Ainda posso ouvi-lá

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Minha mãe, Sinu, estava arrumando as flores. Minha mãe, na verdade, não gostava muito da Lauren, o porquê eu não sei.

Dinah, Normani e Ally nossas amigas estavam recebendo as pessoas.

Quando todos chegaram, fecharam as cortinas do bar, acenderam velas e todos se sentaram. Eu me sentei perto da minha mãe tentando segurar o choro. Lá na frente havia uma bela foto de Lauren, uma foto que eu mesma tinha tirado. Eu estava quase chorando quando Ally Brooke, uma velha amiga nossa, subiu até lá e começou a falar:

-Bom, como Lauren diria, vamos começar esta festa. Lauren Jauregui não queria muitas palavras, ela queria música, ela era uma jovem única. Sua vida pode ter chegado ao fim mas ainda podemos ouvi-lá, ela viverá dentro de nós para sempre, em nossos corações. -Ela abaixou a cabeça e desceu do pequeno palco, consegui ver uma lágrima caindo de seu rosto.

Então, Dinah colocou uma música que Lauren gostava muito, era Love You 'Till The End. Não consegui segurar mais e senti lágrimas descendo dos meus olhos, eu peguei um lenço e as enxuguei. No meio da música, alguém trocou e colocou uma mais animada, não reconheci qual música era, mas era uma que Lauren gostava muito. Eu ri tentando disfarçar a dor mas não adiantava, ainda doía muito.

Depois de um tempo, serviram comidas e bebidas, afinal, ali era um bar, e começou a tocar músicas aleatórias, eu estava calada em um canto e pude ouvir Normani conversando com a minha mãe.

-Camila não avisou aos pais da Lauren? - Perguntou Normani.

-Sim, mas eles estão muito longe, e não daria tempo. - Minha mãe respondeu.

Dinah estava á procura de um homem. Ela chegou em um dos amigos de Lauren e puxou assunto.

-Oi. - Ela disse

-Oi.

-Gostei da sua corrente. - Ela apontou para a corrente dele que o pingente era uma pimenta cinza.

-Obrigado. - Ele respondeu

-Você é solteiro? -Dinah perguntou.

-Sim.

-Você é gay? -Ela perguntou e ele riu.

-Não.

-Está trabalhando?

-Não. - Ele respondeu ainda rindo

Ela saiu sem ao menos dar tchau, e ele ficou confuso, aquilo foi a única coisa que me fez rir desde que soube que Lauren havia morrido.

Fiquei olhando para a foto do memorial, Lauren estava linda. Eu ainda não conseguia acreditar que ela se foi. Ally veio falar comigo trazendo comida.

-Você é uma viúva deslumbrante.

-Obrigada. Fiquei feliz por você ter vindo.

Ela sorriu e foi falar com Dinah e Normani.

Shawn, dono do bar, me trouxe vinho.

-Sinto muito por sua perda. - Ele disse

-Obrigada.

-Como ela morreu? - Ele perguntou

-Tumor no cérebro. - Respondi.

-Legal.

Eu o encarei com uma cara de nojo.

-É... um memorial bonito. Eu queria ser criativo assim, enterrei meu cachorro na caixa do aparelho de som, não se compara.

Eu sorri.

E de novo, vi Dinah chegando em outro homem.

-Adorei seu terno. - Ela disse

-Obrigado.

-Você é solteiro? - Dinah perguntou.

-Sim. - Ele respondeu

-Você é gay?

Ele encarou ela, e depois riu.

-Não.

-Tem emprego? - Ela perguntou.

-Tenho.

Ela chegou mais perto, eles estavam colados um no outro, ela o encarou e eles se beijaram. Quando encerraram o beijo ela fez cara de nojo e saiu sem falar nada, ele ficou confuso, eu ri.

Todos se sentaram, era a hora de todos dizerem suas lembranças com Lauren. Mas eu não queria ouvir, e nem falar, estava triste demais pra isso então fui ajudar minha mãe a recolher os copos que haviam deixado em todos os lugares.

-Não precisa me ajudar. - Minha mãe disse.

-Eu preciso fazer alguma coisa, não consigo mais falar. Acho que eu devia ir para casa, eu preciso ficar... em casa.

-Ok. -Ela disse

Fui para casa, com uma caixa que tinha coisas da Lauren que estava no memorial, tirei meu casaco. Olhei para frente, para os lados e senti que ali estava vazio, faltava alguma coisa. Peguei a caixa e fui até o quarto e a coloquei no chão. Tirei minha roupa rápido, desmanchei o penteado do meu cabelo, tirei meus sapatos e joguei eles contra a parede, como na noite em que eu e ela estávamos fazendo 1 ano de casadas, deitei na cama, peguei meu celular e disquei o número do lugar que Lauren trabalhava, era um lugar que alugava limusines. Ninguém iria atender então tocou o recado que ela havia deixado.

"Oi, é a Lauren, alugue uma limusine, deixe seu recado."

Liguei de novo só para ouvir sua voz, e fiquei repetindo, e acabei dormindo ali ouvindo aquela maravilhosa voz que eu não iria ouvir nunca mais.

Espero que tenham gostado.
Se gostou vota, pls xoxo

P.S. I Love YouOnde histórias criam vida. Descubra agora