I won't mind » ziam

Chapter 8

I won't mind,
Even though I know you'll never be mine

Três meses. Esse era quase o tempo exato que se passara desde o incêndio do auditório do colégio. Depois de uma longa investigação descobriram que o incêndio fora intencional. As investigações continuaram para descobrir quem fora o culpado. Mas no final todos saíram ilesos. Todos. E Liam tinha certeza disso. Antes ele pensara que fora muita fumaça que ele inalara, porém depois de algumas horas acordado sentado na cama de seu quarto, ele entendera exatamente o que acontecera. Associando as cenas em sua cabeça, ele percebera que Nancy fora alertar Zayn sobre alguma coisa. E essa coisa era o que ele estava tentando lhe dizer quando a confusão começou. O que Zayn estava tentando lhe dizer era que ele iria embora. O incêndio fora apenas uma grande coincidência que o ajudara a ir embora sem precisar se despedir. As despedidas doeriam demais. E ele sabia que se contasse a Liam que estava indo, Liam iria querer ir junto.

Quando Nancy dissera que iria buscar Zayn lá dentro, na verdade ela apenas iria ajudá-lo a fugir. Era impressionante como eles raciocinaram aquilo em poucos segundos. Assim que percebera tudo isso, Liam sentira muita raiva. Raiva de Zayn por tê-lo feito se preocupar em vão, por não ter lhe dado à chance de se despedir, por não ter tido a chance de dizer eu te amo, de beijá-lo uma última vez. Se ele imaginou que seria melhor assim, ele estava muito enganado. Fora pior, muito pior. Talvez ele quisesse que Liam sentisse raiva dele, porque com a raiva seria muito mais difícil sentir falta. E fora realmente dessa forma. Na primeira semana a raiva de Liam era tanta que ele não conseguia perceber a falta que Zayn fazia. Mas depois que a raiva passou, o buraco que havia em seu peito começou a arder. Nessa hora se ele pudesse escolher, ele escolheria a raiva. Mas sempre que ele saía do colégio, ele esperava encontrar Zayn parado ao lado do seu carro.

O natal fora o pior. Liam não deixara seu quarto. Havia tantos planos que eles fizeram juntos. Eles poderiam ter tido o natal perfeito, como uma família. Mas Zayn estava longe demais naquele momento. Sempre que o telefone tocava, Liam tinha a esperança de que fosse Zayn, a falta que ele fazia estava matando-o aos poucos. Liam comia mal, dormia mal, ia de casa para o trabalho e do trabalho para casa, sentia-se vazio, sem alma. Talvez fosse porque parte dela tivesse sido levada embora e a que ficara não era auto-sucificente para permanecer sozinha. Brooke não sabia o real motivo pelo qual Zayn havia deixado à cidade e Liam havia dito que eles tinham terminado tudo. O que não era uma completa mentira. Era como se eles houvessem terminado, não? De um jeito um pouco estranho, mas era um fim.

Mesmo assim, Brooke não entedia por que Liam jamais tirara sua aliança. Continuava imponente em seu dedo anelar da mão esquerda. Payne tomava aquela aliança como à prova de que um dia Malik realmente o amara, ou ainda o amava. Era seu ponto de sanidade. Mesmo assim, Liam começava a achar que não chegaria ao fim disso totalmente são. Se é que haveria um fim. Ele esperava sinceramente que sim. Até aquele momento cogitara a ideia de mudar de casa, porque a dele tinha lembranças demais de momentos que vivera com Zayn. Às vezes se tornava difícil suportar, então Liam passava horas fora de casa, apenas caminhando. Uma vez em uma de suas caminhadas, ele acabou no parque em que ele passara suas tardes durante a adolescência com Zayn, o mesmo em que ele o levara há algum tempo. Caminhou até a árvore exata, seus olhos esquadrinhando a madeira.

Os nomes continuavam gravados lá, ainda que desgastados. Liam contornou lentamente a marca com a ponta dos dedos, encostando a testa na madeira. Havia um caroço enorme em sua garganta, mas sabia que não derramaria uma lágrima que fosse. Ele não havia chorado nenhuma vez desde que Zayn fora embora. Chorar seria como se entregar totalmente a dor, e ele afundaria e acabaria sufocado em sua própria tristeza.

E para tentar manter a cabeça ocupada, Liam virara voluntariado em um hospital. Voluntariado da ala infantil. Ele acabara descobrindo que elas não eram tão ruins assim. Na verdade as crianças lhe divertiam bastante. Perto daquelas crianças doentes, ele via que seus problemas não eram nada e que mesmo assim ainda era fácil arrancar um sorriso delas.