Um indeciso "para sempre" (Romance Gay)

Capítulo I - MMXIII

Pra quem não leu a descrição do livro, Gabriel (eu) e Kaique (eu) somos a mesma pessoa, assim como Lucas e Matheus, o que quero deixar claro é que independente dos nomes é uma realidade alternada.Boa leitura!

O ano de 2013... não sei se Kaique (ou eu que estou aqui escrevendo) pode defini-lo como "o melhor ano que alguém poderia ter", tanta coisa aconteceu, pessoas entraram e saíram da sua vida, mas claro há um porém nisso tudo, uma delas foi a que marcou a vida de Kaique.

(Não me lembro direito, mas o ano já havia se iniciado) Era março, mês de páscoa, um mês onde as famílias estavam, em sua maioria, reunidas para celebrar. Kaique era um garoto de estatura média, media por cerca de um metro e sessenta e cinco, possuía cabelos castanhos escuros, lisos quando curto, porque caso Kaique o deixasse crescer ele enrolava, era um liso grosso talvez por ele ser moreno, uma cor de pele bem parecida com a cor do caramelo no seu ponto exato, possuía olhos castanhos escuros (também) e pesava por cerca de cinquenta e cinco ou cinquenta e seis quilos, não passava disso, e nunca era menos que isso.

Kaique tinha personalidade forte ( eu acho que eu tenho uma personalidade forte,sim), era sempre muito convicto do que queria, e sempre que almejava por alguma coisa, ele conseguia e não interessava à ele a maneira de conseguir (minha família diz que eu sou assim por ser leonino), Gabriel, ou melhor, Kaique, tinha os gostos de um típico gay adolescente, ouvia música pop, curtia aquelas páginas de Tumblr no Facebook, em que sempre via fotos de jovens gays felizes em um pôr do sol estonteante,participava de grupos sobre as "Divas do Pop" no Facebook, tinha vários amigos gays, ele se definia por Otaku (pessoas que gostam da cultura oriental), então era VIDRADO em yaoi, sejam eles imagens sortidas ou os próprios mangás, e é claro, participava de grupos de yaoi no Facebook. Gabriel sabia que era gay, mas não era convicto disso cem porcento, acreditava que era bissexual,talvez pensasse assim por causa da sua família, evangélica, não queria dar desgosto aos pais ( vocês ainda não sabem de nada...).

Em uma dessas tardes quentes de março (eu moro no interior de São Paulo,e aqui faz um inferno de temperatura), que estava por cerca de seus trinta e oito graus, Kaique estava à toa, não precisava se dedicar a escola pois era inteligente, então estava sentado vasculhando o Facebook à procura de alguma "diversão". Kaique precisava ser o centro das atenções, e somente ele, ele odiava (mas na verdade sentia ciúme), quando via fotos de garotos 'kawai' (fofo, em japonês) sem camisa nos grupos, pelo Facebook.

- Bando de Attwhore! Resmungou Kaique em um tom de nojo e fazendo uma cara de desprezo total.

Continuou ali, passando e passando as histórias do grupo, ficava cada vez mais irritado ao ver que as pessoas que ele julgava feia, faziam mais popularidade que ele, em toda sua curta vida (eu tinha 14 anos), foi quando decidiu se apresentar para ver o que o pessoal acharia dele e se talvez ele pudesse ser o popular uma vez na vida.

- Quer saber?! Eu vou me apresentar nesse grupo de yaoi, esse povo medíocre ainda não me conhece, não sabem aonde está a verdadeira pessoa que merece popularidade! Exclamou em tom de ira e arrogância.

Ele buscou o texto de um dos caras que teve cerca de duzentos e sessenta curtidas na foto, era de um sujeito mais magro que ele, com cabelo entre as orelhas e jogava a franja no olho e fazia cara de babaca, de acordo com ele, para parecer fofo.

- Se "isso" é capaz desse monte de curtidas, imagina eu, que pratico capoeira, tenho coxas torneadas (e sim, devido a capoeira e as trilhas de bicicleta eu tenho), e não preciso fazer essa cara de idiota posso ter muito mais. Falou Kaique em tom de prepotência.

Kaique foi lá na suas fotos, pegou uma não muito chamativa, queria fazer o garoto fofo discreto, elaborou um texto, Kaique escrevia bem, ajudava seu pai, que era jornalista à escrever para as colunas de jornal da cidade, e logo em seguida postou no grupo e foi perambulando pela casa ouvindo a playlist de suas divas pop, cantava Adele, sua favorita, Rihanna, Beyoncé, Katy Perry e outras mais, tentava disfarçar sua ansiedade, não sabia se ele iria se tornar o fofo popular ou o ignorado por todos. Foi quando os barulhos de notificações não paravam, era isso, Kaique era o mais novo queridinho do grupo de yaoi, fez várias amizades, conheceu vários garotos bonitos, todos estranhamente bonitos, alguns até estranhos e outro já chegavam dando encima dele.

- Caramba, olha só isso, eu sabia, sabia que era capaz de mostrar pra esse bando de cegos a beleza verdadeira. Falou ele gargalhando em tom irônico.

Foi quando Lucas, o cara dos caras, resolveu se manifestar após algumas horas de eu ter postado a foto com o texto de apresentação, que estava na casa das quatrocentas curtidas.

(Segue nessa ordem: Ele começa, eu respondo)

-Oi

-Olár :3

-Tudo bem?

-Tudo ótimo, e você?

- Tô bem também.

Gabriel sempre se questionava porque a maioria das conversas paravam ali, sempre depois do "Tô bem também". Resolveu prosseguir.

-Tá fazendo o que?

-Ouvindo Gaga e você?

- Gaga (na época eu odiava)? Eca, prefiro a minha linda e maravilhosa Adele.

Kaique foi conversando com Lucas, naquele mesmo dia, e eles não paravam de se falar, para ele, de todas aquelas pessoas que adicionaram-no, Lucas foi o que mais lhe chamou atenção, falava sempre em um tom seco, só que ao mesmo tempo se preocupava comigo (com ele), pelo menos era isso que Kaique entendia, foi quando surgiu a típica pergunta por parte de Lucas.

- Namora? Já namorou? Pretende namorar?

- Nossa, parece meu pai entrevistando o pessoal pra escrever na coluna. Não, não e talvez, depende muito da pessoa, quero que o meu primeiro namorado seja especial, único em todos os sentidos, entende?

- Entendo sim, ah, mas que legal

Kaique percebera que Lucas havia desanimado um pouco. Então tentou reanimar a conversa

- Mas porque pergunta? Ta interessado, né? " asuhauhsuahsauhsauh"

- Se eu te dissesse que sim você iria acreditar?