my demons

0.2

Estava chegando no pequeno armazém onde trabalho -agora que meu pai morreu tenho que ajudar nas despesas-. O dono do mercado coidava do meu pai quando ele era uma criança e assim que meu pai a foi ele se ofereceu para coidar de nossa família -pelo menos o que desta dela -, ele é casado com uma senhora 4 anos mais nova, encantadora. Seu neto tem a minha idade e ganhou uma bolsa muito longe daqui. E minha cabeça está conseguindo manter suas vozes caladas, não as escuto enquanto ando em direção ao armazém.

Entro no recipiente e vejo Stan explicar algo para um novo empregado que estava de costas, e tiquinho Verde deixando algumas mechas de cor castanho,sairem da própria. Fui a procura do meu avental, bancadas,armários,prateleiras... Nada.

"Angie querida" falou chegando perto do mim. "Algum problema?" Sorriu vendo minha cara e desespero/confusa.

"Meu avental sumiu" fala balançando as mãos e depois as jogando em minhas pernas. Stan solta uma gargalhada.

"Você é jovem e se estrassa com besteira" falou colocando sua mão em meu ombro "Eu emprestei para o nosso novo funcionário" falou procurando o rapaz que agora a pouco conversava "Bom, você vê algum problema nisso?" Levantou suas sobrancelhas e neguei com a cabeça "As pessoas já te conhecem aqui,então pensei que não haveria problemas".

Stan se virou foi em direção ao seu velho caixa. As coisas dele são como ele, é  como se tudo tivesse um pedaço dele. Carro,casa,roupas, loja e suas antigas músicas. Me viro para começar a limpar as prateleiras e vejo Harry... porra! Ele é o garoto da touca. Ele parece concentrado. Claro fones de ouvido, com aquelas músicas em que os cantores gritam muito. Gosto do estilo de música de Stan.

"Angie" escuto a voz rouca de Harry me tirando do transe "tem um garotinho derrubando coisas ali" falou apontando para a fileira.

"Vá lá" falo começando minha prateleira.

"Não! Vai que a mãe dele me entende mal,ninguém me conhece aqui" oh! Pelo menos falou algo com um pouco de sentido "deixa que eu limpo pra você" ele sorriu meio torto exibindo uma covinha perfeita.

"Ei! " sussurro para o pequeno a minha frente "conhece o senhor das bagunças?" O garoto me olhou confuso.

"Isso não existe" falou cruzando os braços.

"Existe sim" confirmei com a cabeça "quando uma criança derruba as coisas e um mercado magoa um mago verde " procuro Harry. "Está vendo aquele rapaz ele é um" aponto para o próprio que olha para mim sorridente por ter terminado a prateleira " e quando você derruba essas coisas ele fica magoado e conta para o senhor das bagunças" o garoto parece intertido na minha história. Bela história. Uma voz calma sussurra. Belo mentira. Outra vez, procuro de onde vem e não acho ninguém "então o senhor das bagunças prende as crianças bagunceiras e as obriga a arrumar toda toda bagunça que ela já fez ou fará" término dedilhando o ar.

"Isso foi chato não teve monstros ou demônios de verdade " fala fazendo careta.

"Então você quer a verdade, certo?" Falo desafiadora.

"Lá vem outra mentira" o garoto revira os olhos.

"Quando alguém não importa a idade,faz algo de ruim um monstro,que muitos acham ser o próprio" aponto para baixo " vem puxar o pé da pessoa" dessa vez ele pareceu convencido e começou a arrumar as coisas.

"Moça não fala isso para ninguém" ele choraminga "a sua história não me deu medo, mas uma voz assustadora invadiu minha cabeça confirmando isso" ele saiu correndo, provavelmente a procura de um responsável.

Gostei dessa versão.

Procuro Harry e o vejo limpando outra prateleira.

" Vai me fazer chorar também?" Harry gargalha.

"Qual é?! Eu sou muito boa nisso!" Esnobo com meu "talento" de fazer alguém chorar.

" senhor da bagunça" ele gargalhou.

"Eu só não queria fazer o garoto chorar" me defendo

" Quase perdoada" ele pisca o olho e virá para continuar sua prateleira.

Durante bom período eu ia ajuadando Harry e suas prateleiras que nunca estavam limpas- ele se ocupava cantando e dançando enquanto as limpava-. Quando terminamos Harry me ofereceu carona em sua moto para minha casa.

"Bela casa" disse parando a moto e a sustentando com o pé, logo saí de cima da própria.

" quer entrar?" Pergunto por educação...

...continua...