Capítulo 4

24 0 0
                                    

As árvores continuam as mesmas, o vento ainda sopra para o mesmo lado, mas não o sentimos. Nunca senti ele, apenas sabemos que está ali. Aliás, não consigo sentir nada quando estou lá, ninguém consegue, você sabe que o sentimento está ali, como o vento, mas não o sente. Você sabe onde está, mas não se lembra, como se você esquecesse de tudo, como se estivesse em transe, não sente, não fala, não pensa, como se estivesse morto. Mas talvez realmente estejam.
Deixo eles nas areias fofas da ilha e volto rapidamente para o oceano antes que eu me esqueça onde eu estou e o que vim fazer aqui, aliás, onde estou? Ignoro as perguntas que rondam minha mente e apenas voo sobre o oceano me afastando cada vez mais daquele lugar lindo. Nunca confie na beleza, ela é sempre superficial.

- Já trouxe loiros, morenos, negros, brancos, altos, baixos, gordos, magros e nenhum deles servem, já cansei de ir lá e sempre voltar com alguém que não vai valer de nada à nós. - Diz Wendy andando impacientemente em minha frente. Apenas solto o ar pesadamente e viro me andando para longe dela.

- Deixe que eu irei achar a pessoa certa, não se preocupe eu voltarei o mais breve possível. - Antes de esperar uma resposta saio em direção ao céu, que agora já está claro, voltando para o corredor das almas. A sala das portas não é precisa, não se pode chegar até ele por lá.

A mesa está no mesmo lugar de anos atrás, as paredes no mesmo tom amarelado, a cadeira agora é toda preta igualmente aos objetos em cima da mesa, pequenas estátuas que julgo ser de anjos e demônios e, claro, de crianças.
A cadeira se vira e o homem robusto de aparência forte e determinada se revela, usa uma camisa preta social com as mangas rasgadas, tem grandes cicatrizes por todo a parte visível e algumas tatuagens.
- Quanto tempo, meu...

- Me diga o que preciso fazer!

- Ainda não achou - diz o homem em um tom de zombaria - Sabia que viria me procurar de novo, você sempre vem, nunca consegue fazer nada sem...

- Sem enrolar porque não estou com tempo para gastar com voce - diz Peter o cortando já impaciente

- Você precisa de um amigo por quem você morreria, um irmão, um guardião, do sacrifício de um anjo e do sangue de um demônio.

Após o homem dizer, Peter ja estava saindo sem dizer nada e deixando a porta aberta. Agora sabia onde tinha que ir, acharia a criança nem que fosse a última coisa que fizesse.

***

Mais um empurrão e ele cai novamente, desta vez batendo a cabeça.
- Seu imprestável, reaja, viva, você não queria o paraíso? Agora está nele, não esta feliz? Voce não se decide, se sua mãe... - o pequeno não escutou mais nada, após outro chute ele apagou, a sua última lembrança foi o rosto de sua mãe q nunca vira.

Você leu todos os capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Oct 02, 2018 ⏰

Adicione esta história à sua Biblioteca e seja notificado quando novos capítulos chegarem!

Peter Pan Através Dos MaresOnde histórias criam vida. Descubra agora