Capítulo II- Uma história se inicia

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Kaique estava perplexo diante o que lia na tela do computador,Lucas estava simplesmente interessado pela sua pessoa, e ele estava confuso,não sabia se iria corresponder aos sentimentos de Lucas como ele idealizara,nunca entrara em um relacionamento antes,a única coisa que sabia sobre amar uma pessoa, foi o que aprendeu lendo fanfics de suas amigas.

-Calma,calma. Eu adorei você,mas eu fico inseguro quando alguém fala esse tipo de coisa pra mim,preciso de tempo.

- Terá o tempo que precisar,mas saiba que sempre estarei aqui,esperando pela sua resposta.

- Tudo bem.

Naquele ano Kaique havia ingressado em um colégio novo,particular,não tinha muitos colegas em sua nova classe,ninguém nunca soube que Kaique era gay,sempre zombavam-no chamando daqueles nomes que todos conhecem: viadinho,gay,baitola,enrustido e alguns até piores.
Ele tinha trejeitos,tentava esconder,mas era evidente, estava quase que acostumado a passar por isso, se importava um pouco, a ponto de se magoar,talvez porque ele ainda não tinha aceitado a si próprio.

No início das aulas,Kaique havia dado encima de várias garotas de sua classe,nenhuma tentativa com sucesso. Porém fez uma amizade, que com o tempo se tornou a mais importante de sua vida,com Ana, uma garota que ele tentou cantar e não deu certo ( Aninha,se estiver lendo isso saiba que eu te amo). Eles passavam os intervalos juntos e a medida que sua relação de amizade com Ana avançava,a com Lucas estava parada,morta. Gabriel queria pedir seus mil concelhos para Ana,mas tinha medo de se assumir,então deixou por aquilo mesmo.

A aula havia acabado,Kaique desceu para casa,que era cerca de duas quadras ,bem perto da escola e estava no tédio da tarde,como sempre. Kaique ajudava aos seus pais nas tarefas de casa,cozinhava,lavava,passava. Ele odiava,mas ainda sim fazia,pela sua mãe. Quando terminou tudo,sentou em seu banquinho de madeira sem encosto para as costas,se acomodou o máximo possível para ligar o computador e enquanto iniciava,colocou o cotovelo direito apoiado na mesa e a mão no queixo ,um gesto que demonstrava inexpressividade.

Ao abrir o Facebook, Kaique ficara surpreso,aquele "sucesso" era apenas momentâneo, ninguém mais resolveu procurá-lo, apenas uma pessoa insistia em conversar com ele, era Lucas. Nas duas primeiras semanas eram assim, Gabriel e Matheus se falavam sempre, Gabriel naquele tom meigo e fofo,demonstrando estar se interessando, e Matheus em seu tom frio e seco,mesmo que pareça impossível,demonstrava, às vezes interesse. E assim foi de março à julho quando coisas ruins aconteceram.

Era julho,inverno, porém não na cidade de Kaique, o calor era absurdo,não havia chuva e nem um tempo mais fresco, mês do aniversário da irmã de Kaique,que na época iria fazer 6 anos. Kaiquem tinha dois irmãos,eram no total,três, Gustavo, Gabriel (eu) e Glenda. O mais velho,Gustavo,era gay também,assumido apenas pra algumas pessoas em particular,tinha seus 16 anos e sempre se mostrava superior aos irmãos,o que irritava Kaique. Mas tirando isso o que realmente importa nos parágrafos são os acontecimentos, Kaique tinha recebido seu presente adiantado,seu aniversário era no dia 14 do próximo mês. Ganhou um celular andróide,nada muito sofisticado,sua família era de classe média e não podia dar algo melhor,mas para ele estava bom.

Kaique e Lucas se falavam por Whatsapp cada dia mais,estavam se envolvendo,estavam apaixonados e nenhum dos dois negava isso,só não era um relacionamento porque ninguém pediu ninguém em namoro,mas preferiam levar assim. Naquele mesmo mês entrara em sua classe Gabriela,uma garota ruiva,não tinha muito corpo,mas era bonita à sua maneira,ela se enturmou comigo e com Ana,e a nossa amizade era inseparável. Ana estava de rolo com um tal de Maikon fazia uns tempos, eu e Gabi estavámos cientes disso. Em uma das aulas nós fomos para a biblioteca,a bateria do celular de Ana havia acabado e a minha estava para acabar,fiquei falando com Lucas a aula toda,quando ela me pediu o celular pra mandar uma mensagem para o Maikon.

- Gois,empresta seu celular agora,preciso mandar uma mensagem pro Maikon urgente. Disse Ana em tom preocupante

-Ma...ma...mais a minha bateria,ela tá acabando. Falei gaguejando

- Mas você ta mexendo. Empresta logo, vai! Falou ela ja irritada e mexendo as mãos e virando os olhos como de costume.

Gabi me olhava sem entender e fazia um gesto com a cabeça pra que eu emprestasse o celular logo.

-Tá,mais vai logo porque a bateria ta acabando. Falei

Estava aflito,Matheus estava conversando comigo, se Ana visse toda aquela conversa,minha vida estaria arruinada, eu não sabia o que fazer, não ia ficar atrás dela vendo cada coisa que ela fazia com meu celular na mão,o que me restou foi aceitar e abaixar a cabeça na mesa,esperando por ela me entregar o celular.

- Toma, obrigada,ja falei com ele. Disse Ana

- De nada,se precisar é so falar. Falei tentando amenizar as coisas

Quando peguei meu celular a bateria estava em incríveis um porcento,o que deu pra ver era que minha conversa com Lucas foi aberta,cliquei pra ver,o celular desligou,a bateria morreu, faltavam três aulas pra acabar e eu já estava sem bateria, além disso estava super preocupado. Ana me tratava normalmente,como se não tivesse lido nada,ou como se sempre soubesse que eu era gay,ela não se importava,o que pra mim era mais preocupante.

Cheguei em casa e coloquei o celular no carregador,estava super nervoso,assim que o celular ligou,não esperei que ele ligasse direito e fui abrindo o Whatsapp, o que travou meu celular,depois de uns três minutos,a conversa abriu.

Maikon
Ok amor,eu aviso sua mãe

Lucas
Oi, prazer sou o quase namorado do Kaique,to bem Ana e você?

Meu coração gelou,não sabia o que fazer.


Um indeciso "para sempre" (Romance Gay) Onde histórias criam vida. Descubra agora