Castiel estava na cozinha do bunker quando os Winchesters chegaram da caçada. Quando saiu do local para recebe-los, soltou um olhar confuso e depois questionador para ambos, principalmente para Dean.
O que havia acontecido com o impala? Ele estava acabado.
Por ser o xodó do mais velho, o moreno estranhou profundamente a situação do automóvel que sempre foi bem tratado por todos ao redor de Dean, inclusive ele. Depois ele observou os Winchesters que não estavam muito diferente do carro. Sam segurava um braço dolorido e em seu rosto havia esfoliações, junto de sangue seco. Seu olhar não era um dos melhores, o que Castiel julgou ser pela dor que sentia.
— Cas, cure-o por favor? - ouviu o de cabelos curtos proferir.
Sem nem mesmo responder ele foi até Sam, pousando dois dedos em sua testa, observando seus machucados internos - uma coisa que apenas anjos eram capazes - e em milênios já estava curando-o. O mais novo logo sentiu-se melhor e mais habilitado, e após agradecer, pediu para que o anjo fizesse o mesmo com o irmão. Algo que não era necessário, pois querendo ou não Castiel cuidaria do protegido. Soltando um suspiro cansado, o caçula retirou-se alegando que iria ao banho, e logo depois teria um sono demorado - já pedira educadamente para que não o atrapalhassem, apenas em casos extremos, pois ele necessitava de um bom descanso pós-caçada.
Castiel partiu para o loiro que retirava os pertences do porta-malas que também estava estraçalhado. Aquilo daria um grande trabalho. Dean pousou a bolsa sobre o ombro e esperou o anjo da guarda chegar mais perto, porém o segurou pelo pulso quando ele ia encostar em si.
— Tem certeza que consegue?
— Claro, Dean.
— Não sei não, Cas. Aquela ruiva petulante acabou com você com aquela porra de feitiço. - indagou preocupado.
— Minhas energias serão restauradas, não se preocupe quanto a isso. Agora deixe-me ajudar.
Quando foi o tocar novamente, Dean o irrompeu.
— Como não vou me preocupar? A uma semana atrás você estava algemado e caído na minha frente. - ele suspirou, sentindo o pesar da lembrança cruel — E com o tempo posso melhorar, sabe disso.
— Não seja teimoso Dean. Posso fazer isso, acredite em mim.
Sem paciência para protestar o loiro permite que o anjo lhe cure. Sentiu-se imensamente agradecido pois aquelas dores estavam insuportáveis; latejava como inferno. Malditos lobipiros. Deu um tapa amigável no ombro do anjo e assentiu fraco, passando por ele e parando em frente ao carro que jazia ser seu.
— Papai vai cuidar de você amor.
Alisou mais uma vez o capô do carro e partiu para dentro de casa, assim como o irmão, precisava relaxar um pouco.
°°°
Dean rolou na cama diversas vezes, mas não houve sucesso ao tentar dormir. Ele precisava descansar, obviamente, mas simplesmente não conseguia pregar os olhos. A preocupação com o irmão era grande, as caçadas estavam tornado-se mais difíceis para eles, e os monstros estavam explicitamente com medo da escuridão. Não dava para eles dois salvar a todos dessas criaturas. Não dava pra salvar todo mundo. Ainda tinha a questão com Castiel, seu anjo. Oh, o de olhos azuis estava bem na medida do possível, mas aquele maldito feitiço ainda o atormentava. Algumas lembranças pairavam sua mente, como o ataque de Crowley e também à uma moça desconhecida. Dean chegou a tempo de impedir um desastre maior, mas o anjo ainda sentia a culpa no peito. Se ele não estivesse enfeitiçado nunca chegaria perto de um inocente para o machucar a bel prazer. Jamais.
VOCÊ ESTÁ LENDO
NETFLIX
FanfictionEle reprime o amor que sente por medo de rejeição, mas suas preocupações o leva a cumprir atos inusitados. {Nova versão}