Capítulo - 3

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Qualquer um podia ver que éramos diferentes, e não diferentes como um estudante de arte como cabelo pintado e meias malucas. Éramos diferentes mesmo, de outro mundo.

Acho que isso não era de se admirar, considerando quem éramos, ou melhor, o que éramos. Muitas coisas chamavam atenção a nosso respeito. Para começar, os seres humanos tinham falhas, e nós, não. Quem nos via em meio à multidão notava logo a nossa pele. Era tão translúcida que fava a impressão de conter partículas de luz de verdade. Essa característica ficava ainda mais evidente depois que escurecia, quando qualquer parte exposta da nossa pele emitia um brilho que parecia vir de uma fonte interna de energia. E não deixávamos pegadas, nem quando pisávamos em superfícies modeláveis, como grama e areia. E nunca seríamos flagrados de camiseta regata.

Sempre usávamos roupas fechadas nas costas para disfarçar nosso pequeno problema cosmético.

Quando começávamos a nos integrar a vida da cidade, os habitantes locais não podiam deixar de se perguntar o que estávamos fazendo em um lugar como Atlanta. Às vezes achavam que éramos turistas numa estada prolongada; às vezes éramos confundidos como celebridades, e as pessoas nos perguntavam sobre programas de televisão de que nunca tínhamos ouvido falar. Ninguém adivinhava que estávamos ali a trabalho; que tínhamos sido recrutados para ajudar um mundo à beira do colapso. Bastava abrir um jornal ou ligar a televisão para ver por que havíamos sidos enviados: assassinatos, sequestros, ataques terroristas, guerras, assaltos a idosos... a lista negra era interminável. Havia tantas almas em perigo que os agentes das trevas estavam aproveitando a oportunidade para unir forças. Zayn, Niall e eu havíamos sido enviados aqui para contrabalançar a influência deles. Outros agentes da luz tinham sido enviados para diversos locais ao redor do mundo, e em algum momento todos seríamos chamados para que nossas descobertas fossem avaliadas. Eu sabia que a situação era crítica, mas estava certo de que podíamos falhar. Na verdade, achei que seria fácil, que nossa presença seria a solução divina. Eu estava prestes a descobrir quão errado estava.

Tivemos sorte de ter ido parar em Atlanta, era uma cidade incrível de contrastes impressionantes. Partes do litoral eram marcadas por ventos fortes e terreno acidentado, e, da nossa casa, víamos assomarem os penhascos citados para o oceano escuro e agitado e ouvíamos o vendo uivando nas árvores. Mas um pouco mais para o interior, havia cenas bucólicas de colinas onduladas com vacas pastando e belos moinhos de vento.

Quase todas as casas em Atlanta eram modestos a chalés de madeira, mas, mais perto da orla, havia uma série de ruas arborizadas com casas maiores e mais imponentes. Nossa casa, a Bryon era uma destas. Zayn não estava muito empolgado com a nossa acomodação, o clérigo que havia nele a achava exagerada, e ele sem dúvida se sentiria mais à vontade em um lugar menos luxuoso, mas Niall e eu adoramos a casa. E se as autoridades constituídas não viam mal algum no fato de nos divertimos na Terra, por que nós deveríamos ver? Achei que a casa poderia nos impedir de atingir o objetivo de nos integrar, mas fiquei quieto. Não queria me queixar quando já me sentia um dos estorvo nessa missão.

Bryon tinha cerca de três mil habitantes, embora esse número dobrasse nas férias de verão, quando a cidade ficava apinhada de gente. Independentemente da época do ano, os locais era abertos e simpáticos. Eu gostava do clima da cidade: não havia o corre-corre de executivos de terno a caminho de reuniões importantíssimas; ningue tinha pressa. As pessoas pareciam não ligar se jantavam no restaurante mais elegante da cidade ou no bar à beira da praia. Eram simplesmente tranquilas demais para se preocupar com esse tipo de escolha.

-Concorda, Harry? - O rico timbre da voz de Zayn me trouxe de vota ao presente.

Tentei me lembrar do fio da conversa, mas me deu um branco total.

Solid Angel (L.S larry stylinson)Onde histórias criam vida. Descubra agora