CAPÍTULO 5

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Já era de manhã, o relógio grande da entrada apontava 5 horas, a garota subiu a escada, e ao chegar em  seu quarto, a loira sentiu um cansaço avassalador tomar conta de seu corpo. Suas roupas estavam manchadas de sangue e sujeira. Decidida a deixar para trás as memórias perturbadoras da noite, ela decidiu tomar um banho para se livrar das sensações ruins que a assombravam. Chloe entrou no banheiro e acendeu a luz suave, criando uma atmosfera relaxante e tranquila. Ela tirou suas roupas com cuidado, deixando-as cair no chão enquanto sua mente mergulhava em pensamentos tumultuados sobre o que havia acontecido. A água quente do chuveiro começou a cair sobre seu corpo, trazendo consigo uma sensação reconfortante de alívio e purificação. Enquanto o vapor envolvia o banheiro, Chloe pegou seu produto de sempre, um gel de banho perfumado com essências florais, cujo aroma delicado acalmava seus sentidos e ajudava a dissipar a tensão que ainda pulsava em suas veias.

Enquanto o aroma suave do gel de banho envolvia seu corpo, a jovem não pôde deixar de se lembrar da primeira vez que sua mãe lhe apresentou aquele produto. Ela era apenas uma criança na época, curiosa e cheia de energia, mas também vulnerável às tensões e incertezas que vinham com o crescimento. Foi ela quem trouxe o gel para a vida da garota, um pequeno frasco para acalmar os nervos da criança agitada após um longo dia de aprendizado sobre como se alimentar e se comportar.

Cada vez que sua mãe a levava para a banheira e começava a espalhar o gel sobre sua pele macia, ela sentia-se envolvida por uma sensação de conforto e segurança. O aroma floral delicado tinha o poder de acalmar seus sentidos e dissipar as tensões que se acumulavam em seu pequeno corpo.

E mesmo agora, anos depois, enquanto Chloe se banhava na academia, o aroma  do gel de banho trazia de volta essas lembranças calorosas.

Enquanto lavava o corpo, ela fechou os olhos e deixou sua mente vagar pelos eventos da noite. Ela não conseguia tirar da cabeça a imagem do homem encapuzado e o confronto mortal que se seguiu. Cada detalhe estava gravado em sua memória, como uma ferida que se recusava a cicatrizar. Mesmo com a água quente do chuveiro acariciando sua pele, Chloe sentia-se fria por dentro, assombrada pela lembrança do perigo que havia enfrentado. Ela sabia que precisava encontrar uma maneira de lidar com tudo que estava acontecendo, mas por enquanto, tudo o que podia fazer era se concentrar no presente e na sensação reconfortante do calor que a envolvia.

Após o banho, Chloe enrolou-se em uma toalha macia, secou cuidadosamente o cabelo  observando se dissipar enquanto os fios úmidos se transformavam em pequenas ondas macias ao redor de seu rosto. Com a pele ainda úmida e fresca, ela seguiu para seu quarto, pronta para se vestir. Ao abrir a porta, a loira encontrou Sofia dormindo serenamente. Um sorriso suave curvou seus lábios enquanto observava a figura tranquila, grata pela companhia reconfortante que ela proporcionava. Com cuidado para não perturbá-la, a garota começou a selecionar suas roupas para o dia.

Quando finalmente terminou de se arrumar, ela deu uma última olhada na colega adormecida, por um momento, considerou manter o que aconteceu na floresta em segredo, mas esse era um segredo que colocava a vida de Sofia em perigo, ela sabia que não poderia, e não deveria esconder algo assim, não se quisesse realmente ter uma amizade verdadeira com a outra vampira.

Com um suspiro, ela se inclinou e tocou suavemente o ombro dela. A garota se remexeu e lentamente acordou, esfregando os olhos.

— Chloe, o que aconteceu? Você parece perturbada — Sofia olhou para ela com uma expressão preocupada.

Chloe hesitou por um momento, mas precisava ser honesta com Sofia.

— Algo terrível aconteceu nessa noite. Encontrei caçadores na floresta — a garota soltou as palavras com um tom grave.

A ruiva se sentou, os olhos se arregalaram de surpresa e preocupação.

— Caçadores? Mas como eles chegaram aqui? os humanos não deveriam saber que existimos, muito menos onde fica o portal — a expressão de surpresa e incredulidade tomou conta do rosto da garota enquanto ela ouvia as palavras da outra. Ela franziu a testa, tentando compreender como os caçadores haviam conseguido encontrar o local.

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