Capítulo 2- convença-se

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Olhei o meu reflexo no espelho do elevador. Nossa. Incrível como algumas horas deixavam meu cabelo tão cheio e bagunçado. Os fios ruivos agora eram um grande emaranhado ruivo.
Por um segundo...somente um,não consigo me reconhecer. Não pelo fato de estar desgrenhada e cansada. Mas... Eu não sabia mas quem eu era. Oque estava acontecendo comigo?
  Então alguém entra no elevador.
  "Você por aqui?" ouço a voz conhecida.
  Automaticamente tento ajeitar meus cabelos da melhor forma possível.
  "Hm.. Sim..." digo olhando o rosto mais conhecido da escola.
  Ele aperta o botão "17" e para por um segundo para olhar o outro botão brilhando com o número 20.
  "Então você fica no 20° andar?" Disse ele se virando pra mim quando o elevador começa a se movimentar.
  "Hm...sim..." me aperto contra a parede fria do elevador quando o vejo se aproximar.
Ele olha o número do andar.14.
  "Bom... Podemos ir e voltar juntos acha?" Ele se aproxima mais.
  "Então... Claro..." Ele sorri vitorioso.
  "Esse e meu andar... Te vejo amanhã no Hall" Ele se despede com um beijo no canto da minha boca.
  "Eleanor né? Bom acho que já sabe, mas meu nome é Calleb."
Fico sem reação nenhuma.  Chego ao meu andar, caminho lentamente até a porta, e vou direto ao meu quarto, ignorando  minha mãe. Deito na minha cama e fico fitando o teto.
  Bom, o garoto mais popular me deu um beijo no canto da boca. Isso é bom. Não é? É, deve ser.
Concordo com a cabeça.
  É. Deve ser.
A frase se repete várias vezes na minha cabeça.
  Me levanto e vou ao tomar um banho. E espero que todas as minhas preocupações e dúvidas desçam pelo ralo como a água morna que escorre pelo meu corpo. Respiro fundo quando percebo que não funcionou.
  Volto ao meu quarto e me jogo na cama, me cobrindo até a cabeça sentindo o meu cabelo úmido molhar lentamente o  travesseiro. Ouço a porta do meu quarto se abrir. Já sei que é ela.
Sinto a ponta da cama afundar.
  "Oi filha..." A olho. Ela ainda tem os mesmos olhos azuis e ternos  de sempre. E me sinto mais confortável e segura.
  "Oi mãe" Digo a olhando.
  "Você está bem? " diz ela com preocupação e ternura.
  "Estou... Só pensativa" fito o teto.
  "Tudo bem... Mas se tiver algo pra dizer, eu estou aqui pra tudo está bem?"
Concordo com a cabeça
Calleb.
"Mãe, qual e o problema com os nomes deste lugar?"
  Ela ri sem entender, beija o topo da minha cabeça e sair pela porta.
  Claro que ela não entendeu. Não conhece ninguém chamado Lara ou Calleb.
Antes da porta se fechar, Bingo se espreme pela fresta da porta e se deita ao meu lado, ronronando e massageando minha barriga por cima da coberta, acaricio seus pelos compridos.
Olho o teto uma última vez antes de fechar os olhos. Ansiosa pelo dia que estava por vir. 
Ou seria medo e desconforto por ver ele de novo?
   Não. Ansiosa.
"É. Deve ser." sussurro a mim mesma e durmo.

 

O amor aos meus olhos   (Romance Lésbico)Onde histórias criam vida. Descubra agora