Lá estava, tocando piano,
Tão nobre criança,
Um símbolo de esperança,
A tocar tão triste melodia.
Não pude segurar,
As lágrimas me vieram banhar.
Meus olhos tão serenos,
Minha face tão insana.
Lá se encontrava aquela criança,
Acariciando as teclas com tão terna doçura.
Lá eu vi a mais bela e formosa criatura,
A tocar tão triste canção.
Triste mesmo foi sentir,
Tão forte sensação,
Tão estanha ilusão,
Que aos poucos foi se apagando.
Minha memória foi violada,
Da razão não sobrou nada.
Apenas a triste canção lembrada,
Me fez reviver,
Emergir de uma vida assombrada.
Jamais esquecerei aquela criança,
Tocando piano como um anjo,
Senti forte suspiro, forte emoção,
Maior ainda ao descobrir,
A verdade que a razão me escondera,
A criança veio dos céus, além do sonhar,
Tão bela criança, com suas asas a voar.
O sonho não acabou,
A canção não parou,
Nunca, jamais vai parar,
Sou apenas eu,
Apenas eu que acabei de acordar.
