Percorri a cidade em poucos minutos, não aguentava mais correr. Cheguei ao castelo com meus pés doendo e cabelo desarrumado, tão rápido quanto fui e voltei me dirigi a cozinha para entregar os pães a arrumadeira chefe. Ela me recebeu com um olhar de desaprovação e uma bandeja em sua mão
-Já era tempo! Dei-me esta cesta e...
Ela me olha de cima a baixo e parece não entender o que está acontecendo
-Mas o que é isso?- ela pergunta-me de uma forma esdrúxula
-O-o que?- gaguejo alisando meu vestido, é uma simples roupa de empregada, sem detalhes ou nada que possa nos avantajar.No castelo não há tolerância em relação a manchas ou mal odor nas empregadas... palavras do rei
-Olhe só para você, com esta roupa toda amassada. E o seu cabelo, completamente despenteado!
-Me desculpe, tive de vir as pressas e não tive tempo de me arrumar
-Pois então trates de melhorar esta cara e arrumar aqui os pães!- sua voz é dura como o casco de uma tartaruga e áspera como os muros do castelo. Ela me entrega a bandeja junto da cesta e pede pela ultima vez que me apresse
-Sim senhora
Aproveito que ela foi conferir os detalhes da mesa do café e retiro o bolinho de Valery da cesta e escondo-o dentro da dispensa. Com cuidado arrumo os pães dentro da bandeja e cubro-os com um guardanapo, faço um coque alto em meu cabelo e com um pano úmido retiro a pouca sujeira que há em meu vestido.
-Minha senhora?- chamo pela arrumadeira chefe
-Pois não- ela me responde passando pela porta que leva a sala do café
-Os pães já estão prontos- digo segurando a bandeja
-Leve-os para a mesa do lado da manteiga
-Sim
Passo por ela chegando ao grande salão. Suas paredes são de um tom vermelho amadeirado, a 3 quadros pendurados nas paredes.Um é do príncipe Willian quando ainda criança, outro é da rainha e o último é de vossa majestade empunhando uma espada no lombo de um cavalo, 5 janelas enormes compõem a sala junto de uma lareira branca feita de mármore frente a mesa.A mesa deve ter em torno de 6 metros e é composta por 20 lugares com almofadas vermelhas feitas da mais pura seda. Um lustre das pedras mais preciosas está sobre as cabeças de quem come junto de velas espalhadas em meio á mobília.
A quantidade de alimentos sobre a mesa é inestimável, desde sopas á doces a café.Contorno-a e deposito os pães exatamente ao lado da manteiga, talheres de prata, pratos e xícaras de porcelana dão suavidade e nobreza ao local. Um aroma agradável de flores invade o salão e percebo que vem da janela recém aberta. Aproximo-me dela e observo o jardim que uma vez foi considerado morto devido ao inverno, como estão linda as flores este ano, talvez leve algumas para minha madrinha depois.
Já estava a fecha-la quanto as portas do outro lado do salão são abertas e o rei e mais 5 homens entram por ela. Sua aparência é de um senhor de cerca de 60 anos,seu rosto é enfeitado com uma barba e um bigode igualmente brancos,seus olhos são caídos mas de um azul turquesa impressionante.Usa vestes detalhadas com botões de ouro e medalhas em seu peito. Seu casaco é azul, junto de uma calça de couro preta e botas igualmente pretas.
-E então mandarei uma carta para Sir Lambert, creio que ele mandará quase de imediato para nós os...- ele para de andar, olha para mim e faz uma cara de quem ouviu algo e não entende
Estou congelada, não sei se corro ou grito. Ele toma a palavra primeiro
-O que está fazendo aqui senhorita?- pergunta curioso
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Esse Amor Me Mata
Romance''Lamentar uma dor passada, no presente, é criar outra dor e sofrer novamente.'' -William Shakespeare Sophy, apenas Sophy. Sem um sobrenome ou nada que me seja digno de ser dado, meus pais, não tiveram tempo de escolher um pois faleceram antes disso...