- Era uma maldita pista falsa! - Soren Lamartine adentrou a sala, bufando e levando as mãos aos cabelos, sentindo uma vontade absurda de arrancar todos os fios.
- Como é? - Theodore levantou os olhos, surpreso. Encarou a mulher de cima a baixo, analisando seu estado de puro nervosismo. Soren sentia vontade de explodir a cabeça do homem. Como ele podia estar tão calmo em uma situação como aquela?
- O desgraçado nos enganou mais uma vez, Dasovic! Eu deveria ter imaginado! Uma porcaria de uma ligação de uma vítima na calada da noite? Ele não seria tão idiota a ponto de denunciar a própria localização, a menos que já tivesse tudo muito bem arquitetado. Ele está brincando conosco! Está nos manipulando para os lugares errados e...
- Soren, faça o favor de se acalmar e me explicar essa história direito! Pista falsa? Ligação? - ele se aproximou da loira, tentando segurá-la pelos ombros, mas sendo impedido por um tapa em suas mãos.
- Você não está entendendo, não é? Nós falhamos mais uma vez, Dasovic! E eu não irei me surpreender se mais uma vez o agente Parker entrar por aquela porta e anunciar que mais uma atrocidade aconteceu - ela apontou, enfatizando o que dizia enquanto suas mãos tremiam de raiva.
Estava se sentindo como uma marionete em meio ao espetáculo armado pelo Estripador de Baltimore. Meses naquele caso, e em vez de progredirem pareciam cada vez mais distantes do culpado. Os ânimos estavam cada vez mais aflorados, a pressão de ser a principal agente encarregada do caso estava lhe enlouquecendo. Ver que Theodore Dasovic permanecia parado da mesma forma que antes, lhe encarando com um olhar confuso, porém sem abandonar a calma que exibia quando ela adentrou a sala, estava lhe deixando ainda mais irritada. Explodir a cabeça dele talvez fosse pouco.
- DASOVIC! - ela gritou, fazendo com que Theodore levasse um pequeno susto.
- Soren... - ele fez menção de começar, mas foi interrompido por ela.
- Pare de me chamar de Soren! - o repreendeu, em tom arisco.
- Srta. Lamartine - Theodore se corrigiu, reprimindo a vontade de revirar os olhos, optando por se manter controlado, por mais que ela se irritasse com aquilo. - Gritar e arrancar os cabelos não lhe ajudará a resolver o caso. Precisamos ser racionais. Se essa ligação partiu dele, algo nós podemos extrair disso. O Estripador pode até ser inteligente, mas nós não estaríamos no FBI e a senhorita não estaria no comando do caso se não fôssemos capazes de pensar à frente dele.
Soren soltou um longo suspiro, deixando sua postura relaxar um pouco enquanto pela primeira vez seus olhos se encontraram com os olhos azuis de Theodore. Ele lhe abriu um meio sorriso, encorajando a mulher a se sentir mais tranquila para que pudesse raciocinar.
- Você tem razão, Theodore. Preciso manter meus pensamentos em ordem. Só assim conseguirei encontrar um culpado. O problema é que tudo só está piorando. Cada movimento que fazemos é frustrado por ele e...
- Pare de se culpar, Lamartine. Nós vamos achar esse assassino, está bem? Tente não ficar tão frustrada. Desde o começo você sabia que não seria fácil. É esse o fardo de se caçar serial killers, não é? Temos que ser acostumados a ser enganados, só assim poderemos de fato encontrar a falha que os entrega.
Soren suspirou mais uma vez e então ela retribuiu o gesto dele, também lhe lançando um meio sorriso, por mais que ainda estivesse incomodada e até mesmo inquieta com toda aquela situação.
Sim, ela estava acostumada com serial killers. Desde muito nova sempre sentiu interesse em entender como funcionava a mente deles e foi isso que fez com que ela se tornasse uma psiquiatra forense, se juntando ao FBI assim que a oportunidade lhe surgiu. Soren Lamartine logo se mostrou um prodígio. Sua dedicação, sua capacidade de raciocínio prático e a inteligência aguçada se sobressaíam e calavam a todos que ousavam dizer que ela estava ali somente pela beleza exuberante. Dona de curvas avantajadas, cabelos loiros e ondulados, lábios cheios e olhos verdes, era difícil não notarem a presença da agente. Cada rosto, masculino ou feminino, se virava para admirá-la quando passava, mas não era só isso, Soren era imponente e tinha uma atitude invejada por muitos. Ela não costumava ser do tipo que perdia o controle, mas era teimosa ao extremo e não conseguir atingir suas metas era motivo suficiente para que ela desejasse arrancar os cabelos e explodir cabeças por aí, além de possuir uma personalidade extremamente forte. Mas a mulher não demonstrava aquele tipo de atitude de fraqueza diante de qualquer pessoa e Theodore era um dos únicos "privilegiados" a presenciar aquilo. Ele nunca se surpreendia, já havia se acostumado com a personalidade da loira. Soren Lamartine era como um furacão.
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Sweet Monster
Mystery / ThrillerQuando os melhores agentes do FBI estão focados em deter um serial killer de alta periculosidade e perversão extrema na populosa Baltimore, nada pode dar errado. A pressão de encontrar um culpado se torna cada vez maior e se deixar enganar é fatal...