, linda por sinal e tinha uma mesa recheada de gostosuras.
- Vocês devem estar com fome - falou ela sorridente
- Olha, eu confesso que estou em - disse e ela riu
- Podem ficar avontade - respondeu a rainha e fez sinal com a mão para que sentássemos
- Você mora sozinha aqui? - perguntou Edward pegando um cacho de uva
- Nem sempre fui sozinha - ela respondeu desanimada
- Você não tem filhos e nem marido? - perguntei e Edward deu uma leve pisada no meu pé e me olhou com uma cara de " Você é loca? Como pergunta isso? "
- Meu marido não sai mais para fora do quarto, não aguentou o fato de nosso filho ter saído de nosso reino, então se isolou - ela abaixou a cabeça - E meu filho , e...eu não tenho certeza de onde ele possa estar, falaram que ele estava preso em uma montanha e mandei elfos para lá, para tentarem achar ele, mas não estava, não sabemos onde ele está - ela deixou uma lágrima cair
- Me...me desculpe, não deveria ter perguntando - disse me sentindo culpada
- Não tem problema, querida - ela sorriu tentando me confortar
- Posso fazer mais uma pergunta? - ela assentiu - Por que seu filho saiu daqui? Aqui é tão lindo, tem seres encantados e etc, por que alguém sairia daqui? - perguntei
- O amor, ele se apaixonou por uma humana, ela não era encantada, os dois se encontraram por um acaso e se apaixonaram - disse e soltou um leve sorriso
- Ela sabe que ele era um elfo? - perguntou Edward dessa vez
- Não sabemos, mas provavelmente sabe sim- respondeu ela
- Mas ela não iria perceber pela orelha e pela feição? - perguntei dessa vez
- Como somos elfos, quando saímos daqui a feição muda, e ficamos igual humanos normais - explicou ela
- Ah - falei - E como é a lenda da princesa perdida?
- Meu filho, quando se apaixonou logo saiu daqui e foi morar com a tal moça, ela teve um bebê, uma menina, ele trouxe ela aqui, ela era linda, as orelhinhas pontudinhas, era muito fofa, mas ele teve que sair às pressas do nada e não vimos mais a princesa, só sabemos que ela está no mundo real
- Eu ainda não entendo, seu filho não está mais com a mulher dele? E a princesa não está mais com ele? - perguntei confusa
- Não, ele não está mais lá, mandávamos alguns duendes para ir até onde ele morava, para ver se estava tudo bem e se a princesa estava segura, mas ninguém viu mais ele lá e a princesa saiu dali, se mudaram, ela foi com a mãe, esse foi mais um dos motivos de meu marido ter se isolado, quando viu a neta ficou bobo, era o avô mais coruja que já poderia ter existido, mesmo que fosse por alguns minutos, perdoou até o filho por ter saído daqui, e entendeu a necessidade de ela voltar para o mundo real, mas depois que descobriu que não veria mais o filho e nem a pequena princesa, se deprimiu, todos nós do reino nos deprimimos, até hoje depois de 15 anos não vimos mais nossa pequena princesinha - mais uma lágrima rolou pelo rosto dela
- Desculpa mais uma vez - falei e dei um meio sorriso
- Ela era linda, minha neta era uma verdadeira princesa, é uma pena que não nos vimos mais - ela deu um meio sorriso - Mas algo dentro de mim diz que ela está próxima, que vamos nos ver novamente e que o rei irá se recuperar com a volta da princesa - ela sorriu
- Desculpe perguntar - falou Edward - Mas por que está contando tudo isso para a gente? É que é meio estranho, acabamos de chegar - perguntou ele
- É que quando vocês chegaram senti que poderia confiar em vocês, e nós os elfos, quando temos uma boa impressão de alguém sabemos que podemos confiar - respondeu
- Fico feliz que passamos uma impressão boa - falei e ela pegou em minha mão, na hora senti algo estranho, como se a muito tempo já nos conhecíamos, senti um laço familiar ali e pela expressão dela, parece que ela também sentiu algo
- Nossa - falei
- Você é uma pessoa muito boa, senti algo especial - ela falou
- Eu também, deve ser porque entrei aqui pela primeira vez - respondi
- É... - ela sorriu
- Cloe a gente vai ficar aqui? - perguntou Edward
- Eu não sei - respondi
- O que houve? - perguntou Charllote
- É que temos que voltar, mas não sabemos o caminho de volta, e nossos pais vão ficar preocupados - dei um meio sorriso
- Se vocês quiserem posso falar para um dos duendes levarem vocês até o começo do bosque, mas sendo sincera, não queria que vocês fossem - ela deu um meio sorriso
- Sinto muito, mas temos que ir - falei
- Mas vocês irão voltar? - ela perguntou
- Mas é claro que sim, gostei tanto de ter conhecido você Charllote, e com certeza vamos voltar - ela sorriu
- Que bom Cloe, vou esperar atentamente, ah, quando voltarem, não se esqueça de irem até a árvore mais alto do bosque, essa é a entrada da cidade - avisou Charllote
- Pode deixar - respondeu Edward
Saímos do palácio e a rainha mandou chamar um duende que nos levou até a saída daquele lindo lugar, o bosque.

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