Capítulo 17

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Harry acabou saindo do banheiro, colocou as mãos na cabeça e ficou andando em círculos pelo quarto.

- Eu não acredito que você...

Ele não conseguia falar as palavras: se cortou. Ele sempre parava. Exatamente como fez agora. Parou e me olhou.

Eu ainda estava no banheiro com a cabeça abaixada e não entendendo por completo a situação. Ele estava preocupado comigo, mas isso significava que voltariam os a ser amigos? Ele havia pedido desculpa, mas isso não significava nada.

Mas o que eu estou falando!! O garoto acabou de me ver aqui, rasgando a minha própria pele e olha com o que eu estou preocupada!!

Harry veio até o banheiro novamente, onde eu estava e ficou na minha frente. O encarei.

- Me desculpe, Meg... - ele disse - Eu nunca pensei que...

- Relaxa, Hazz. A culpa foi minha. Se eu não fosse tão idiota, talvez...

Ele me cortou.

- Não, você não é idiota. Para mim, você é a pessoa mais incrível do mundo. Você sabe da minha vida melhor do que ninguém e não me julga por isso. Você não é idiota. Eu acreditei na primeira coisa que me apareceu e me arrependo completamente por isso. Me perdoe.

- Hazz, eu já te desculpei...

- De verdade?

Assenti. Ele pegou a minha mãe direita e me puxou para um abraço apertado. Eu, sem pensar, conformei sua cintura com força. Esses dois dias pareceram anos.

- Nunca mais me dê um susto desses, ok? Se acontecer alguma coisa com você... Meg... Você não tem noção.

- Nem você.

Ele me apertou mais forte contra seu corpo, o que me fez sentir a pessoa mais segura do mundo. Ele conseguia isso com facilidade.

Saímos do banheiro e nos sentamos na minha cama, um de frente para o outro.

- O que a Stacie te disse? - perguntei - e não minta porque sei quando mente.

- Ela disse que você tinha conhecido o meu primo. Que estava próxima de mim para poder conversar com ele. É uma história bem ridícula e infantil, mas eu não faço ideia do porquê acreditei.

- Não faz ideia?

- Bom... - ele coçou a cabeça - Talvez eu tenha ficado com raiva... Porque... Naquele dia eu ia te falar umas coisas e... Eu agi sem pensar.

- E você ia mesmo ficar sem falar comigo?

- Cara. Eu não ia aguentar. Eu fiquei cego de raiva e... Chateado talvez e queria sim me afastar. Mas não daria certo.

- Cara, só dois dias e parece que faz...

- Meses. - ele disse. E eu assenti.

Ficamos um tempo em silêncio. Ele pegou minhas mãos e brincou com meus dedos enquanto eu observava os seus movimentos. Sua boca cor de cereja estava mordendo o lábio inferior, o que indicava que ele queria dizer alguma coisa. Seus cabelos estavam mais bagunçado que o normal e seus olhos ainda meio vermelhos pelas lágrimas. Mas nada o deixava menos bonito.

- Pra quê isso? - ele perguntou, e indicou com a cabeça para as dezenas de cortes que estavam em meu pulso.

- Porque... Sempre que eu fazia... Eu me concentrava só nisso. Só na dor, então você sumia da minha cabeça. É viciante, não dava para parar.

- Deve doer...

- O quê? Ficar longe de você ou se cortar? - eu perguntei com um mini sorriso no rosto.

Ele abaixou a cabeça, deu um pequeno sorriso e voltou a me encarar.

- Se cortar. - respondeu.

- Dói, sim. Mas a dor é melhor do que psicólogo.

Meninas!! Foi mal não postar essa ontem, mas fiquei o dia inteiro ocupada mesmo. Daqui a pouco eu volto com When I Disappear (dêem uma olhada no meu perfil)

Love you!!

Ana

Onde Você EstiverOnde histórias criam vida. Descubra agora