Capítulo 1

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- Wendy?
- Olá Peter - ela sorri docemente abrindo a porta e me deixando entrar.
- Hoje é o dia de irmos, já está pronta? - sento em sua cama
- Estou quase, apensa um minuto... - ela some de minha visão e em pouco tempo depois volta quase da mesma maneira que saiu.
- Agora vamos... - seguro a mão dela e saímos, em poucos momentos depois já estávamos flutuando nos frios ventos, sobre o grande lençol azul da água traiçoeira.
Quilômetros de águas, mas apenas um pequeno desvio para isso mudar, virando para a direita e seguindo por mais alguns minutos uma gruta é avistada de longe, já podemos sentir o clima mais denso, aproximando e adentrando na estreita entrada do outro mundo, barulhos de diversos tipos de demônios, de almas perdidas que não conseguiram ir para nenhum lugar, ficaram presas nas passagens entre os mundos. Diversas línguas dizem coisas sem nexo, as almas não são capazes de raciocinar, não que saibamos. Metros e metros de um longo corredor escuro e sufocante, mas não para nós, em um longo tempo depois vemos a luz vermelha, este corredor parece não ter fim. Saímos do corredor e já avistamos o conhecido penhasco vermelho e frio, mais metros de puras vozes de almas, mas acelerando um pouco mais chegamos à sala das portas, paramos entramos na porta correta, a quarta porta a esquerda da marca do machado, aquela marca tem uma grande historia. Ao entrar pela porta o clima muda, a leve brisa fria toma o lugar do antigo ar pesado das almas, Rússia, uma cidade linda, com sua grande população se torna mais linda ainda para nós.
- Qual o destino?
- Todos que conseguirmos - Sorrio olhando para ela que pensa o mesmo que eu
Voando calmamente sobre a escura cidade onde o inverno está começando, em um bairro distante do movimentado centro apenas se vê algumas luzes acesas, os quartos, nos aproximamos de uma janela, há uma mãe com seu pequeno filho, ele está encolhido embaixo da fina coberta e sua mãe contando uma historia enquanto passa as mãos nos pequenos cachos do pequeno. Esperamos sentados sobre o telhado, observando as luzes se apagando lentamente, assim como um dia irá se apagar a vida de todos e serão apenas lembranças. Agora deitados vendo as estrelas, a pior parte é esperar, mas não podemos correr o risco de sermos vistos. Horas se passaram, o silencio prevalece, agora temos que agir, esta é a melhor parte, vamos até a janela, ela entra no quarto, encosta o dedo no pequeno nariz e uma alma é puxada, não há volta, o pequeno corpo começa a perder os sinais de vitalidade e a alma do mesmo fica ao meu lado, o seguro para me certificar de que não se perderá.
- Te encontro lá na sala das portas - Digo já voando para longe sem esperar uma resposta, já que ela tem coisas a resolver aqui.

Peter Pan Através Dos MaresOnde histórias criam vida. Descubra agora