Capítulo 2

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  Gabriel Narrando.
 
  Tenho tudo que quero. Nenhuma resiste a mim. Quer apostar? Se já te vi algum lugar e te cantei, sabe aonde você terminou a noite? Isso mesmo, na minha cama. Na verdade, na cama de algum motel. Mas teve um rei ao seu lado, quer mais o que?
  Se apegar? Isso não é comigo mesmo, não me apego a ninguém, a única pessoa que sou apegado é minha mãe e olhe lá. Mulher hoje em dia só quer usar o homem, pega logo um rico pra casar, diz que ama, e começa a gastar o dinheiro todo, quando acaba... cadê o amor que dizia sentir? Tá, não são todas assim, só que a maioria que eu conheço é assim mesmo.
  Meus pais enchem o meu saco querendo que eu me case, que eu tenha mil e um filhos e seja feliz para sempre. Mas não é assim as coisas, eu não quero me casar. Só amei apenas uma na minha vida e para nunca mais. Éramos felizes, na minha parte sim, eu fazia de tudo por aquela garota e de repente ela vem me dizer que tá indo morar no outro lado do mundo, aquilo acabou comigo. Letícia era tudo pra mim, mas a vida seguiu e fiquei do jeito que sou hoje. Só que isso não justifica nada, só que eu escolhi ser assim. E assim ficarei, sou muito feliz do jeito que sou. Sou dono de uma grande empresa e tenho tudo que quero, não importa o que seja, eu tenho.
  Meus melhores amigos se chamam Matheus e Caio, que são meus amigos desde de moleque. Matheus é o mais colado comigo, aonde estou o mesmo tá atrás, muito meu fã mesmo. Ele tem uma boate, aonde passo a maioria do meu tempo e adoro. E tenho o meu amigo, o Caio, ele sempre foi mais certinho entre nós, mas quando quer sempre tá na boate pegando algumas e bebendo demais. Ele bebe mais que pega, já viu isso? Pois é. Ele faz faculdade de direito e agora tá morando sozinho em frente à praia, o cara é parceiro demais, às vezes me pergunto o que seria de mim sem eles, pois sempre estão ao meu lado pra tudo e agradeço por ter amizades como eles ao meu lado, o que é difícil hoje em dia. Mas também tenho aquela amizade que todos têm, aqueles que são só amigos na hora da balada, esse eu tenho até demais.
  Acordei sentindo alguém me cutucando e quando abrir os olhos percebi que tava dormindo no sofá. À noite anterior eu tinha ido à boate e que noite foi aquela, meu Deus.
  - Acorda Gabriel, você tá todo torto ao meu filho - ouvi a voz da minha mãe e me cutucando com a mão.
  - Eu já estou acordado, calma - falei, levantando devagar.
  - Você tem que parar com isso. Sai, me deixa preocupada e quando acordo vejo você igual morto nesse sofá.
  - Calma mãe, to vivo ainda. Só bebi demais e nem sei como vim parar aqui - falei, rindo.
  - Não tem a menor graça nisso viu? - minha mãe falo, me dando um tapa.
  - Coisa de homem irresponsável isso sim. Mas isso vai mudar senhor Gabriel - disse meu pai, entrando na sala.
  - Ah é pai? Como? - perguntei, debochado.
  - Manuel, agora não - minha mãe disse, abaixando a cabeça.
  - Agora não, o que? - perguntei, confuso com aquela conversa.
  - Você irá se casar, Gabriel - meu pai disse.
  - O que? - perguntei sem reação. - Só podem tá de sacanagem com a minha cara né?
  - Olha como você fala comigo, seu moleque! Você irá se casar, se casar com uma mulher - meu pai disse.
  - Desde quando isso? Não vou não.
  - Desde que eu arrumei alguém pra casar contigo, alguém direita, menina de família e que fará uma grande família com você - meu pai disse, sorrindo.
  - Um casamento forçado agora? Não vou fazer nada disso, vocês não me mandam - falei, irritado.
  - Você vai fazer tudo que eu mandar, você tá me ouvindo? - meu pai disse, vindo pra cima de mim e apertando minha roupa, ficando cara a cara comigo. - Se você não fizer o que estou mandando, você vai virar um mendigo que eu mesmo terei o prazer de fazer isso - meu pai disse com raiva.
  - Para Manuel, largue ele agora - minha mãe disse, puxando meu pai pra longe e chorando.
  - Por que isso agora? Hein? - perguntei.
  - Você tem que crescer, daqui a pouco não terá mamãe e papai aqui pra você, daqui a pouco tem uma piranha aí se casando contigo e se aproveitando de tudo. Se você não liga, eu ligo. Se você não sabe fazer isso direito, então isso eu irei fazer. - meu pai disse.
   - Eu posso até concordar, mas vou fazer a vida dessa garota um inferno - falei, indo pro meu quarto.
   Entrei no mesmo e bati a porta com toda raiva que eu sentia em mim. Eles não podiam fazer o que fizeram, e isso teria um troco. Ah se teria!
  

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