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DESCULPEM A DEMORA HEHEHE

Acordei sentindo minha cabeça doer. Não me lembro de ter adormecido e nem da Lauren ter ido embora. Só lembro-me de ter checado milhões de vezes o aplicativo que decidiriam que verdade sobre mim seria exposta para pessoas famintas de curiosidade sobre a vida dos outros.

Meu café fica gelado por culpa de meus pensamentos sobre tudo que estava acontecendo ao redor do meu nome. Como passei de uma pessoa amada e idolatrada para alguém que recebe ódio gratuito. Não exatamente gratuito, eu fiz muita coisa para foder muitas pessoas.

Minha lista de maldades começou com Lauren, depois foi passando para cada pessoa que se metia no meu caminho para o que eu chamava de sucesso. Conseguia ferrar a vida de alguém plantando mentira sobre ela ou verdades obscuras. Não é a toa que me respeitavam por medo. Aqueles que iam contra ninguém nem lembra o nome.

Nesse meu império não tinha amigos e sim contatos. Durante o almoço eu apenas sentava em uma mesa e as pessoas vinham até mim. Eu não conversava com ninguém além de Ariana e algumas vezes com Troy. Só que as pessoas falavam comigo. Não diretamente, mas tentavam me incluir em suas conversas vazias.

Para você ter um status bom você tinha que ter contato comigo. Um contado de saldo positivo. Gabar-se era apenas dizer "Cabello, minha amiga, vem a minha festa". Isso dava um status ridiculamente relevante. Não era qualquer um que podia usar Cabello e amiga na mesma frase. O triste que todos que usaram meu nome em uma frase assim, eu mal sabia o nome ou podia chamar de algo similar a amigo.

— Não acredito que conseguia dar tanta importância a isso.

O gosto amargo ficou por mais uns minutos em minha boca. Minha vida é uma sequência de arrependimentos que me atormentam a cada dia que passa. Tenho que começar a parar de agir de impulso, isso só está atrapalhando minha vida. Preciso me tornar calculista o mais rápido que eu conseguir.

Estava na metade do caminho quando a campainha tocou. Tentei me recordar se estava esperando alguém. Relutei em atender, contudo podia ser Louis ou Nina querendo fazer companhia, já que sabiam que eu estava sozinho.

O grande relógio do lado da porta bateu duas vezes avisando que já era uma hora da tarde. Tentei forçar a visão pelo o vidro distorcido da porta para tentar reconhecer a pessoa que tocava continuamente. Girei a maçaneta não acreditando no que eu via.

Ou melhor, apenas esperando o bote da cobra.

— Stacy?

— Entrando. — ela sorriu com o batom vermelho vivo e dentes brancos que conseguiriam cegar alguém.

— O que você está fazendo aqui? — fecho a porta logo atrás.

— Eu vim anunciar que estou morando na casa a sua frente. — ela analisa a casa — Bem, não é tão grande quanto a sua, mas dá para o gasto. — joga-se no sofá da sala onde deixamos casacos e botas quando neva.

— Para isso não precisava me visitar.

— Não ficou feliz que vim te ver? — cruzou as pernas e sorriu com maldade — Nem responda eu sei que não gostou. Saiba que eu estou aqui tentando trazer paz.

— Você pode tentar jogar seu veneno para outra pessoa. Sou imune a você.

— A verdade Camila, você não é imune. Você apenas não pode morrer com o seu próprio veneno. Já que eu e você sabemos que somos da mesma espécie de vadia.

Seu cabelo tinha um brilho quase sobrenatural. O sorriso parecia uma arma que conseguia te deixar tremendo de medo. Stacy conseguia ser tão bonita que acredito que ela mude de pessoa a pessoa, para todos acharem ela incrivelmente bonita. Ela não deve ser uma pessoa humana. Porém, todo o jogo dela não me afeta nada. Seu corpo é um corpo, seu cabelo é um cabelo, seus olhos são olhos e assim adiante. Eu apenas não consigo me afetar por ela. Apenas por ela ser Stacy.

B.I.T.C.H. ❀ CamrenOnde histórias criam vida. Descubra agora