Vida Miserável

120 3 2
                                    

7 anos se passaram e olha onde estou, num buraco sujo e imundo, minhas coisas espalhadas pelo chão, cheiro de roupa velha no ar. E pensar que poderia estar numa mansão nadando em dinheiro nesse exato momento. Gastei todo meu dinheiro em remédios controlados para controlar minha imensa depressão
       Ainda atuo em algumas peças de teatro, mas minha cabeça esta tão pertubada que não consigo decorar os textos direito
        Poderia estar abraçado com a pessoa que mais amei em toda minha vida, mas ao invés disso estou aqui dando socos num saco de box, socos tão fortes que pode se ouvir meus ossos rangendo. Me arrependo de todas minhas escolhas, queria poder voltar no tempo para nunca ter entrado naquela maldita escola de teatro, senão eu estaria agora olhando para aquele rosto branquinho, para aqueles olhos cor de mel, para aquelas sardas fofas, para aquela boca carnuda...
         Também perdi o contato com uma de minhas melhores amigas, ela é a filha de um dos funcionários da minha antiga escola, tem as características muito parecidas com a da minha ex, ama ler, ama escrever, e foi das que mais me deu força e me  encorajou  a entrar no mundo teatral porque achava que era o melhor para mim. Ela deve estar com 21 para 22 anos agora.
         Amaria continuar me lamentando, mas estou exausto, os remédios tiram todas minhas forças.
         Saio cambaleando igual um bêbado depois de ter bebido várias latinhas de cerveja. Vou em direção ao quarto, ando poucos centímetros, mas a sensação que tenho é de ter andado quilômetros. Paro em frente a cama e simplesmente despenco sobre ela. -Uma paçoca não iria nada mal agora.- falo em tom de sarcasmo-  Caio no sono em poucos minutos, mesmo a cama sendo dura como pedra.
       Acordo duas horas depois ao som de batidas na minha porta.
      - Senhor Davi Araujo,  o senhor esta em casa? -fala enquanto bate fortemente na porta.
      Essa não!!!- penso comigo mesmo-  Essa voz me é família. Mas deve ser só impressão minha.
          Levanto ainda zonzo, desviando de buracos imaginários igual um bêbado.  Abro a porta e tenho uma surpresa, aquela voz era realmente de alguém conhecido.
         -Davi, quanto tempo- fala com um sorriso no rosto- Como vai a vida?
          -L-Le-Levi?- falo trêmulo e gaguejando torcendo para que aquilo seja apenas um sonho- O que esta fazendo aqui? E como descobriu onde moro?
           Descobrir onde você mora foi moleza. -Diz Levi com um sorriso continuo no rosto- Tive apenas que entrar nas suas redes sociais, e mandar um email rastreador e depois foi só seguir o sinal até aqui.
           -Posso saber o porque de você ter feito isso? -Falo com o tom meio irritado e meio confuso.
          Levi entra, se direciona ao meu guarda-roupa e de lá tira uma de minhas roupas mais linpas que ainda restava- Creio que aqui não seja o lugar ideal para explicar, vista isso e venha comigo, no carro converso melhor com você.
           -Tu é muito folgado sabia?
           -Se arrume logo, te espero lá fora.-Sai sem olhar para trás e sem se  importar com o que eu havia dito

Davi's lifeOnde histórias criam vida. Descubra agora