DiamanteS

I

(...)

Foi como se a flecha penetrasse meu corpo,

aqueles olhos cinzas que nada me querem dizer.

Ele suspira sobre mim com sua adaga na mão

e meu machado está pesado demais para mim.

A flecha não me atingiu de verdade,

mas ele está pronto para terminar.

Não tenho reação alguma,

meu machado estala meus ouvidos ao tocar o chão.

Ele ergue o braço e revela o brilho do sol em sua adaga

e ela desce de repente e só posso sentir...

(...)

Meu nome é Alice e sou uma das poucas sobreviventes do Condado de Castela, antigo reino do Império das Rochas. Há exatamente 66 anos uma guerra devastou o que restava dos territórios das descendências do planeta Terra. De todos os continentes sobraram 12 Reinos e após a último embate que rendeu a vitória a Coroa Vitoriana, sobraram oito reinos. Transformados em sete condados e o reino da Coroa Vitoriana.

Desde os destroços da última guerra, lutas são travadas todos os dias. Cada condado possuí o seu exército de defesa pessoal, que se submete a Coroa, mas sempre sangram uns aos outros.

No Condado de Castela você tem as "simples" opções de ser um guerreiro do exército, um caçador, um coletor, um raptor ou um árduo camponês, no entanto a escolha não é sua. Durante seus primeiros quatorze anos de vida, você é avaliado e vistoriado de perto e quando completa seus quinze anos é delegado a uma função.

Este ano completo meus quinze anos e sinceramente nunca fui muito boa com as tais avaliações, por exemplo, nunca consegui me defender dos ataques surpresa nas aulas de proteção pessoal e sempre levei facadas nas pernas na aula de esquiva.

A delegação é feita da seguinte forma: Todos os aniversariantes do ano dos quinze se reúnem no antigo palácio real e aguardam as listas serem expostas, depois disso você viverá pela escolha da corte, mas não conheço os processos posterior.

Já estou arrumada, um vestido branco com detalhes azuis de flores nas mangas. Meu pai está me acompanhando até o palácio e estou completamente apavorada, pois se for delegada ao exército morrei rapidamente.

Não consigo largar a mão do meu pai e já estamos à frente do palácio, quando ele parou.

-Você não vai entrar comigo? -o agarro com tanta força que posso sentir minhas unhas o ferindo.

-Querida, você deve entrar sozinha e depois nos veremos, em três dias, se tivermos sorte. -Como?

-Como assim? Eu não fui informada... Se tivermos sorte? -Meu pai me abraçou de uma forma tão temerosa que pensei estar indo em direção a morte.

Estou subindo os degraus de forma pavorosa, não sinto meus braços e acho que em breve vou desmaiar. Quando chego ao pátio do anúncio vejo que está completamente cheio e com quinzenários que nunca havia visto, como uma menina morena que está a minha frente, ela é extremamente robusta e cheira a sangue e medo, mas acho que sou eu o medo no ar.

Já posso ver a dama da corte descendo a escadaria principal com as listas, guardas bloqueiam a nossa visão enquanto ela as coloca no quadro de anúncios e então chegou à hora. Todos correm para procurar seus nomes.