Antes

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   Eram duas da manhã, e ali estava eu, no meio daquelas pessoas que quem me tornei "amiga".  Bebia e ria. Ria muito, mesmo muito, descontroladamente até. Quando parava, de rir bebia mais e mais, não me fazia bem, mas pelo menos fazia-me esquecer o mal que estava a passar.

   A noite ainda agora tinha começado, a festa estava cheia, não me lembro de em todas as festas em que estive, uma que estivesse com mais pessoas.

   Quando ia buscar mais uma bebida, senti um toque estranho no braço. Virei-me e ali estava ele, o maior garanhão da escola.

- Olá.

- Ooolá! - disse eu sem conseguir esconder a minha felicidade ao vê-lo falar comigo. Não conseguia esconder, sempre tive um fraquinho por ele, quase como todas as raparigas do meu ano.

- Estás muito gira hoje... - Oh meu Deus, tenho a certeza absoluta que corei. - Queres ir para um sítio mais sossegado?

   Como a única coisa que consegui foi abrir e fechar a boca como um peixe fora de água, ele pôs o braço à volta dos meu ombros e levou-me lá para fora. Eu estava tão nervosa que até acho que fiquei sóbria naquele momento. O que é que ele queria? A única coisa que eu sabia era o nome dele, Lourenço.

   Quando chegámos lá fora estava frio e eu comecei imediatamente a tremer. Ele reparou, tirou o casaco e colocou-o à volta dos meus ombros. Eu corei imediatamente com o gesto. Quando ele me continuou a conduzir para as traseiras da casa, conseguia ver um pequeno sorriso desenhado no seu rosto. Não conseguia parar de olhar para ele, sempre o achei giro. Adorava observá-lo.

- Bem, eu devo ser mesmo giro. Não paras de olhar para mim.

   Ups. Apanhada.

- Ahahah, por acaso és mesmo giro... - Tinha bebido mesmo demais.

- Sabes, eu também gosto de olhar para mim, principalmente quando estás assim vestida.

   Olhei para a minha roupa. Tinha vestidas umas calças de ganga escuras justas e um crop top preto justo. Assim que voltei a olhar para cima, senti a sua respiração um pouco mais perto de mim e depois o seu nariz a tocar no meu.

- Importas-te que eu faça isto? - perguntou-me.

- Não.

   Pôs a sua mão na minha cintura, e sussurrou no meu ouvido.

- E isto importas-te?

- Na...Não.

   E depois ele beijou-me. Conseguia sentir o sabor da cerveja na sua boca e pensei no que é que ele sentiria. As suas mãos percorriam o meu corpo e eu estava tão feliz. Sabia que no dia seguir, ou talvez nas horas a seguir, ele iria fazer isto com outra. Mas naquele momento era só eu e ele.





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