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#Thomas

Sempre ouvia histórias sobre minha mãe, eu a conheci mais não lembro dela, ela me abandonou quando eu tinha apenas 2 anos. Não, não guardo nenhuma magoa, eu com toda certeza não ligava apesar de achá-la uma mulher incrível que foi atrás de seus sonhos. Ela fez o que com eu planejo fazer. Fugir.

Não me julguem, minha vida não é um mar de rosas.

Meu pai já foi uma pessoa maravilhosa, era um professor renomado de matemática em uma universidade qualquer, porém logo quando mamãe nos deixou, a universidade em qual trabalhava o demitiu por causa de um caso que ele estava tendo com uma de suas estudantes menor de idade, a mesma acabou engravidando. Meu pai assumiu a criança para não ter mais problemas com a lei mas um ano após de todo esse tumulto, a mãe a criança faleceu em um acidente de carro. A criança se chamava Miranda Lua, um pouco chamativo pro meu gosto, mas logo aprendi a apreciar seu nome. Minha irmãzinha não tinha nenhum parente a não ser eu e nosso pai que contra-gosto ficou com sua guarda.

Nosso pai desistiu da vida de professor e se entregou a bebida se tornou um velho desprezível que tentou abusar a própria filha e agora esta preso.

Miranda e eu fomos para um orfanato que mais parecia um inferno, sequer podíamos nos ver. Havia dois prédios que separavam os sexos, mesmo com as dificuldades nunca paramos de nos falar, sempre dávamos um jeito de escapar para conversar e matar a saudades.

Tínhamos o nosso lugar especial onde nos encontrávamos, após a cerca que dividia o terreno havia uma arvore baixa mais cheia de galhos e folhas a deixando muito volumosa, a arvore mais parecia um iglu.

Dessa vez eu e Miranda não conseguimos despistar as inspetoras do orfanato e ficamos um bom tempo sem nos falar. Meses.

Esta noite irei encontrá-la e vou contar que iremos fugir.

Vejo seu vulto dentre as folhas e abro um sorriso de orelha a orelha. Amava minha Menina. Minha Lua.

- Minha pequena_ digo-lhe num abraço que a tira do chão.

- Não tão alto! Estava morrendo de saudades e..._ eu a interrompo.

- Vamos fugir._Digo serio, ela abre um sorriso gostoso de visualizar.

-Achei que ficaria aqui para sempre._ Deu um soquinho mo meu braço. - Idiota porque demorou tanto para decidir, sabe quanto tempo eu estou esperando pra sair desse lugar?

-Vamos na próxima semana pela..._ Foi sua vez de interromper.

-Não,vamos agora! Eu não aguento mais esse lugar, essas pessoas.

-Tem certeza disso, não que se despedir de ninguém, das suas amigas?...

-Amigas?_Ri sarcasticamente e uma pontada de tristeza toma conta de mim.-Thomas... Eu não tenho ninguém alem de você...

-Então esta decidido! Vamos.

E dali pra frente seriamos nos dois, sozinhos no mundo e ao mesmo tempo, as pessoas menos solitárias de toda História da vida humana. Tinhamos um ao outro.

Escuro Como a NoiteOnde histórias criam vida. Descubra agora