Capítulo 8

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Sai daquele instituto deixando as lágrimas correr livremente, com meus sentimentos atordoado ainda podia perceber olhares estranhos que os alunos me davam, mas eu não ligava por estar chorando, tudo o que mais queria era saber o por quê ? 

Por que ele estava fazendo isso comigo? Eu era apenas mais uma garota normal e sem graça, havia varias meninas no colégio bem mais interessantes que eu. Então por que ele escolhera logo á mim? 

Passei a mão no rosto limpando mais uma lágrima que escorria, abri a porta de casa e sem pensar duas vezes me tranquei no quarto e joguei-me na cama, não querendo pensar em nada. Mas era uma tarefa quase impossível de fazer, fechei os olhos lembrando-me de suas palavras: 

"Há, e não se preocupe com que roupa usar hoje à noite. Por que elas não ficaram bastante tempo em seu corpo."

Não. Eu não queria isso! Meu corpo tremia só na possibilidade disso acontecer, para ele eu sou apenas um brinquedinho, que irá ser usado e jogado fora. E eu não me entregaria para uma pessoa assim, tudo o que mais queria era que alguém me ajudasse a curar minhas feridas, me salvasse de todos os problemas que estou passando, mas Zayn nem de longe é assim, para mim ele é um típico mauricinho orgulhoso e egoísta, que tem a vida perfeita e não precisa se esforçar para nada. 

Ninguém sabe quanto dói se sentir usado, eu sei que muitas pessoas já passaram por isso, mas só descobriam que estavam sendo usadas depois. Eu não, eu estou sendo obrigada a se servir de objeto. Eu queria muito saber jogar esse jogo, e dar o troco, mas não sei por que a cada dia que passa isso se torna mais difícil. 

Solucei, limpando mais uma vez as lágrimas que teimavam em cair, olhei para janela percebendo que a claridade cada vez diminuía, logo seria noite. 

... 

Exatamente 22:00h havia um carro preto e luxuoso em frente á minha casa, os vidros fumê estavam fechados, impossibilitando de ver quem o habitava. 

Abaixei os olhos vendo em cima da cama uma pequena mochila branca onde botei minhas coisas, a duvida era eminente àquela hora, tudo que mais queria era encontrar uma saída para isso tudo. Olhei novamente para a mochila, e respirando fundo peguei-a e sai de casa. 

Em quanto me aproximava do carro sentia o ar cada vez mais faltar, meu coração batia acelerado, e minhas pernas bambearam quando o vi sair do carro. 

Zayn como sempre estava bem arrumado, com uma camiseta pólo branca, uma calça jeans escura, e como sempre a jaqueta de couro preta. Dando um ar rebelde porem dava para perceber de longe que ele era rico, não só pela roupa de marca, como também pelo luxuoso carro preto que estava estacionado em frente a minha porta. Para minha sorte a rua se encontrava praticamente deserta, não havia quase ninguém, aqueles que se viam eram trabalhadores que acabavam de chegar de mais um dia difícil. 

Quando já estava ao lado dele, abaixei meus olhos em direção ao chão, não queria encará-lo, sabia que não suportaria, e toda essa mascara de indiferença que estava em meu rosto, desmoronaria. 

"Entre" a voz dele estava rígida e fria. Por um minuto ousei em olhá-lo, porem me arrependi, tudo o que saiam daqueles olhos castanhos eram raiva e frieza. 

Ainda angustiada abri a porta esquerda da parte de trás do carro, porém eu sabia que o certo era ir ao lado dele, mas queria evitá-lo a todo custo. Ele entrou no carro e não reclamou pelo fato de não ter sentado ao seu lado, olhei pela janela a minha casa que agora estava vazia, e quando o carro começou a se movimentar eu fiquei ainda mais nervosa, e não pude conter que as lágrimas caíssem, limpei-as imediatamente. 

-O que eu estou fazendo aqui? – perguntei a mim mesma; Sabia muito bem as intenções dele para esse encontro, e também sabia que ele não parecia estar brincando. Será que valia a pena fazer isso pela mulher que diz ser minha mãe? Ela nem se quer sabia onde estava agora. E será que se soubesse se preocuparia? Passaria tudo que estou passando se estivesse em meu lugar? 

Adeline |Z.M|Onde histórias criam vida. Descubra agora